6 cuidados essenciais para um 'buen camino'

Confira alguns cuidados para percorrer o Caminho de Santiago

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Por Felipe Mortara
Atualização:

1 – MOCHILA

Peregrinos emVillafranca Montes de Oca, próximo a Burgos Foto: Felix Ordonez/Reuters

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Assim como para viver em uma quitinete, para passar 30 dias “morando” em uma mochila é preciso organização, metodologia e desapego. Você vai carregar tudo o percurso inteiro, então é bom ter uma ideia do que lhe é de fato imprescindível. Recomenda-se jamais levar mais do que 10% do próprio peso dentro da mochila. A arrumação também conta, já que o peso bem distribuído torna o carregamento muito mais suportável. Enrolar camisetas, encaixar meias nas entranhas da mochila e deixar os itens mais pesado, como saco de dormir, no fundo, são alguns dos pilares desta engenharia. 

2 – ALONGAMENTOS

Antes, durante e depois, são fundamentais para manter o peregrino sadio e animado. Puxar a musculatura das pernas, esticar as partes anterior e posterior. É preciso permanência nas posturas para que seja efetivas e deixem os músculos bem irrigados. O quadril também deve ser articulados e movimentado com giros. Não se esqueça das costas, de alongar bem os ombros, braços e antebraços. Até os pulsos, que seguram o cajado ou bastões de caminhada, deve estar aquecido. Cada detalhe conta ao longo de 30 dias.

3 – BANHOS

Jamais tome banho pela manhã. Durante a rotina nas cidades, muitas vezes acreditamos que é preciso molhar o corpo para despertá-lo e poder encarar o trabalho. Porém, a pele molhada, especialmente a dos pés, fica mais propensa a criar bolhas. Mais sensível, acaba se tornando delicada e, com o atrito com a meia e a bota de caminhada (tênis, nunca!) pequenas lesões aparecem. Algumas pessoas indicam o uso de vaselina nos pés para diminuir este atrito, mas cabe a cada um perceber como reage. Um dos seguidores do nosso grupo de WhatsApp (11-94158-9679) indicou o uso de duas meias para diminuiur as chances de bolhas: uma fina de algodão e bem absorvente e outra grossa por cima, apropriada para marcha.

4 – ÁGUA

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 Em uma caminhada de longa distância água é fundamental. Nunca deixe para tomar só quando tiver sede, o corpo deve ser abastecido antes de querer. É preciso hidratar-se com goles curtos com bastante frequência, a cada 5, 10 ou 15 minutos, dependendo da intensidade do sol, do terreno ou da necessidade de seu organismo. Tão importante quanto a hidratação é a reposição, ou seja, comer alimentos leves e tomar isotônicos ou soluções de soro fisiológico em pó.

5 – ATENÇÃO

Apesar do cansaço, o esforço não termina quando o peregrino chega ao albergue. A preparação para o pernoite é uma etapa que, apesar de menos intensa, requer cuidados. O primeiro passo após chegar é alongar-se, em geral por volta das 14 ou 15 horas, e lavar as roupas e estendê-las. Ao pendurá-las nos varais, fique atento se não há meias, cueca ou camisetas similares, pois alguém pode apanhá-las por engano no dia seguinte. A mesma dica vale para suas botas e cajado, já que boa parte dos albergues pedem para que os peregrinos os deixem na porta, para não trazer sujeira para dentro – fique atento para não calçar a de ninguém, evitando deixar a sua bota perto de uma parecida. Não deixe de forma alguma seus valores longe de você, ou seja, doleira com dinheiro e passaporte vai junto para o banho, em um saquinho plástico. Durma com seus valores dentro do saco de dormir, não deixe o celular carregando na tomada ou bateria da câmera para fora.  

6 – SONO

Peregrino descansa em San Juan de Ortega, ao norte de Burgos Foto: Felix Ordonez/Reuters

O Caminho de Santiago fará parte da sua história e, assim como na vida, um terço do tempo você passará dormindo. Só que nos albergues você muito dificilmente estará sozinho num quarto. Por isso, prepare-se para dividir o ambiente com 12 ou mais companheiros de sono. Sim, depois de longos dias de caminhada a chance de ter ao seu lado alguém com um ronco de trovão é alta. Por isso, tampões de ouvido são muito bem-vindos. Além deles, máscaras de dormir (eye-shade) são úteis, uma vez que alguns peregrinos carecem de noção em relação aos momentos em que se pode ou não apertar o interruptor.

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