Pisei no Brasil, e começou a nevar em Montreal. Já era fim de novembro, meio do outono na cidade do Canadá. A temperatura esteve baixa durante toda a minha viagem. Até peguei máxima de 19°C nos últimos dias de outubro. Mas as mínimas negativas já apareceram lá por 10 de novembro, quando gelei a -9°C.
Segue nevando de leve em alguns dias desde o fim de novembro. Hoje minha irmã me disse que os floquinhos caíam enquanto a gente se falava por Whatsapp. A previsão avisava dessa possibilidade, com mínima de -1°C e sensação de -7°C. Afinal, já estamos em dezembro, a caminho do inverno, quando o branco da neve dá o tom na cidade. Mas a paleta de cores é bem mais viva no início do outono.
A chegada dessa estação deixa os parques lindos no Canadá, com folhas que vão de tons amarelos a fortes vermelhos. Desembarquei para o intercâmbio em Montreal já no meio da estação, então muitas folhas já haviam caído. Ainda assim, admirei diversas tonalidades na cidade. Dentro do Biodôme -- uma das atrações da cidade, que mostra ecossistemas, entre eles as florestas de maple do Canadá, na província de Quebec --, a intensidade da cor me deixou paralisada. Em qualquer parte da cidade, aliás, lá estavam as folhas de maple forrando o chão ou resistindo à ação do vento. E como ventou!
Em certos dias, eu parecia fantasiada de ninja caminhando pelas ruas. Cachecol e casaco cobrindo as bochechas e os lábios para não ressecar tudo, e touca baixa, sobre a testa, para evitar uma sinusite. Numa tentativa minha de gravar um Stories para o Instagram @ComoViaja, falando das mudanças de temperatura em Montreal, acabei gravando a ação do vento sem querer. Engraçado de ver.
Foram apenas alguns momentos da minha viagem, e eu poderia ter parado num espaço fechado para me aquecer, mas como controlar a vontade de andar e rever a cidade? A cada vez em que volto a Montreal descubro algum aspecto ou lugar que vale a caminhada contra a corrente de ar no outono.
Ah, e os esquilos! Vi dezenas nesta viagem. Tão comuns nos parques quanto são para nós, no Brasil, os passarinhos. Quanta fofura. Na entrada do Jardin Botanique de Montréal, os danadinhos esperavam calmamente que passassem os poucos visitantes que aparecem por lá nesta época do ano para então atravessar de um lado do gramado para o outro. Divertido de ver. Confere só em facebook.com/ComoViaja.
Clima em Montreal no outono
Choveu menos do que a previsão me avisava antes de embarcar no fim de outubro. Mas choveu e foi útil ter levado a bota impermeável e um pequeno guarda-chuva. Me surpreendeu mesmo foi o frio. Levei peças quentinhas, calças e meias térmicas para pôr baixo da roupa, no entanto me arrependi de ter deixado em casa a blusa térmica, incluída na minha lista de roupas e acessórios para o inverno no Canadá.
Durante a minha permanência em Montreal, de 29 de outubro a 18 de novembro, a temperatura variou muito, mas não passou da máxima de 13 graus, o que só experimentei no iniciozinho da viagem. Depois os termômetros foram de 5 graus positivos a 7 graus negativos. A neve só apareceu no domingo passado (19 de novembro), quando eu já experimentava o calor no cinza de São Paulo. Mas teve uma madrugada em que roloram uns floquinhos e Montreal amanheceu com uma fina cobertura branca. Lindo de ver.
Viagem feita a convite da Experimento Intercâmbio Cultural, da Air Canada e da EC Montreal
* Nathalia Molina é jornalista de viagem e especialista em Canadá. Também escreve o Como Viaja, com dicas e experiências no Brasil e no exterior. Acompanhe pelo instagram facebook/ComoViaja e pelo canal do Como Viaja no YouTube