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Adocicado sabor do vinho gelado

Icewine é o principal encanto de Niagara-on-the-Lake

Por Renata Reps e NIAGARA-ON-THE-LAKE
Atualização:

O caminho entre a estação de trem de Niagara Falls e a vizinha Niagara-on-the-Lake é repleto de jardins verdes e bem cuidados. No lado esquerdo da rodovia Niagara Parkway, que acompanha o rio até as cataratas, casas com chaminés e sem cercas são refúgios de inverno para moradores dos arredores. Trata-se de uma área de fazendas e, principalmente, de cultivo das preciosas uvas que se tornam um dos vinhos de sobremesa mais aclamados do mundo.

 

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A colheita precisa ser feita com a temperatura entre 8 e 14 graus negativos - abaixo disso, as uvas não podem mais ser usadas para fabricação do icewine. Invenção alemã, a bebida foi adaptada ao clima e solo canadense e adquiriu sabor, textura e especificidades próprias, como a grafia: os canadenses transformaram a expressão em uma palavra única para fazer referência ao produto nacional. "Eu era professora, mas larguei a profissão porque não me deixavam tomar uma tacinha de vinho no almoço", brinca Deborah Pratt, relações públicas do vinhedo Inniskillin, um dos maiores da região.

 

As videiras, cobertas de arames para espantar os pássaros, recebem tratamento de realeza. Se estiver sol, a colheita não pode ser feita, sob pena de afetar o sabor do vinho. Os detalhes servem para agradar aos exigentes compradores principais, Japão e China, e garantir que o Canadá continue sendo o maior exportador de icewine do mundo.

 

"Como um terço da nossa produção é para consumo nacional, vemos que o icewine começa a substituir o champanhe nos brindes de casamentos em todo o país", conta Deborah. Há icewines brancos, tintos e espumantes - e taças específicas para o máximo aproveitamento dos sabores de cada tipo. Aberta, a bebida dura uma semana na geladeira. Fechada, conserva as propriedades por até 25 anos se meticulosamente armazenada. Com cuidados básicos, vai até o limite de uma década.

 

No inverno. Os encantos dos vinhedos de Niagara-on-the-Lake são mais aparentes no inverno. Nos dias frios, grandes barras de gelo servem de mesa para apoiar as garrafas nas degustações dos icewines e Chardonnays (20 dólares canadenses ou R$ 32 por pessoa; inniskillin.com). No verão, mesas entre as roseiras incrementam almoços e jantares com ingredientes locais, como a deliciosa sopa de tomates. Os preços variam entre 5 e 15 dólares canadenses (R$ 8 a R$ 24). Apenas grupos muito grandes precisam fazer reserva.

 

Cerca de 250 mil turistas por ano passam pelos vinhedos do Canadá. É um belo programa, já que o icewine do país é raro no Brasil. Por aqui, a embalagem de 375 ml da uva Riesling custa R$ 182 na Casa Flora (casaflora.com.br). In loco, você vai pagar uma média de 70 dólares canadenses (R$ 113).

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