Beleza singular

Praias de areia branquinha como você nunca pensou, águas cristalinas e rios que correm sem se misturar. Surpreenda-se em Alter do Chão e Santarém. A hora é agora

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Por Camila Anauate/ ALTER DO CHÃO
Atualização:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Você ouviu dizer, viu fotos e chegou a imaginar as praias fluviais de Alter do Chão, no Pará. Mas no primeiro piscar de olhos diante do Rio Tapajós descobrirá que não era nada disso o que esperava. É mais cor, mais vida, mais natureza. Muito mais. É um fenômeno singular.

 

Nos meses secos, entre agosto e janeiro, o nível do rio baixa drasticamente, e extensas faixas de areia se revelam. Não qualquer areia. Mas branca, branquíssima. Aparecem galhos aqui e ali. Árvores, flores, barracas de palha. Aparece gente. A Ilha do Amor, enfim, ganha vida - e status de praia.

 

Então se esticar ao sol e mergulhar nas águas quentes e cristalinas do Tapajós é quase um delírio. Mas também vale aproveitar a época de seca para explorar melhor o rio e toda a Floresta Amazônica a seu redor. Alter do Chão, a 30 quilômetros de Santarém, é uma das principais vilas da região. A partir dali, de barco, dá para fazer passeios rio abaixo, visitar comunidades ribeirinhas e suas casas de palafita, invadir igarapés, ver botos e conhecer outras praias igualmente belas, mas um tanto mais selvagens.

 

Como a Ponta de Pedras, com um cenário absolutamente poético (vide a capa desta edição). Pisando na areia fofa, ao som das ondas (sim, há ondas!), você será capaz de descobrir cenas lindas e humanas. Como a criança - e seu cachorro - que ajudam o pai a pescar.

 

Tranquilidade. A Ilha do Amor é a mais conhecida e movimentada de Alter do Chão. A partir da orla da cidade, dá para chegar de barquinho ou caminhando mesmo, se o rio estiver bem baixo. É só dar alguns passos para ver aparecer no horizonte guarda-sóis coloridos, cadeiras de praia, caiaques e barzinhos à beira-rio.

 

Procure o da Suzete Lobato e se prepare para um banquete: peixes fritos, assados, recheados. Arroz, pirão, camarão. E muitas frutas fresquinhas. Nada por mais de R$ 30. Suzete só trabalha durante a temporada de seca e capricha na cozinha para conquistar os clientes. Tarefa fácil, basta provar.

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Emoção. Depois de comer tão bem, dá uma certa preguiça de sair dessa paisagem. Mas guarde um pouco de disposição - e espere o sol baixar - para subir a Serra da Piroca. Você vai logo entender o porquê.

A trilha começa na própria Ilha do Amor. Uma caminhada leve entre árvores e sombras. Vento nas folhas, no rosto. Uma sensação gostosa, que vai diminuindo conforme a serra sobe. É hora de escalar a montanha. Degraus de terra, de pedras. Você se concentra tanto no percurso, na respiração, que quando para um momento para tomar fôlego e, sem querer, vira a cabeça, mais uma vez se surpreende.

 

Árvores a perder de vista, águas que cortam a floresta e bancos de areia. Respira e sobe. Mais rápido, mais alto. Lá no pico, faça um giro. Você vai ver a Ponta do Cururu, um braço fininho de terra que avança no rio. E ter a real noção de que, mesmo baixo, o Tapajós é quase mar.

 

A descida é tranquila e rápida. O sol já está caindo, mais ainda faz calor. O desejo, agora, é só cair na água. Mas, atenção, é preciso ter cuidado com as arraias, que costumam ficar por lá. Entre no rio cutucando a areia com um galho e depois relaxe.

 

É preciso estar em total sintonia para ver o sol se pôr. Quanto mais a bola de fogo se esconde atrás do Tapajós, mais as águas ficam prateadas. Brilham até arder seus olhos. Você insiste, desacredita. Mais um fenômeno, outra surpresa.

 

 

Como chegar: É preciso voar até Belém ou Manaus para ir a Santarém. O trecho SP-Belém-SP custa a partir de R$ 756 na TAM, R$ 818 na Gol e R$ 828 na Azul. Ida e volta de São Paulo a Manaus sai por R$ 648 na TAM, R$ 1.068 na Azul e R$ 1.078 na Gol

 

Melhor época: Se a ideia é curtir praia, vá de agosto a janeiro

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Pacotes: Veja sugestões de roteiros por Santarém e Alter do chão no blog: blogs.estadao.com.br/viagem

 

O que levar

 

Repelente

Seja para caminhar na mata ou dormir em redes ao ar livre, passe repelente. Ainda mais se for época de chuva

 

Protetor solar

Não esqueça jamais - ou você vai se arrepender ao sentir na pele o sol a pino

 

Remédio contra enjoo

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Para não sucumbir ao forte balanço do barco

 

 

O que trazer

 

Artesanato

Cerâmica tapajônica e peças feitas com materiais da floresta o turista encontra em todas as lojas. Dica:

Araribah

 

Castanha do Pará

No mercadão de Santarém, 100 gramas por R$ 10

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Doces amazônicos

Bombons de cupuaçu, açaí e castanha em lojas e vendas

 

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