Bebê a bordo: cuidados e dicas para viajar tranquila na gravidez

Nada de mudar a rotina de viajante. Se você é uma futura mamãe, saiba com o que se preocupar antes, no trajeto e durante a viagem

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Por Bruna Toni
Atualização:
À espera de Anami.Roberta Lé e Ton Lupes praticam iogaem Alfredo Chaves, ES Foto: Nathaly Souza

Quando Bento nascer, no começo de abril, já será um viajante. Na barriga da mamãe Karol Teles, esteve em Miami duas vezes e visitou as belas praias de Trancoso, na Bahia. “Eu sempre viajei bastante, não mudei na gravidez e não vou mudar depois”, justifica Karol. E conta seus motivos: “É importante para o bebê, ele sente nossa energia”, diz, do alto de quase nove meses de gestação. 

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Acompanhada do marido, Karol constatou que cair na estrada ajuda a grávida a relaxar e o casal, a reforçar o vínculo e se preparar para as emoções e desafios da nova fase. Roberta Lé e Ton Lupes também resolveram fugir da rotina e praticar ioga longe de casa antes da chegada da pequena Anami. 

A prática de fazer uma ou várias últimas viagens antes do inevitável período de reclusão nos primeiros meses após o nascimento de um filho ganha adeptos inclusive entre celebridades. O príncipe William e a duquesa Kate Middleton acabam de retornar à Inglaterra depois de um descanso na ilha caribenha de Mustique – ela espera o segundo filho do casal real para julho. A atriz Kate Hudson escolheu Punta Mita, no México, para relaxar antes de dar à luz, em 2011. Tanto que este tipo de viagem ganhou um nome específico, babymoon, uma brincadeira com o termo honeymoon, lua de mel em inglês.

Mas sobram dúvidas sobre os cuidados a serem tomados por quem viaja grávida. De fato, não é um embarque como outro qualquer. Um preparo mais minucioso e cuidados especiais ajudam a preservar o conforto e a saúde da gestante. 

Karol Theles foi para Miami duas vezes com Bento na barriga Foto: Arquivo pessoal

Antes do embarque

Marque uma consulta com o obstetra e discuta com ele o roteiro e as atividades pretendidas. O profissional indicará uma lista de remédios que você deve levar – fora do Brasil e sem uma receita no idioma local em mãos, pode ser difícil comprar até um simples analgésico contra dor de cabeça. O médico também fornecerá o atestado com informação sobre o período gestacional. 

“É importante ter uma cópia em inglês de todos os papéis”, avisa o ginecologista Domingos Mantelli, autor do livro Gestação – Mitos e Verdades Sob o Olhar do Obstetra (ed. Segmento Farma; R$ 69).

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O atestado médico é exigido por algumas companhias aéreas para permitir o embarque da grávida. A TAM (oesta.do/tamgestantes) pede o documento para as gestantes a partir da 27.ª semana. Na TAP (oesta.do/tapgestantes), a exigência vale a partir da 28.ª semana e, na Azul (oesta.do/azulgestantes), da 29.ª em diante. 

A partir da 36.ª semana de gravidez – ou 32.ª, no caso de gestação múltipla –, todas as aéreas pedem o preenchimento e assinatura de um termo de responsabilidade chamado Medif (Medical Information Form), disponível no site de cada empresa. A futura mamãe tem de 48 a 72 horas após a compra da passagem para alterar avisos de necessidades especiais. Grávidas de nove meses só entram no avião com a presença do médico, segundo o Conselho Federal de Medicina. O órgão mantém uma cartilha sobre viagens para grávidas. Acesse em oesta.do/cartilhacfm.

Para quem opta por um cruzeiro, as regras são ainda mais rígidas, porque as embarcações não costumam ter equipamentos adaptados para partos e socorro a complicações na gestação. Tanto a MSC (oesta.do/mscgestantes) quanto a Royal Caribbean (oesta.do/royalgestantes) proíbem o embarque de mulheres grávidas com 24 semanas ou mais; para gestantes com menos tempo de gravidez, pedem uma avaliação médica que aponte a idade gestacional. 

