Foto do(a) blog

Blog do Viagem & Aventura

Torcendo longe de casa

A cada quatro anos o torcedor brasileiro revela sua paixão de futebol. Horário de jogo é sagrado: não há praticamente ninguém nas ruas, a menos que houver um telão ou uma televisão dando sopa no caminho. Torcer pela seleção é o esporte nacional.

PUBLICIDADE

Foto do author Adriana Moreira
Por Adriana Moreira
Atualização:

Mas como é a mobilização pelos jogos quando se está longe de casa? Acredite: ver jogos do Brasil fora do Brasil é uma ótima experiência. Mesmo no exterior, o brasileiro faz questão de manter o mesmo ritual: roupa verde e amarela, corneta (ou vuvuzela, para usar a palavra da moda) em mãos e velhos gritinhos de guerra são ouvidos a milhares de quilômetros do território nacional. E nem estamos falando das cidades-sede.

PUBLICIDADE

Quem mora ou está viajando durante o Mundial tem a oportunidade de acompanhar a torcida não só de seus compatriotas, mas também de estrangeiros. É quase como um código de conduta: eu torço para o seu e você torce para o meu. E tudo fica ainda mais animado e divertido.

Em 2006, estava na Espanha quando a Copa começou. Para assistir à estreia da seleção contra a Croácia, um grupo de brasileiros (eu incluída)fizemos uma arquibancada bem internacional no bar de uns amigos. E lá estavam, torcendo juntos, os mais autênticos exemplares tupiniquins ao lado de alemãos, holandeses e espanhóis. Todos vestindo as cores do Brasil, empunhando apitos, bandeirolas. Quando o Brasil fez o gol da vitória, por 1 a 0, houve até "ola".

Também estava fora de casa durante as quartas de final, no mesmo ano, na partida contra a França. Dessa vez, as cores verde e amarela subiram a montanha na direção de Machu Picchu. Os deuses incas talvez tenham ficado enciumados de dividir a atenção com a equipe comandada então por Parreira. E foi segundos antes de entrar no trem que nos levaria de volta a Cuzco que vimos, em uma televisão bem pequena, pendurada em uma lanchonete da estação de Águas Calientes, o fulminante gol de Henry.

O pior foi passar as três horas de viagem até Cuzco sem saber se a seleção havia conseguido reverter o placar. Ao menos ter conhecido a bela cidadela inca serviu de consolo à eliminação.

Publicidade

 Foto: Estadão

Desta vez, estava na estação de esqui de Valle Nevado, no Chile, quando as duas seleções se enfretaram Foi a partida mais divertida que já pude presenciar. Como se houvesse um miniestádio de futebol, mas onde as torcidas não precisassem ficar separadas. Brasileiros e chilenos, cada qual empunhando sua bandeira, cantando seus hinos e se provocando mutuamente, torceram juntos.

  Foto: Estadão

Sigo no Chile até sábado - o que significa que, mais uma vez, verei a seleção jogar enquanto estou em terras internacionais. A torcida brasileira aqui da estação de Portillo já está mobilizada: as cores da seleção invadiram os corredores. Haja coração.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.