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Viagens, cultura e histórias pela América do Sul

O pirarucu fez a conexão Amazonas - São Paulo

O peixe, manejado de maneira sustentável, será vendido nas lojas do Pão de Açucar, como o "bacalhau da Amazonia".

Por Paulina Chamorro
Atualização:

 Foto: Estadão

O piracuru é um peixe símbolo da Amazônia.

Muito procurado pelos ribeirinhos, quase chegou a sua extinção nos anos 90, por conta da sobrepesca.

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Até que na Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá (grande projeto idealizado pelo biólogo, especialista em primatas, Marcio Ayres, falecido em 2003) começou um trabalho sério de educação com os pescadores para explicar o sistema de manejo.

Um grande desafio, pois como conta Luiz Gonzaga, da Colônia de Pescadores, Z - 32, de Amanã, "não dá pra pensar no verde, quando se está no vermelho".

Mais de 10 anos depois, a criatividade se somou aos bons resultados do manejo deste peixe que pode chegar aos 2 metros. Foi inaugurada a primeira indústria de salga do pirarucu, a única deste tipo em toda a América do Sul, que vai fornecer o "bacalhau da Amazônia".

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O projeto é resultado de uma parceria do Governo do Amazonas, da Secretaria de Estado da Produção Rural e o Grupo Pão de Açúcar, que vai vender em suas lojas, por enquanto somente em São Paulo, esta produção. O projeto também tem apoio da Fundação Amazonas Sustentável.

O Grupo já comprou a primeira leva da produção: cinco toneladas de pirarucu salgado, que será vendido por enquanto apenas nas lojas em São Paulo.

É uma conexão direta da Amazônia com a maior cidade do país, pólo gastronômico, com um mundo de opções pela frente.

A primeira indústria de salga vai beneficiar diretamente 700 pescadores da Colônia de Amanã, que poderão continuar respeitando o manejo do pirarucu, tendo renda com sustentabilidade.

E o consumidor também uma opção de qualidade, com responsabilidade.

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Provei algumas criações culinárias no restaurante Dressing, de João Paulo Diniz, numa degustação que reuniu todos os atores desta bela história.

A empolgação dos representantes do governo era tamanha que o secretário de Estado da Produção Rural, Eron Bezerra, até brincou: "vamos vender agora o bacalhau da Amazônia para a Noruega".

A atriz Bruna Lombardi, também convidada para esta degustação, matou a charada: "este é o Brasil criativo, sustentável e que vale a pena se orgulhar."

 Foto: Estadão
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