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A colorida aventura de amanhecer nas alturas de Göreme

Por GÖREME
Atualização:

Anunciar que você irá visitar a Capadócia tem um efeito imediato: ouvir de conhecidos a aspiração de viver uma incrível experiência. Boa parte dela, vinda de um voo de balão. Confesso que o medo de altura não permitia que este repórter sequer imaginasse entrar em um cesto de proporções diminutas e subir ao céu com uma forma de locomoção tão rudimentar. Mas como ir a esta terra de cânions tão majestosamente esculpidos e negar-se o prazer de vê-los do alto? Entre a chegada na região e a hora do passeio foram 48 horas para criar coragem. Nesse período, aproveitei para absorver outras riquezas turcas e digerir incontáveis porções de falafel. Uma dessas riquezas foi a apresentação dos Dervixes Rodopiantes, no Saruhan Center ( 25 ou R$ 65). Seguidores do poeta Jalal ad-Din Muhammad Rumi, nascido no século 13, esses homens de aparência tranquila estão, na verdade, em transe. Os dervixes são da ordem sufi, braço místico do islamismo, e acreditam que a dança é uma maneira de chegar perto de Deus. Eles giram e param em sequências consecutivas e repetitivas em uma cerimônia que exige silêncio absoluto. O único som é o dos poucos instrumentos que os acompanham. Finalmente, chegou o dia do voo. Convencido a entrar na aventura, tive de madrugar - 4h25 no saguão do hotel, disse o guia. E basta descer ao hall para perceber quão pop é o passeio. Levas de turistas japoneses, norte-americanos e russos também caíram de suas camas e se amontoavam nos sofás da recepção, à espera das vans que nos levariam ao ponto de decolagem, nos arredores de Göreme. Em uma área de concentração, são oferecidos chá, café, bolo e pães enquanto aguardamos o veredicto: haverá mesmo o passeio? Condições climáticas adequadas - leia-se vento favorável - são essenciais.Logo o guia retorna com o ok. Para mim, momento de tomar um estratégico medicamento contra enjoo, que também ajuda a manter a calma. Retornamos à van para, em alguns minutos, desembarcar em um cenário incrível. Em meio às rochas, dezenas de balões enfileirados começam a ser inflados.Há cestos que comportam 10, 15 ou 20 pessoas (além de dois baloeiros). O céu ainda está escuro, faz frio - é essencial levar agasalhos e cachecóis. O fogo, a um metro de nossas cabeças, contribui para o medo inicial. Porém, à medida que o balão sobe, a sensação se transforma em conforto. Em menos de dez minutos, alcançamos altura suficiente para contemplar o céu repleto de pontos coloridos. O sol logo desponta e justifica a euforia em torno do passeio. Estar a 500 metros de altura sobrevoando as "chaminés de fada", ladeando as montanhas e entrando nos cânions sob um horizonte repleto de balões faz deste um dos amanheceres mais famosos do mundo.Depois de uma hora de passeio, fomos recebidos no solo com espumante turco e um certificado de que enfrentamos o desafio. Se valeu superar a fobia de altura? Sem dúvida. Assim como os 160 (R$ 421) desembolsados (goremeballoons.com). /M.C.

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