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Circo em Montreal e Quebec: típico do Canadá

O Cirque du Soleil tem origem no Canadá. Mas em Montreal o circo vai além do grupo. É parte da cultura, tem até festival nas ruas. Veja como aproveitar o circo em espetáculos gratuitos e pagos

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Por Nathalia Molina
Atualização:

Se você gosta de Cirque du Soleil, já deve saber que a origem da trupe é canadense. Mas talvez não saiba ainda que Quebec, a província francesa onde o grupo começou, tem mais a oferecer quando o assunto é circo. Não que o Cirque du Soleil no Canadá já não fosse suficiente. Mas quem visita as cidades de Quebec e Montreal, nessa província do Canadá, pode conhecer outras companhias de acrobatas teatrais.

Festival de circo nas ruas da cidade do Canadá, Montréal Complètement Cirque - Foto: Andrew Miller/Divulgação

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Se você se interessa pela expressividade do circo, o primeiro lugar a ir em Montreal é o Tohu. Numa das minhas idas à cidade, eu estive lá e assisti a um espetáculo muito bom. Com um charme a mais: o palco tem ares de picadeiro, redondo cercado por uma plateia em meia-lua inclinada, o que permite uma boa visibilidade dos números acrobáticos, com enredo teatral.

O Tohu fica numa área denominada Cité des Arts du Cirque, espécie de cidade das artes circenses. O espaço funciona o ano inteiro (consulte a programação) e mantém também uma exposição permanente de temas relacionados ao circo. Os alunos da Ecole National de Cirque se apresentam no Tohu em junho. Apesar de o nome conter a palavra 'nacional' em francês, a escola é de Quebec; isso é muito comum nas instituições da província do Canadá francês.

Espaço de espetáculos do Tohu - Foto: Alain Laforest/Tohu la Cité des Arts du Cirque/Divulgação

Outra iniciativa bacana do Tohu é o Montréal Complètement Cirque, que toma as ruas da cidade canadense todo verão -- em 2017, será de 6 a 16 de julho. As trupes do Canadá e de outros países fazem execuções até em cima dos prédios, e o festival se espalha circo por calçadas e praças.

 Foto: Tim Hussin/Montréal Complètement Cirque/Divulgação

Responsável pela fama mundial da província de Quebec como lugar de circo de qualidade, o Cirque du Soleil também está em Montreal com o espetáculo Volta, no Vieux-Port, até 23 de julho. Uma ótima chance de curtir a trupe canadense na sua terra de origem, o Canadá francês, e ainda aproveitar o movimento do porto antigo no verão. Para o público brasileiro, vale ficar atento: o Cirque du Soleil volta ao país depois de quatro anos. Apresenta o espetáculo Amaluna em São Paulo.

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E o Cirque du Soleil não para de crescer: anunciou ontem que comprou a empresa novaiorquina Blue Man Productions, conhecida mundialmente pelo show do trio de homens azuis, o Blue Man Group. A aquisição faz parte da estratégia da companhia canadense de expandir sua área de atuação para além do circo. Sediada em Montréal, a empresa passa a ter em seu portfólio seis produções entre Estados Unidos e Alemanha e duas turnês mundiais do Blue Man Group.

Onde o Cirque du Soleil nasceu

O Cirque du Soleil é praticamente uma instituição de Quebec. Com 4.000 integrantes (1.300 deles são artistas de 50 nacionalidades), a empresa mantém filiais rodando o mundo. Grupos da companhia já fizeram shows em aproximadamente 450 cidades de 60 países, e o público já bate a marca de 150 milhões de pessoas. Durante 2017,  a companhia apresenta 18 shows simultaneamente em diferentes cidades do mundo.

Eu tive sorte de ver o Cirque du Soleil duas vezes na cidade da província francesa. A primeira foi na rua, embaixo de um viaduto da cidade de Québec. O espetáculo Les Chemins Invisibles durou de 2009 a 2013, e a cada ano um capítulo da história era apresentada ao público no palco improvisado. Eu vi em 2010.

 Foto: Estadão

Fotos: Nathalia Molina Foto: Estadão

Depois, assisti à estreia de KURIOS - Cabinet of Curiosities, na mesma cidade do Canadá francês, mas já num palco de fato montado no Vieux-Port de Québec. Cheio de cores, criaturas burlescas, equilibrismo e contorcionismo, KURIOS é uma produção impecável, como de costume com o grupo, em termos de música, figurino e movimento corporal. Foi a 35ª produção do Cirque du Soleil desde 1984, quando a companhia oficialmente começou com uma trupe de artistas de Baie-Saint-Paul.

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 Foto: Estadão

Eu estive nessa cidade pequenina de Quebec, mas não vi circo não. A viagem até Baie-Saint-Paul era uma incursão ao agroturismo da província francesa. O mais próximo que cheguei do Cirque du Soleil foi me hospedar no Hôtel La Ferme, de Daniel Gauthier, co-fundador da companhia ao lado de Guy Laliberté. É um hotel moderno, com 145 apartamentos, restaurantes com os sabores regionais e spa com tratamentos e escandalosa vista do céu de Charlevoix, região da província de Quebec onde fica Baie-Saint-Paul.

Gauthier deixou a empresa em 2012, para assumir uma outra, o grupo Le Massif de Charlevoix, também dono do trem que faz uma viagem panorâmica até lá, partindo do Parc de La Chute Montmorency, em Quebec. Se você quiser seguir esse rumo e se deliciar com o agroturismo em Quebec é só dar uma lida na minha reportagem no link. Eu recomendo.


* Nathalia Molina é jornalista de viagem e especialista em Canadá. Também escreve o Como Viaja, com dicas e experiências no Brasil e no exterior. Acompanhe pelo instagram ComoViaja e pelo canal do Como Viaja no YouTube

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