Felipe Mortara
O sexto dia de viagem trouxe à tona outro desafio que será constante daqui por diante: o frio. Saindo de Pangboche sentimos a neve que caía por vezes implacável com o vento, embelezando por instantes o horizonte. Mas, no fim das contas, a caminhada de 2h30 anunciaria a noite mais gelada da viagem.
Dentro dos quartos dos lodges não há calefação. Tal conforto é encontrado, em geral, em apenas um ambiente, normalmente no restaurante. Ou seja, fomos dormir e acordamos soltando vapor pela boca. O sleeping se faz muito muito útil e, no Himalayan Hotel, ainda há uma coberta que ajuda. Mas o problema maior é durante a madrugada, quando precisamos ir ao banheiro. Aí, sim, no meio da noite a coisa fica realmente sofrida.
Por conta da altitude - já estamos acima dos 4 mil metros -, mantemos um ritual constante de hidratação, seja com água ou chá. Esta tem sido uma recomendação desde o começo por parte dos guias da Grade 6 Viagens, que acompanham o tempo todo se o grupo está bebendo quantidades suficientes de água.
Como estamos cada vez mais longe de grandes centros urbanos, a água vai ficando mais rara - e cara. Se no primeiro dia de viagem uma garrafa custava 100 rupias nepalesas (R$ 2,30), hoje não sai por menos de 250 rupias (R$ 5,70). Pelo menos a parte dos chás alegra a vida, já que costumam ser abundantes e saborosos, como o chá de limão e o de rododendro - árvore típica do Nepal que produz um chá encorpado e perfumado, com um quê de canfora e mentol no final.
Ansioso para a noite de hoje, deveremos nos agasalhar ainda mais. Amanhã seguiremos viagem de Pheriche rumo a Lobuche, onde o acesso à internet deve ser mais escasso. No entanto, estamos na expectativa de uma grande novidade para contar para vocês em breve. Fiquem ligados!