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Berçário de leões no coração da savana

Já imaginou dar mamadeira a um filhote de leão, tocar uma tartaruga marinha ou pegar um panda no colo? Atividades mais que possíveis em vários refúgios animais

Por Mônica Cardoso/KWA-MHALANGA
Atualização:

 

Eles parecem gatinhos, são supercuriosos, brincam com qualquer coisa, mas têm um apetite... de leão! Um quilo de carne crua por dia. E ai de quem mexer com eles na hora da refeição: abrem a boca com gosto e soltam um grunhido para mostrar toda a sua valentia. Ainda não é um rugido forte, mas os filhotes, aos quatro meses, já provam por que serão os próximos reis da savana.

 

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Seus irmãos menores, de apenas um mês, mal se equilibram. Andam e tropeçam, são frágeis, têm o pelo ainda falho. Como bebês, adoram um colo, principalmente o dos visitantes do parque privado Horseback Africa (horsebackafrica.com), em KwaMhalanga, a uma hora de Johannesburgo, na África do Sul. Ah, e uma mamadeira bem cheia - com creme nutritivo composto de leite, gema de ovo, gelatina, glucose e vitaminas -, que os turistas também podem dar.

 

Já com os adolescentes, de oito meses, é preciso ter um tantinho mais de cuidado. Eles não têm noção de tamanho nem de força e se enroscam entre as pernas dos visitantes, quase os derrubando. Com eles, vive-se uma das experiências mais emocionantes do parque, a caminhada Walk with Lions.

 

 

Durante o passeio, os leões afiam as garras nos troncos das árvores, correm em nossa direção e dão patadas querendo brincar. Depois descansam à beira de um lago, tomam golões de água e se espreguiçam na grama. Aos poucos, ganhamos confiança, e eles se deixam acarinhar no dorso ou segurar o rabo. Mas é preciso seguir as dicas do proprietário do local, o geólogo Colin MacRae: nunca se abaixar no mesmo nível dos animais nem demonstrar medo.

 

De repente, uma surpresa: escondida entre os arbustos amarelados, uma enorme girafa não tira os olhos dos leõezinhos. Assim que ela se aproxima, MacRae manda acelerar o passo. Com uma única patada, a grandona é ágil e pode matar um filhote. É a lei da natureza: o leão adulto será o predador das suas crias. A visita dura três horas e meia e custa 520 rands (R$ 125).

 

Proteção. O Horseback Africa existe há 16 anos, quando MacRae decidiu abrir um espaço para a conservação dos leões. O local recebe animais doentes ou que viviam em cativeiro. "Temos um projeto de educação para que as pessoas ajudem a preservar a espécie", explica. "Muitos turistas, em geral europeus e americanos, vêm à África e pagam até US$ 30 mil para caçar. Há fazendas que criam leões em cativeiro só para safáris de caça."

 

Vinte e cinco anos atrás, havia 250 mil leões no continente africano. Hoje, são cerca de 20 mil. Muitos ficam em parques federais ou particulares. Mas os animais que vivem soltos são mortos por caçadores ou por fazendeiros, já que atacam o gado. Além disso, são vítimas fáceis para várias doenças.

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O parque também abriga babuínos, zebras, antílopes, guinus e búfalos, que vivem soltos pela propriedade. Para vê-los, a dica é fazer uma cavalgada - o passeio de meio período custa 798 rands (cerca de R$ 200). E quem quiser esticar a estada ainda pode dormir no lodge três-estrelas, com decoração rústica com troncos de árvores.

 

Longo dia com os gigantes (e fofíssimos) pandas da China

 

Nem girafas, nem zebras, muito menos leões. Na China, são os pandas que fazem a alegria dos turistas nos zoológicos - todos têm um ou dois ursos para exibir aos visitantes. Mas quem quer realmente saber mais sobre essas fofíssimas criaturas deve ir direto ao Bifengxia Base of China Conservation and Research Center for the Giant Panda, na cidade de Ya’an, a apenas 140 quilômetros da capital da província, Chengdu. Lá estão nada menos que 80 animais.

 

 

O centro foi criado para estudar as características da espécie e ajudar na preservação. Mas também viu no turismo uma oportunidade para divulgar seu trabalho. Para observar - e brincar - com os ursos há diferentes programas, desde um tour de um dia até uma imersão com duração de um mês, que inclui trabalho voluntário.

 

O passeio de um dia começa cedo e logo já empolga. Isso porque entre 8 e 10 horas os pandas recebem o suprimento de vários tipos de bambu e comem com vontade. Depois, os visitantes podem caminhar entre as alamedas que interligam as áreas individuais de cada urso. Os mais bebês (são 16 filhotes) brincam em um playground. São tão graciosos que dá vontade de segurar um deles no colo. Algo possível, desde que você use uma capa protetora, emprestada pelo centro. A visita custa US$ 258 (R$442): www.pandatour.com.cn/

 

Depois de curtir os bichinhos, corra para a loja de lembrancinhas. Tem de tudo: pandas de pelúcia, chaveiros, penduricalhos para celular... E experimente uma receita típica de Sichuan no restaurante do local. Uma das especialidades é o mapo doufu, tofu mergulhado em um molho vermelho com carne bovina moída, brotos de alho e óleo picante.

VALE A VIAGEM

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Araras azuis colorem o céu do Pantanal, micos-leões saltitam no Rio de Janeiro e tartarugas marinhas fazem charme no litoral da Bahia. Graças a programas de preservação, muitas espécies ameaçadas seguem vivendo livres na natureza. Em uma visita turística, você conhece o trabalho de cada iniciativa e fica pertinho dos simpáticos animais.Projeto Tamar

Tanques com enormes tartarugas marinhas, filhotinhos e inúmeros painéis informativos prendem a atenção e divertem os visitantes nas 11 bases de pesquisa do Tamar abertas aos turistas (no total são 23, em 9 Estados brasileiros). Na da Praia do Forte (BA), dá para acompanhar a alimentação dos animais e a eclosão dos ovos na época de reprodução. Neste ano, shows especiais marcam os 30 anos do projeto. Antes de deixar o local, confira os produtos da lojinha e deixe sua contribuição.

 

Associação Mico Leão Dourado

Profissionais recebem os visitantes na Reserva Biológica de Poço das Antas (RJ) e indicam opções de ecoturismo que levam até as fazendas, onde é possível avistar os bichinhos com mais facilidade.

 

Projeto Arara Azul

Há duas sedes no Pantanal, que juntas monitoram ninhos e filhotes da ave em mais de 20 propriedades rurais. Além de conhecer o trabalho in loco, é possível dormir em algumas dessas fazendas.

 

Instituto Baleia Jubarte

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Para conservar o hábitat natural destes mamíferos, o instituto monitora o turismo de observação das baleias. Presenciar seus saltos é um espetáculo imperdível no litoral da Bahia.

 

Projeto Peixe-Boi

Desde 1980, os animais são cuidados na Ilha de Itamaracá (PE) até poderem ser devolvidos ao mar. Durante a visita, espie alguns deles nos aquários.

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