Por estar localizada às margens do Oceano Atlântico, é um importante centro portuário do país e também um dos principais centros de estudo e pesquisa canadenses. Sem dúvidas, essa região tem peculiaridades que a diferem do restante do Canadá, tanto físicas quanto culturais.
E a história explica: No início do século XVII os escoceses foram os primeiros europeus a se estabelecerem aqui, por isso Nova Scotia tem esse nome. E a origem escocesa não para por aí... Ela também aparece na bandeira da província, que é a mesma da Escócia só que com as cores invertidas, acrescida do brasão real escocês.
Outra curiosidade interessante é que quando o Titanic se chocou com um iceberg em abril de 1912, o porto mais próximo do acidente era o de Halifax. Hoje, as centenas de corpos estão sepultadas em três diferentes cemitérios da capital. O Museu Marítimo do Atlântico reúne uma série de objetos do navio e de seus passageiros para os visitantes que querem se aprofundar ainda mais na história desse terrível acidente.
Mas o que mais me chamou a atenção em Halifax foi o tour por Citadel, que na época foi construído para servir como base naval para a frota britânica proteger a cidade. Fortes de madeira no alto aplainados no morro cumpriram muito bem essa tarefa, até que em 1856 foram substituídos pela fortaleza atual. O forte é hoje um dos monumentos nacionais históricos mais visitados no Canadá e símbolo de defesa do território.
Antes de subir a escadaria para se chegar à Citadel, uma parada para admirar o Town Clock. Esse relógio na torre foi construído em 1803 a mando do Príncipe Edward, pai da Rainha Vitória, que na época era comandante-chefe das forças britânicas na América do Norte. Diziam que o príncipe era obcecado pela pontualidade das tropas do forte e por isso mandou projetar as quatro faces do relógio onde todos os cidadãos pudessem vê-lo. Missão cumprida!
Chegando lá em cima é possível ter uma visão muito privilegiada de Halifax. Citadel tem o formato de uma estrela de oito pontas, o que facilitava sua defesa, onde os soldados podiam atirar de todos os ângulos possíveis. Felizmente, isso nunca precisou ser feito, já que a cidade nunca sofreu qualquer tipo de ataque.
Estar em Citadel é como entrar em uma máquina do tempo e voltar a 1869. Logo na entrada é possível ver soldados trajados a rigor, vestindo o kilt, esse saiote escocês, juntamente com o cinto super tipico, meias nas canelas e o tradicional chapéu. Ali, todas as pessoas se vestem a caráter, sejam militares, sejam civis. Por isso, entrei na onda e também me reproduzi conforme mandava o figurino. Foram pelo menos 60 minutos (e só não foi mais porque tive ajuda) pra conseguir estar com todos os itens da roupa cuidadosamente no devido lugar.
De maio à outubro, que são os meses mais quentes do ano no hemisfério norte, Citadel se transforma em um 'museu-playground', onde é possível percorrer os pátios e instalações, visitar o museu que conta toda a história do exército canadense através de documentos, fotos e artefatos, conhecer alguns dos mecanismos de defesa do complexo, ouvir a famosa gaita de fole escocesa, ver a troca da guarda e participar da marcha do canhão.
Diariamente, um dos canhões sobre a muralha, conhecido por Noon Gun, é acionado ao meio-dia desde 1856, servindo como referência horária aos cidadãos de Halifax. Sugiro chegar antes disso, para assistir ao disparo do canhão que é bem estrondoso e inesquecível!
E minha experiência como soldado não parou por aí... Após assinar meus formulários de alistamento, aprendi diversas táticas militares e fiz diversos exercícios para então disparar o autêntico rifle Snider-Enfield. Um momento único que só é oferecido aqui.
Sem dúvidas, Citadel foi um lugar que marcou a história e também a minha memória!
AGRADECIMENTOS: