Sarah Khan / CIDADE DO CABO
THE NEW YORK TIMES
Quem entra na I Love My Laundry, na Heritage Square da Cidade do Cabo, pode ter a impressão de estar em um sofisticado wine bar. A sala estreita é dominada por uma mesa comunal cercada por 16 cadeiras de encosto alt0 e parece que a única ligação entre o nome peculiar e o estabelecimento são as fileiras de roupas misturadas com pôsteres de arte e almofadas em oferta. Mas se você prestar atenção, ouvirá o barulho das lavadoras de roupa.
I Love My Laundry (ilovemylaundry.co.za) é um bar de dim sum. E uma loja de arte e de vinhos. E a entrada para uma lavanderia, que, na verdade, é a principal atividade do espaço. A casa faz parte de uma nova onda de negócios híbridos sob o mesmo teto. E há boas razões para esperar mais coisas do tipo este ano, quando a cidade se torna a Capital Mundial do Design.
"Qualquer coisa artística, fora do comum e estilosa funciona por aqui", diz o dono da loja, Clayton Howard. "Quanto mais estranho e diversificado, maior o sucesso." Uma explicação mais prática, contudo, sugere que a desaceleração da economia forçou empreendedores a procurar formas originais para gerar renda.
Qualquer que seja a razão, deu certo. O Pedersen and Lennard's Woodstock Exchange (lennard.co.za) vende, além de mobília, café, tortas e sobremesas. Já o Haas Design Collective (haascollective.com) começou em 2010 como uma galeria de arte e ganhou um restaurante emplumado. No piso superior, há uma agência de publicidade.
Duas lojas de motocicletas são também um café, Los Muertos Motorcycles (losmuertosmc.com) e House of Machines (thehouseofmachines.com). Comida e moda são outro mix popular. Há seis anos, Loading Bay (loadingbay.co.za) serve hambúrguer com fritas trufadas e vende roupas masculinas de marcas internacionais.
A Latitude 33 (lat33.co.za) tem atmosfera surfista e uma prancha instalada sobre o bar. Subindo as escadas, uma seleção de marcas australianas cercadas por retratos contemporâneos da artista local Olivia Franklin. Descendo, o restaurante de Gareth Walford, cujas credenciais incluem os refinados hotéis Saxon e Michelangelo, de Johannesburgo. "Tem gente que vem ao restaurante e compra roupas; outros vêm pelas roupas e levam arte. Todos ajudam uns aos outros", diz Walford.