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Em Siena, os ecos de uma herança medieval

Por monicanobrega
Atualização:
Torre Mangia é o ponto mais alto da Piazza del Campo, epicentro turístico e da vida local de Siena. Fotos Stefano Rellandino/Reuters Foto: Estadão

Bia Reis / SIENA

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Cercada por campos de oliveiras e parreirais, encantadora por sua arquitetura gótica, pequena em tamanho: são 25 mil habitantes apenas, espalhados em 118 quilômetros quadrados de território total, mas com centro urbano em tamanho exato para ser desbravado a pé. A Siena das vielas que transpiram história, enfileiram floreiras nas janelas e obras de arte nas ruas e nos museus é uma das mais belas cidades medievais da Itália.

Epicentro turístico e da vida local, a Piazza del Campo acolhe os visitantes e os moradores que se acomodam ao ar livre quando o tempo está bom. Há cafés com mesinhas na calçada e restaurantes. Sentar ali é admirar a história local de camarote. A praça foi erguida em meados do século 12 sob ordem do Consiglio dei Nove, um grupo de burgueses em guerra com os senhores feudais da ocasião, no exato ponto onde antes existia um mercado romano.

Em 1346, a praça ganhou a Fonte Gaia na parte mais elevada. Ficam ali os painéis que reproduzem a mítica cena da criação da Itália, a da loba que amamentou os gêmeos Rômulo e Remo. São reproduções: os originais, feitos por Jacopo della Quercia no início do século 15, foram levados ao Complesso Museale Santa Maria della Scala (santamariadellascala.com), outra visita interessante.

Na parte baixa da Piazza del Campo, o Palazzo Comunale é uma linda construção em estilo gótico de 1297, onde funciona a prefeitura. E também um imperdível mirante: a Torre del Mangia deixa ver a cidade de uma altura de 102 metros, mas cobra seu preço em euros (8 euros) e em disposição física. É preciso subir 500 degraus, em grupos de 30 turistas por vez, o que pode demandar alguma paciência para esperar a vez.

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Também no perímetro da praça central está o Museo Civico (8 euros), que, diferentemente dos demais, possui afrescos que foram encomendados pelo governo. Por isso, seus desenhos retratam não as tradicionais cenas religiosas, mas acontecimentos históricos, como a campanha de unificação da Itália. Entre as obras-primas do museu destaca-se Maestá, de Simone Martini. Concluída em 1315, é a primeira obra do pintor, que mostra a Virgem cercada por santos e anjos.

Como a bandeira. Em verde, branco e vermelho, a fachada tricolor do Duomo, projetada por Giovanni Pisano, destaca filósofos e profetas do século 13, quando a catedral começou a ser construída (em 1215). É considerada obra-prima da arquitetura gótica italiana.

O passeio é outro dos fundamentais e repletos de referências visuais do que se deve fazer em Siena. No interior, 56 painéis decorados por 40 artistas, produzidos durante cerca de dois séculos, tratam de temas históricos e bíblicos. Na Libreria Piccolomini, salão erguido para receber os livros que pertenceram ao papa Pio II, afrescos pintados entre 1502 e 1507 mostram episódios da vida do então pontífice.

Durante o passeio você aprende que, mais de cem anos depois da construção original, o governo local decidiu ampliar a catedral para transformá-la em uma das maiores igrejas italiana. Surgiu, então, o Duomo Nuovo, que não foi concluído por causa da peste negra, que assolou a Europa a partir de 1348.

Também faz parte do complexo o Museo dell'Opera, um dos museus privados mais antigos da Itália. Nele estão as imagens originais que enfeitavam a catedral. Uma observação atenta revela distorções e inclinações: as imagens foram projetadas para serem vistas de outro ângulo, a partir do chão. Mais: operaduomo.siena.it; passe para todo o complexo a 12 euros.

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Entre bairros. A tradição começou no meio do século 17. Para celebrar uma suposta aparição da Virgem Maria pelos arredores, criou-se uma corrida de cavalos que ocupa a Piazza del Campo em 2 de julho e 16 de agosto.

Desfile antecede a disputa do Palio de Siena Foto: Estadão

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Participam do Palio de Siena representantes de 10 dos 17 bairros (ou paróquias) da cidade, que disputam a posse de um estandarte de seda enfeitado com seus símbolos próprios. Primeiro, desfilam em trajes históricos; depois, dez cavaleiros e seus cavalos galopam, em alta velocidade, por uma pista de terra instalada para a corrida. Trata-se do principal evento turístico da Toscana. No dia da festa, é preciso chegar à praça com quatro a cinco horas de antecedência. Para ver de camarote do terraço de um dos cafés, o assento chega a custar 400 euros, com reserva feita via agências de turismo da cidade cerca de um ano antes. Mais informações: ilpalio.org.

Como chegar: A rodoviária é mais bem localizada que a estação de trem e há mais frequências de ônibus disponíveis. Desde Roma (Tiburtina), 24 euros cada trecho com a Autolinee Sena (sena.it), em 2h30; desde Florença, 1h15 e 10 euros com a mesma empresa. Mais informações: site de turismo de Siena: comune.siena.it.

 

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