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Das sete colinas lisboetas direto para São Paulo

Opinião|Dois séculos de História na Haddock Lobo

Atualização:
© 2016 Sambando em Lisboa. All Rights Reserved Foto: Estadão

Ter o bondinho de Santa Teresa à mesa, com uns queijos. Ou o Corcovado. Bem do lado, o castelo de São Jorge, no topo de uma colina lisboeta, pode ficar com umas tostas. O azeite de oliva, que sempre sabe bem com um pedaço de pão italiano, pode ficar por cima da calçada portuguesa. Não está entendendo nada da conversa? Eu explico: essas são apenas algumas das opções de loiça que a Vista Alegre Atlantis, uma casa portuguesa com mais de 100 anos, oferece.

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Tem também peças exclusivas desenhadas por Cândido Portinari, Beatriz Lamanna, Siza Vieira, Matteo Pagani ou as casas Christian Lacroix e Oscar de La Renta. Não acredita? É dar uma olhada no sítio da loja na internet e conferir as várias coleções, designers e opções que a Vista Alegre tem para você. Ou então vá até Jardins e procure pelo número 1553 da Haddock Lobo: vai se maravilhar com o que vai encontrar lá dentro.

Peças mais clássicas e pintadas à mãos, peças com designs mais modernos e arrojados para agradar aos mais jovens, serviços de mesa que são pura decoração...tem para todos os gostos. E bolsos, claro.

Fundada em 1824, a fábrica da Vista Alegre foi a primeira a produzir porcelana em Portugal. Quase 200 anos depois, a mesma fábrica continua produzindo a todo o vapor, depois de quase ter chegado à inadimplência, no início dos anos 2000, por várias falhas na gestão da empresa, que tem mais de um milhar de funcionários. Comprada em 2009 pelo grupo Visabeira, a casa não se reinventou, mas antes voltou aos seus princípios de sempre: muita qualidade, foco num segmento mais de luxo, parcerias com vários artistas - desde 1920 que as fazia - e uma aposta grande na exportação.

Durante esses dois séculos a marca tem sido uma referência na porcelana: reis e rainhas, presidentes e ministros sempre se orgulharam de ter serviços de mesa com o selo Vista Alegre, geralmente coleções pintadas à mão e muitas delas exclusivas. A fábrica, recentemente remodelada - com um investimento de muitos milhões de euros - produz durante sete dias por semana, e super vale uma 'visita de estudo': afinal, não é todos os dias que pode ver loiça ser pintada à mão, pratos sendo cozidos em fornos gigantes, um museu onde estão todas as coleções que a Vista Alegre já produziu entre tantas outras coisas.

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A marca recebeu esse nome porque a fábrica foi construída num lugar chamado 'Lugar da Vista Alegre', perto da cidade de Aveiro, onde Pinto Basto, o fundador, tinha também uma casa onde viveu até morrer. Essa casa é hoje um hotel de 5 estrelas, tendo sido toda remodelada e que ganhou, naturalmente, uma extensão que lhe permite ter dezenas de quartos e todas as comodidades de um empreendimento de luxo. E claro, parte das paredes estão pintadas à mão pelos artistas da Vista Alegre. Valem bem passar lá uma noite.

Para além de Pinto Basto, viviam também em redor da fábrica os trabalhadores: a empresa sempre disponibilizou habitação para os funcionários, para além de uma escola infantil, um teatro e um clube de futebol que, diz-se, terá sido o primeiro a existir em Portugal.

Uma visita à Vista Alegre é uma visita a um pouquinho da história de Portugal. Se está em Portugal, gaste um dos seus dias indo lá - e aproveitando para levar para casa um monte de peças da marca a preço de fábrica (quem não adora uma pechincha?). Se não está em Portugal, caminhe até à Haddock Lobo para conferir o que estou dizendo. Se não está em São Paulo, também, visite a página na internet e escolha já qual o próximo presente que vai oferecer. A alguém ou a si, mesmo! :)

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