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Festeira por vocação, Edmonton destaca artes

Menos lembrada pelos turistas do que a vizinha Calgary, a capital de Alberta não deve nada em animação: promove 30 festivais ao longo do ano e guarda uma galeria de encher os olhos

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Por Fabio Vendrame
Atualização:

Vista de Edmonton no verão - Foto: Nathalia Molina/Estadão

EDMONTON

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Uma colcha de patchwork. Do avião, as pradarias canadenses parecem retalhos emendados numa harmoniosa composição. No chão, a caminho da cidade de Edmonton, elas ganham profundidade. Não dá para imaginar onde termina aquele risco verde amarelado.

Seguimos nos afastando do aeroporto. À direita, aparece a ferrovia, a mesma que percorri anos antes rumo às Montanhas Rochosas a bordo do The Canadian, trem emblemático da VIA Rail (administradora do transporte ferroviário no país) que risca o mapa do Canadá de Toronto a Vancouver. Edmonton foi uma parada, mas não tive a oportunidade de descer para explorar a cidade naquela ocasião.

Minha atenção volta para o asfalto. Vão surgindo dezenas de centros comerciais e muitas megastores de móveis e decoração. Até que a avenida estreita e fica ladeada por lojas.

Estamos na cidade. Edmonton tem prédios altos, mais altos do que eu poderia supor. Pudera: o posto comercial estabelecido pela Hudson's Bay Company no fim do século 18, em função do comércio de peles, hoje é uma das cidades do maior polo petrolífero do Canadá, após a descoberta de reservas em 1947 na vizinha Leduc.

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Teatro. Capital de Alberta, Edmonton não é tão famosa entre os turistas quanto Calgary, conhecida pela Stampede, festa com rodeio, corrida de diligências e shows, realizada desde o fim do século 19 - começou como uma feira agrícola. Mas se orgulha do slogan de Cidade dos Festivais. São pelo menos 30 a cada ano, dedicados a música, arte, entretenimento, esporte e cultura. O International Fringe Theatre Festival leva em média 500 mil visitantes à cidade, atraídos por cerca de 1 mil espetáculos. Neste ano, ocorre de 14 a 24 de agosto.

Art Gallery of Alberta - Foto: Nathalia Molina/Estadão

Em qualquer época do ano, imperdível em Edmonton é a Art Gallery of Alberta. Pela coleção, com 6 mil objetos entre pinturas, fotografias, instalações e esculturas. Pela arquitetura, com curvas, textura e luz, em traços que na primeira olhada remetem ao Museu Guggenheim Bilbao, no norte da Espanha.

Randall Stout, arquiteto da Art Gallery, trabalhou anos para o escritório de Frank O. Gehry, autor do projeto do museu espanhol. Para o desenho curvilíneo e a escolha do material metálico do prédio de Edmonton, Stout se inspirou na aurora boreal, nos vagões dos trens e no vale serpenteado do Rio North Saskatchewan, que atravessa o centro da cidade.

Fundada em 1924, a Art Gallery of Alberta ganhou o prédio novo em 2010. Fica na Sir Winston Churchill Square, praça central da cidade.

Além da indispensável visita às salas de exposição e de apreciar a interação da arquitetura com a área externa, é bom reservar tempo para a loja, cheia de presentes interessantes para crianças, de bonecos a caderninhos. Também estão lá quebra-cabeças com fotos da tal ferrovia, tão importante para o desenvolvimento dessa parte do Canadá.

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Sanduíche com carne de bisão - Foto: Nathalia Molina/Estadão

Sabor a mais. Carne típica da região, o bisão tem gosto forte. No Zinc, restaurante da Art Gallery, você prova um sanduíche delicioso feito com ela. O lugar é ótimo para relaxar, ver a vida passar lá fora pelas paredes de vidro, e para comer algo rápido como macarrão, salada ou um reforçado sanduíche.

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Para um jantar suculento, o Hardware Grill atende bem ao propósito, com cozinha contemporânea e iguarias preparadas com ingredientes regionais. O cardápio apresenta um New York steak com os tomates mais gostosos que já provei. Docinhos, sem nenhuma acidez. Com iluminação difusa, o ambiente mistura decoração rústica com toques modernos.

Depois disso, só me restou voltar para o conforto do quarto do Fairmont Hotel MacDonald. A construção de 1915 foi restaurada nos anos de 1990 e oferece facilidades como duas piscinas. Uma delas, de hidromassagem aquecida, cai muito bem depois de uma caminhada puxada por Edmonton. Eu usei na chegada do Brasil e, após horas de voo, me senti de novo no céu. / NATHALIA MOLINA, ESPECIAL PARA O ESTADO

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