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Blog do Viagem & Aventura

Pausa de primavera, como se não houvesse amanhã (ou não)

Mônica Nóbrega

Por monicanobrega
Atualização:

De maquiagem carregada, as meninas de minissaia e vestidinho até parecem um pouco mais velhas. Garotos exibem o tanquinho em agarradas camisetas Abercrombie & Fitch. E todos, todos bebem, dançam, bebem, gritam, riem, bebem e pagam micos memoráveis (ou esquecíveis, dependendo do teor alcoólico), como se não houvesse amanhã.

Ah, o spring break em Cancún... Todo mês de março, quando a imprensa (e o Twitter, e o Facebook, e agora o Pinterest) começa a circular fotos da festa adolescente mais aguardada pelos americanos, lembro que estive por lá em um mês de março desses últimos, e vi.

 Foto: Estadão

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O que foi que vi? Primeiro e muito importante, vi que quem já passou da idade, ou nunca considerou que sua paciência pode ser esvaziada em baladas sem hora para acabar e bebedeiras homéricas não precisa ter medo. Não precisa desistir de Cancún, se a data possível para as férias é essa mesmo e fazer o quê. A turma da "semana do saco cheio" que compõe a horda de teens - ok, universitários - no balneário mexicano nem de longe fica quieta no seu canto. Mas tem endereços específicos.

De forma que tomar o cuidado de escolher um hotel fora do radar da moçada reduz muito a chance de esbarrar em algum grupo involuntariamente. Em outras palavras: fique longe dos all-inclusive (veja a lista completa aqui e, claro, pergunte ao hotel antes de fechar a reserva) e seu pedaço de praia será relativamente calmo. E as pool parties ocorrerão a distâncias seguras da sua piscina.

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 Foto: Estadão

Restaurantes também são territórios da calmaria. O foco da moçada é beber, não comer. Shoppings: sinal amarelo. Tendendo ao verde (pode tentar, por sua conta e risco) no bacanudo Luxury Avenue e ao vermelho (melhor evitar) no mais descontraído La Isla.

Mas, bem, você é curioso o suficiente para querer dar uma olhada no que um garoto de saco cheio faz para esvaziá-lo. Pois bem: hora de caminhar na praia. Pequenas multidões de meninos e meninas estão sempre ao alcance. Entre o mar e as espreguiçadeiras na areia, estarão fazendo coisas impressionantes para promover contato físico entre eles e entornar bebida de todas as formas possíveis. São verdadeiros acrobatas.

 Foto: Estadão

A disposição para acrobacias e para o absurdo não passa despercebida aos entertainers das casas noturnas. Na Coco Bongo, que enche suas noitadas de covers de pop stars de ontem e de hoje como Beyoncé, Madonna, Freddie Mercury e Michael Jackson, e de performances à la Cirque du Soleil executadas por personagens do cinema, garçons têm o cuidado de entornar vodca à vontade na garganta das meninas. Encharcadas, elas sobem no balcão para dançar e topam embarcar em um voo sobre o público no colo do Máscara ou do Homem Aranha. Lembra a minissaia e o vestidinho? Pois então, não há nada por baixo.

No Señor Frog's, o mestre de cerimônias convida os rapazes a tirar a camisa no palco - trata-se de um concurso de abdomes, sendo o melhor escolhido pelo público, via palmas. Em outro momento da gincana, vai quem quer até um tobogã que lança os participantes diretamente nas águas da Lagoa Nichupté, ao lado de uma escadinha que, escalada, leva o baladeiro ensopado de volta ao salão. Ninguém parece se importar com a circulação dos seres desfigurados e molhados. Certamente porque estão todos ocupadíssimos em esvaziar copos plásticos em formato de ampulheta com capacidade para 1 litro de cerveja, antes que o líquido esquente.

No meio disso tudo, promotores agarram os desavisados para uma sessão de vodca em spray e chacoalhões na cabeça, da qual você sai sem saber direito quem é. Hora de entrar no primeiro táxi de volta ao hotel. Você não é mais adolescente, lembra?

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 Foto: Estadão
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