Beleza submersa e muitas mordomias

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Por HAYMAN ISLAND
Atualização:

Do avião já dava para ter uma ideia do que me esperava lá embaixo. Whitsundays, um arquipélago ao sul do Estado de Queensland, é uma espécie de Angra dos Reis. São 74 ilhas cheias de verde, o que se reflete na cor do mar (aviso: para ter tal vista, tente sentar do lado direito, vindo de Sydney). Desembarquei no aeroporto de Hamilton Island, uma das portas de entrada para explorar a região, encravada em meio à Grande Barreira de Corais. Minha missão era visitar duas ilhas: além da própria Hamilton, eu também iria a Hayman, ilha privada integrante da The Leading Hotels of the World - minha primeira parada.O sistema é semelhante ao de ilhas polinésias. Ao invés de se acotovelar ao longo da esteira à espera da mala, basta se identificar ao mensageiro no guichê do resort para a bagagem ir direto para o quarto. Faltou só o colar de flores. Mas não os drinques: na lancha que leva os hóspedes a Hayman são servidos canapés, champanhe, chocolates. Eu nem tinha chegado ao quarto e já estava mal-acostumada.São 212 habitações, todas de frente para o mar, além dos private rooms, com acesso exclusivo. As habitações se dividem em dois blocos. Casais que buscam tranquilidade costumam ficar em frente à piscina menor, com vista para a lagoa onde cisnes nadam entre ninfeias. Grupos de amigos ou famílias preferem a piscina maior, um labirinto de água salgada. Alguns deles têm acesso direto à água, a partir da própria sacada. Que delícia!As araras são figurinhas fáceis e curiosas. Todos os dias, elas apareciam em frente ao meu quarto. Mas é preciso ficar atento: basta um descuido para elas entrarem e pegarem o que estiver à mão. Por isso, os hóspedes são orientados a não alimentá-las. Debaixo d'água. A praia tem mar verdinho e areia grossa, de onde se assiste ao sol se pôr no oceano - casais podem optar por um romântico passeio até um banco de areia próximo para ver o espetáculo com privacidade, bebericando champanhe. Pela manhã, a maré baixa permite que se caminhe bastante para o lado esquerdo da ilha - assim, encontrei duas gigantescas estrelas-do-mar. Mas a proximidade com a Grande Barreira de Corais faz com que o principal programa ali seja snorkeling e mergulho. O passeio, pago à parte (AUD 45 ou R$ 91, com piquenique incluído) dura 2 horas que passam mais rápido do que se pode imaginar.Incluída também está a malha fina, que cobre o corpo inteiro, como forma de proteção das água-vivas - dependendo da época do ano e da temperatura do mar, elas podem aparecer em bandos. Não vi nenhuma. Ufa.São menos de dez minutos até o outro lado da ilha, palco para a aventura submersa. Aliás, nem é preciso nadar muito para começar a ver peixes-papagaio de todos os tamanhos, peixes-pedra, ostras gigantes, corais coloridos. Peixes listradinhos, de bolinhas, alguns curiosos, que chegam bem perto; outros assustados, que se afastam rapidamente. Uma explosão de vida sem comparação. Com sorte, você verá o aquário inteiro de Procurando Nemo.Não sei por quanto tempo nadei entre os corais, mas mal tinha aberto a cesta de piquenique quando o barco voltou para buscar o grupo. Meus colegas pontualíssimos já estavam a postos, enquanto eu tentava organizar a comida, a canga, a cadeira, o guarda-sol. Entrei esbaforida e descabelada. Mas muito feliz. Considerando que tive de deixar boa parte do meu almoço ali, estava ansiosa para o jantar. Mais um quesito no qual o resort não decepciona. O restaurante principal, o Azure, tem como característica a informalidade. O café da manhã é servido ali e, à noite, funciona em sistema de bufê - frutos do mar frescos são o destaque. Mas o meu favorito foi o Oriental, que mescla cozinha chinesa, japonesa, tailandesa e indiana. Me fartei de rolinhos primavera, um delicioso wok de frutos do mar e, de sobremesa, um biscoito da sorte gigante, recheado de creme de chocolate. O que estava escrito no papelzinho? "Uma longa jornada começa com um único passo." Propício, não? /A.M.

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