Nova Zelândia e sua aura hispter

Cervejarias artesanais, barbas estilosas, horta particular. Para os neozelandeses, não se trata de modismo, mas de um estilo de vida cercada pela natureza

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Por Vivian Codogno
3 min de leitura
Panorama deAucklanda partir daSky Tower Foto: Vivian Codogno/ Estadão

De Auckland

Por volta das 17h, o sol ainda queima as pernas que caminham expostas pela Ponsonby Road, localizada em um dos bairros mais boêmios de Auckland. Na calçada, entre ateliês e estamparias, uma caixa cheia de abridores de garrafas sem etiqueta de preço chama a minha atenção. Um homem nem tão velho, nem tão jovem, abre a porta. Pergunto se estão à venda e ele me convida a entrar no que percebo ser um antiquário. Sobre uma escrivaninha, ele corta um maço de brócolis. Que se segue por um pepino. Finalmente, responde: “25?”. Arrisco retrucar: “20?”. E ele devolve: “No. 25”. 

Bastam alguns bordejos pela cidade para assimilar que a recepção desajeitada, mas permeada por uma atmosfera tão autêntica quanto hipster, será uma regra divertida durante qualquer temporada na Nova Zelândia. Apesar de não ser a capital do país, cargo dado a Wellington, Auckland é a maior cidade em população, com 1,4 milhão de habitantes, e porta de entrada para os voos que chegam da América do Sul. 

Do Brasil, a forma mais rápida de chegar à terra dos kiwis – da fruta, do pássaro e dos neozelandeses, assim chamados – é por voos da Air New Zealand, com conexão em Buenos Aires, operação que começou em 2015 com três voos semanais. Ao todo, são cerca de 16 horas de viagem (13 horas ininterruptas). O aumento da procura por passagens durante o verão, porém, cresceu tanto que, até 13 de março, a companhia passou a oferecer cinco saídas semanais. 

Dono de antiquário corta maço de brócolis e pepino antes de negociar com clientes Foto: Vivian Codogno/ Estadão

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Forasteiros. O país comemora o aumento no número de viajantes da América Latina no último ano. Entre novembro de 2016 e novembro de 2017, o Brasil enviou 17.014 turistas para o país, crescimento de 30% em relação ao ano anterior. Da Argentina, aterrissaram 17.664 visitantes, aumento de 24%, e do Chile, 8.928, 16% a mais.

Dividido em duas ilhas, a Norte e a Sul, o país tem em seu território fragmentado 4,5 milhões de habitantes e, no turismo, é visto como o quintal da Ásia, de onde chegam grande parte dos visitantes. Por lá, os primeiros gritos de terra à vista foram dados pelos maoris, vindos da Polinésia, seguidos pelos ingleses, que colonizaram o país. Alemães, holandeses e escoceses também colaboram para a formação do sotaque local que, a princípio pode ser difícil de decifrar. Mas não se preocupe: uma população com expectativa de vida de 82 anos não tem pressa em repetir o que não entendemos.

Durante dez dias, exploramos, além de Auckland e seus arredores, dois destinos da Ilha Sul, a parte mais desabitada do país: Nelson, conhecida como a “cidade ensolarada”, e Wanaka, que tem sua história contada pelas variações de tempo e clima entre as estações. Esquisitices à parte, é roteiro suficiente para responder com a boca cheia a todas as vezes que alguém perguntar: “Mas você vai fazer o quê tão longe?”. 

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Como ir: não há voos diretos do Brasil para a Nova Zelândia. Com conexão, o voo SP – Auckland – SP custa a partir de R$ 3.421 na Latam , US$ 2.101 na Air New Zealand e R$ 4.786 na Aerolineas ArgentinasVisto: não é necessárioSite: newzealand.com 

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