PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Blog do Viagem & Aventura

Miniguias da Copa 2014: Manaus

Adriana Moreira

Foto do author Adriana Moreira
Por Adriana Moreira
Atualização:

No coração da Amazônia pulsa uma cidade caótica, de trânsito intenso, com sabores únicos e uma bela e preservada arquitetura, herança do Ciclo da Borracha. Ao seu redor, a floresta - e um sem-fim de passeios para explorar esse ecossistema tão peculiar. A escolha de Manaus como uma das cidades-sede da Copa do Mundo foi muito controversa, mas uma coisa ninguém discute: sua vocação turística.

PUBLICIDADE

[galeria id=11170]

Uma pena a cidade não usufruir do tão falado "legado" da Copa: o monotrilho prometido não saiu do papel e o aeroporto, com sorte, deve ficar prontos às vésperas do Mundial. As atrações históricas, contudo, não farão feio: o Mercado Adolpho Lisboa foi renovado recentemente e o Teatro Amazonas sempre arranca suspiros.

Quanto à hospedagem, Manaus vai além dos meios tradicionais. Hotéis de selva e barcos-hotéis são uma alternativa charmosa. O Iberostar Grand Amazon, por exemplo, funcionará como hotel -flutuante de 16 a 22 de junho. O sistema continuará all-inclusive, mas os passeios serão pagos à parte. Ainda há vagas e as diárias custam a partir de R$ 520 (mínimo duas noites).

Vale lembrar ainda que o tradicional Festival de Parintins ocorre logo depois do fim da primeira fase, entre os dias 27 e 29 de junho. Uma ótima razão para esticar um pouquinho mais a viagem (Parintins está a uma hora de voo de Manaus).

Publicidade

Dia 1Riquezas do passado O Largo de São Sebastião reúne os principais tesouros arquitetônicos da capital amazonense. A começar, é claro, pelo Teatro Amazonas (92-3232-1768), cuja construção começou em 1882, no auge do Ciclo da Borracha, sendo inaugurado em 1896. A cúpula leva 36 mil escamas de cerâmica vitrificadas e representam a bandeira do Brasil. Para conhecer a casa (e as belas pinturas no teto), é possível fazer visitas guiadas a R$ 10, de segunda a sábado - não é preciso agendar.

Logo ao lado, o Centro Cultural Palácio da Justiça, de 1900, funcionou como tribunal até 2006. Além de exposições temporárias e permanentes, o próprio prédio é uma obra de arte, com piso revestido por ladrinho hidráulico português.

Outro centro cultural, o Palácio Rio Negro, está a poucas quadras dali, assim como o Palacete Provincial, edifício mais antigo de Manaus (1875) que abriga cinco museus.

Volte para a Praça São Sebastião para provar o Tacacá da Gisela, o mais famoso da cidade. Feito de tucupi e jambu (que adormece a língua), com camarões secos, o caldo faz parte das obrigações turísticas na cidade. Ame-o ou deixe-o.

Caminhe pela orla do Rio Negro para conferir o vaivém dos barcos e iates e as várias feiras de produtos que chegam de vários pontos da Amazônia, num delicioso e colorido caos. Aproveite para passar no Mercado Adolpho Lisboa, recém-renovado. Inaugurado em 1883, ele é uma cópia do extinto Les Halles, de Paris. Ali pertinho estão também a Catedral Metropolitana, de 1877, e os prédios da Alfândega e Guardamoria, tombados pelo Iphan.

Publicidade

Na hora da fome, os restaurantes de Vieiraalves têm menu refinado - o Banzeiro explora os ingredientes amazônicos com delicadeza e está entre os mais bem cotados da cidade. Pratos para dois custam em média R$ 80.

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

À noite, volte para o centro. O Bar do Armando (Rua 10 de Julho, 593), alugado para a mesma família há 40 anos, é um ícone - quem sai dos espetáculos noturnos do Teatro Amazonas costuma parar ali para um lanchinho. O mais pedido é o sanduíche de pernil (R$ 14).

Dia 2No balanço do rio Sim, é um clássico. O encontro do Rio Negro com o barrento Solimões ocorre a 10 quilômetros de Manaus - um bate-volta simples e altamente recomendável. As águas correm lado a lado, sem se misturar, ao longo de uma distância que pode variar entre 6 e 18 quilômetros, de acordo com a época do ano. Coloque a mão na água para sentir a diferença de temperatura entre os dois rios. Diversos operadores oferecem o passeio, como a Amazon Explorers e a Fontur, com preços em torno de R$ 140.

O passeio inclui outras atrações (igarapés, comunidades ribeirinhas) e vai ocupar seu dia inteiro. Para relaxar, siga para a Praia de Ponta Negra, iluminada à noite e repleta de quiosques animados à beira-rio. Se você fizer o tipo esportista, o local é ótimo para correr, andar de bicicleta, patins. Ou apenas caminhar, sem pressa.

Dia 3Cachoeira amazônica Quem tem agenda corrida, mas não quer sair de Manaus sem ver um pouquinho de Amazônia, pode a matar a vontade de selva no Bosque da Ciência, onde os visitantes observam a natureza caminhando em uma passarela suspensa. É também sobre uma passarela que os visitantes vêem as onças do Zoológico do CIGS (92-2125-6402), outro tour interessante para se aproximar da fauna local.

Publicidade

Mas com um (ou mais) dias extras, o bom mesmo é se embrenhar nos arredores de Manaus. As cachoeiras de Presidente Figueiredo, a 133 quilômetros da capital, são uma ótima pedida - é possível ir de ônibus ou com as operadoras locais. Destaque para o passeio para a Caverna Maroaga e Gruta da Judeia, que só pode ser feito na companhia de um guia. Vá preparado: você vai querer se molhar em ambas as atrações.

Há ainda passeios de barco de um dia para o arquipélago de Anavilhanas, em Novo Airão, a 195 quilômetros de Manaus. Mas o ideal é separar uma semana por ali e explorar não apenas as ilhas fluviais (a maior parte delas, encobertas pelas águas no período da Copa), como também o Parque Nacional do Jaú, com áreas de floresta intocadas. Consulte os barqueiros da Associação de Turismo de Novo Airão sobre os passeios - ou as operadoras de turismo de Manaus.

 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.