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Duas jornalistas caem no mundo unindo duas paixões: viajar e ajudar o próximo. Aqui, elas relatam as alegrias, os perrengues e os aprendizados dessa experiência.

Do outro lado da África

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Por Bruna Tiussu
Atualização:
Campala vista do alto. Foto: Bruna Tiussu

Pela janela do avião, um grande lago rodeado de áreas verdes bem demarcadas. Pela janela do táxi, pouco depois de deixarmos o aeroporto, um, dois, três shoppings centers ao melhor estilo norte-americano. E no centro da cidade, prédios altos, iluminados e gente vestida de escritório indo de um lado para o outro.

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A chegada em Campala, a capital da Uganda, causou em mim a mesma sensação de quando cheguei em Acra, em Gana: li tudo o que pude sobre essa cidade, sobre esse país. Ainda assim, sinto que não sei nada sobre eles.

A atmosfera cosmopolita de Campala põe abaixo todo o nosso pré-conceito de África subdesenvolvida. E intriga. Afinal, Uganda tem somente 55 anos de independência -- efeméride, aliás, comemorada hoje. E que passou por um horroroso período de guerra civil de 1970 a 1986, quando enfim o atual presidente, Museveni, assumiu o poder -- sim, o cara está no cargo há impressionantes 31 anos.

É claro que existem semelhanças com o que vi em Gana, com a África-do-lado-de-lá. Como os tro-tros (aqui chamados de táxis ou matatus), o trânsito pesado e caótico, os mercados abertos (ainda que em menores proporções), as tradições das tribos presentes no dia a dia das comunidades e as brincadeiras com os brancos (de obruni tornei-me muzungu).

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Templo Bahá'í, um dos oito existentes no mundo. Foto: Bruna Tiussu

Mas há muita, muita diferença. Num primeiro contato já destaco o inglês bem falado por gente de classes variadas, a presença de santuários de crenças distintas (mesquitas, igrejas, templos hindus e até bahá'í), de multinacionais e grandes redes hoteleiras, a enorme oferta de restaurantes e cafés (com opções coadas, obviamente. Para minha alegria, o café é o principal produto agrícola de Uganda) e uma vida cultural/noturna agitada.

Tal cosmopolitismo, porém, também alcança quesitos como a segurança. Caminhando às 19h, no centro, um sujeito de moto tentou levar minha bolsa. Não conseguiu. Mas deixou o alerta de que Campala não é mesmo Acra.

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