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Das sete colinas lisboetas direto para São Paulo

Opinião|Estamos em guerra

Atualização:
© 2010. All Rights Reserved. Foto: Estadão

A gente não quer acreditar, mas a verdade é realmente essa: estamos em guerra, aqui na Europa. A primeira vez que a palavra foi dita, nesses dias, foi pela boca do presidente francês, François Hollande. Disse o presidente que "a França está em guerra". Logo de seguida, Hollande invocou junto da Comissão Europeia o artigo 42.7 do Tratado Europeu. Na verdade, quem invocou foi o ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian. Essa cláusula determina que haja solidariedade entre Estados-membros no caso de haver agressão contra um país da União.

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França tem realizado várias ofensivas na Síria, desde esta segunda-feira, em resposta aos atentados que na sexta-feira vitimaram mais de uma centena de pessoas no coração da cidade de Paris. O país está determinado a destruir, por via da força, o auto-denominado Estado Islâmico (EI), enquanto David Cameron pede calma e Barack Obama também não avança resoluto.

Com o pedido de apoio oficial junto da União Europeia, França está chamando à responsabilidade todos os Estados que, de alguma forma, têm fechado os olhos ao extremismo que tem assolado o mundo desde o agravar das ações do EI. Essa manhã de terça-feira já se adiantava que podia estar em causa o espaço Schengen - que prevê fronteiras abertas entre os cidadãos dos países que lhe pertencem -, que as fronteiras do Velho Continente se fecharão, que os líderes europeus são chamados a uma resposta conjunta e urgente, que Vladimir Putin também precisa reagir agora que foi provado que o avião que explodiu há umas semanas foi atacado por terroristas.

Ainda não se sabe se o pedido do ministro da Defesa francês vai ser aceite, mas para além do Tratado Europeu, França pode ainda invocar o 5.º artigo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) que garante apoio militar no caso de um ataque a qualquer membro da Aliança Atlântica.

Contas feitas, e estamos em guerra. Nunca pensei dizer isso - nunca olhei para a Europa como um lugar que pudesse voltar a entrar numa guerra. Mas agora é para valer. Estamos em guerra contra o Estado Islâmico. E curiosamente, sinto que não poderíamos lutar de outra forma: precisamos cortar o mal pela raiz. Mesmo que isso tenha um custo elevado para nós.

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Opinião por Margarida Vaqueiro Lopes
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