Fazer um seguro viagem é indispensável para grávidas. O seguro comum garante reembolso de consultas; o do tipo assistência ao viajante prevê clínicas médicas e hospitais conveniados e costuma atender gestantes até a 26.ª semana.

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Os planos da Assist Card (assist-card.com.br) incluem a possibilidade de comprar um upgrade de assistência à gestante. Os valores cobertos vão desde R$ 10 mil, em viagens nacionais, até US$ 1 milhão, nas internacionais. Faça a cotação no site da empresa. Os valores variam de acordo com o destino e a idade do contratante – para uma semana na Europa em abril, havia opções entre R$ 167 e R$ 359. 

Na Mondial (mondialtravel.com.br), os planos começam em R$ 22,50. O atendimento básico para grávidas até o sexto mês inclui despesas com assistência médica (exames e ultrassom entram no pacote), parto prematuro e aborto espontâneo. 

Fique atenta às vacinas. A dose contra febre amarela não é recomendada para gestantes, mas, dependendo do destino da viagem, o médico poderá reavaliar esta regra geral. 

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Dois últimos lembretes: escolha um destino adequado à condição de gestante, sem tantas atividades radicais. E atenção à gastronomia. Por mais que a comida local seja tentadora, o corpo da grávida pode estranhar alimentos fortes e temperos desconhecidos. Use o bom senso e, na dúvida, não prove. 

Sossego para Daniele Loureiro e o filho Enzo noMorrodo Moreno, Vila Velha, Espírito Santo Foto: Nathaly Souza

No trajeto 

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Não existe um meio de transporte melhor para grávidas. Em todos eles é necessário poder levantar e caminhar pelo menos a cada duas horas, para evitar problemas de circulação e inchaço. Use meia elástica e, no avião, beba muita água para manter a hidratação. Uma poltrona no corredor poupa a paciência dos demais passageiros nas muitas vezes em que a grávida precisa ir ao banheiro. 

O padrão de atendimento caso a mulher apresente alguma alteração gestacional durante o voo ou entre em trabalho de parto é o mesmo em todas as empresas. Os comissários de bordo recebem treinamento de primeiros socorros e devem acionar passageiros que porventura sejam médicos. A ordem é que o piloto pouse no aeroporto mais próximo.

Resort Ponta dos Ganchos, em Santa Catarina Foto: Divulgação

No destino

Vai comprar o enxoval fora do País? Tenha em mente que a cota de compras por pessoa é de US$ 500 em viagens aéreas e US$ 300 por via terrestre ou marítima. Acima disso você terá de declarar e pagar o imposto – e a Receita Federal vem tornando mais rígida a fiscalização desde janeiro. O bebê na barriga não tem cota própria, então nem pense em colocar o carrinho comprado nos Estados Unidos na conta dele. 

Em caso de parto de emergência fora do País, os pais devem procurar as autoridades locais para fazer a certidão de nascimento e, com ela, registrar a criança na Embaixada ou Consulado do Brasil. É isso que garante, inclusive, a naturalidade brasileira do bebê. De volta ao País, procure o cartório mais próximo para concluir o processo e regularizar os documentos do seu filho. 

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Mimo.No Ponta dos Ganchos, presente para o bebê Foto: Divulgação

PARA ONDE IR

Babymoon: no resort Ponta dos Ganchos (pontadosganchos.com.br), em Santa Catarina: 3 noites com café, desde R$ 6.185. O casal ganha massagem, frutas, jantar e presente para o bebê. A operadora BWT (bwtoperadora.com.br) oferece 7 noites no Paradise Resort & Spa, em San Diego (EUA), desde US$ 1.639 por pessoa, sem o aéreo. Inclui massagem pré-natal e manicure.

Enxoval: 5 noites em Miami com 3 tours de compras custam US$ 746 por pessoa na Flytour (flytour.com.br), sem aéreo. A Filhos da Terra (filhosdaterra.com.br) faz 7 noites em Orlando, com aéreo, tour e organização de malas, a partir de US$ 1.806

Paradise Resort & Spa, em San Diego, EUA, oferece até manicure às mamães Foto: Divulgação

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