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21 dias de peripécias no verão espanhol

Esta é a primeira parte do giro por terras da Espanha. Certeza absoluta? Só uma: o gran finale em Barcelona

Por Juliana Araújo
Atualização:

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Salvador Dalí e o Mediterrâneo eram as ambições desse primeiro dia. E meia hora ao volante foi tempo suficiente para sair do minúsculo Aeroporto de Girona e chegar a Púbol, onde o surrealista comprou um castelo para sua amada Gala (entrada a 7 euros). Depois de andar entre relógios derretidos e outras tantas obras, era hora de partir para Begur, 23 km à frente. Por lá, a esperada acolhida da água turquesa-esverdeada da Praia de Sa Riera e uma passada na Platja Nudista. Agora, de volta a Figueres, cidade natal de Dalí. A igreja onde ele foi batizado está de pé e os ótimos Teatro Museu Dalí (11 euros), onde fica o primeiro retrato que ele fez de Gala, e o vizinho Museu Dalí Joies, com acessórios desenhados pelo artista. Mais:

www.salvador-dali.org

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A jornada recomeçou em Roses, no norte da Costa Brava, a 30 km da França. O restaurante El Bulli, do chef Ferran Adriá, fica perto dali, nas falésias de Montjoi, mas não era uma opção possível: as mesas estão reservadas até o fim do ano. Gastei o tempo nas praias de Canyelles e Almadrava e em banhos de mar e caminhadas em Cap de Creus, até o horário de ver a Casa Museu Salvador Dalí, em Port Lligat, Cadaqués (exige reserva). E lá estava eu na casa onde o artista passou 52 anos, desde 1930. Entre as excentricidades, a Sala Oval, em formato de ouriço, e o Jardim das Xícaras. Para encerrar o dia, o típico café com gelo (1,60 euro) no Passeio Marítimo.

No caminho até o aeroporto de Reus, Barcelona se impôs no itinerário (a parada na cidade está programada para o fim da viagem). Com tempo até o embarque para Santiago de Compostela, a opção foi fazer um tour. Que começou com uma paella (8,60 euros) no bairro El Born, no restaurante Tasca i Vins (Carrer Disputació, 304). E seguiu pelas casas Batlló e La Pedrera, de Gaudí, e pelo bairro de Grácia, com clima de interior e vida noturna de metrópole. Mas a balada teve outro endereço, Cambrils, um povoado ao lado de Reus. O dia terminou com música no Parque Pinaret.

Entre peregrinos e monumentos, o desafio em Santiago de Compostela era tentar entender o clima de fé. A lotada Catedral, um dos monumentos mais importantes da Idade Média, em estilos românico e gótico, serviu como primeira pista. Estão na basílica, em uma urna de prata, os restos mortais de Santiago. E ainda um museu (5 euros) com tapeçarias, arte sacra e criações de Goya. Passagens dos testamentos antigo e novo foram esculpidas no Pórtico da Glória (

www.fundacionbarrie.org

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), na Praça Obradoiro. E a religiosidade marca até a gastronomia, na torta de amêndoas e no biscoito batizado de caprichos de Santiago. Visitas guiadas: Associação de Guias Turísticos da Galícia (00--34-981-569-890).

O dia prometia nada menos que "a melhor praia do mundo", segundo o jornal inglês The Guardian. É verdade que não foi possível conseguir reserva no camping (

www.campingislascies.com

), única opção de hospedagem. Mas só ver de perto, na tarde ensolarada, o mar turquesa da Praia de Rodas e admirar a revoada de gaivotas no alto da Pedra da Campá já valeu os 45 minutos da travessia de barco ( 18,50 com a Mar de Ons;

www.mardeons.com

) até as Isla del Medio, uma das três Islas Cíes (as outras são a Norte e a Sul). Antes, um passeio por Vigo, onde fica o porto de partida, a 87 km de Santiago. Do gratuito Museu de Arte Contemporânea (Rua do Príncipe, 54), segui para uma vista panorâmica no alto do Castelo do Castro. Na Rua Pescadería, pausa para o tira-gosto: mulheres limpam e servem ostras na rua (6 a 12 euros a porção).

As primeiras tapas que provei me levaram a uma cidade a 20 quilômetros de Santiago: Padrón. Há mais de um ano, os pimientos que levam o nome da localidade são meu petisco preferido. Após 20 minutos de trem (2,60 euros), comecei a visita pelo bem cuidado Jardim Botânico. Por ali, mulheres vendiam a iguaria crua (2,50 euros o pacote de 400 gramas). Preferi cometer uma extravagância e seguir para o elegante restaurante Chef Rivera (

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www.chefrivera.com

). Os clientes tinham mais de 50 anos e, apesar da mochila, fui muito bem tratada. Pedi pimientos (5,88 euros a porção) e polvo na chapa (14,98 euros) - o melhor prato de frutos do mar que comi na vida.

7. Comecei no Teatro Campoamor, sede do prêmio de artes Príncipe das Astúrias, o tour por Oviedo, a cidade preferida de Woody Allen. A visita à catedral gótica e ao seu Museu Diocesano (2,50 euros) é básica, bem como o Bulevar da Sidra (a Calle Gascona). Em busca de praia, peguei o trem para Gijón e me vi no lugar mais surpreendente até agora. O centro velho fica em uma península; o Parque Cerro de Santa Catalina tem o Mar Cantábrico na paisagem; e a Praia de San Lorenzo consegue manter sua faixa de areia apenas até as 17 horas - depois, o mar engole tudo. Vale visitar ainda as Termas Romanas de Campo Valdés e o agitado bairro de Cimadevilla.

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