Caminho de pedras que leva à Serra do Mar é aberto

A partir de terça-feira, qualquer pessoa poderá descer a pé a Serra do Mar, basta agendar visita

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Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de dez anos de "namoro" apenas através do portão, sem nunca poder ultrapassá-lo, a partir de amanhã vai ser liberado, enfim, o acesso ao Caminho do Mar. A caminhada por 8 quilômetros da Estrada Velha de Santos, entre a Represa Billings (São Bernardo) e Cubatão, será restrita a convidados no primeiro dia. Mas quem quiser pode agendar visitas pelo telefone a partir da semana que vem, de terça-feira a domingo. E há roteiros para todos, desde que os carros fiquem estacionados na entrada do circuito. De "atletas" dispostos a percorrer 16 quilômetros em sete horas, ida e volta, enfrentando uma subida de tirar o fôlego no retorno, a sedetentários assumidos, que farão o percurso inteiro a bordo de microônibus em duas horas. Outra opção é ir caminhando e voltar de microônibus. Há ainda a possibilidade de visitar a Usina Henry Borden, mas a partir de Cubatão. Tudo grátis, pelo menos no começo. "A intenção é cobrar ingresso no futuro, mas a sobrevivência vai depender mesmo de parcerias com a iniciativa privada", diz o assessor da presidência da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), Paulo Fares. Ele é um dos coordenadores do projeto Caminhos do Mar Pólo Ecoturístico, desenvolvido em área do Parque Estadual da Serra do Mar, que pertence à Emae. A inauguração, amanhã, será feita pelo governador Gerlado Alckmin, que promete fazer o roteiro a pé. Controle - Qualquer que seja a escolha, uma certeza: um cenário estonteante que corta a mata atlântica em plena Serra do Mar, entremeado de quedas d´água e vistas da Baixada Santista, de São Vicente à Praia Grande. Enquanto o plano de manejo não é aprovado pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema), as visitas são apenas para grupos pequenos. "No máximo 100 pessoas por dia, de terça a sexta-feira, e 200 por dia, aos sábados e domingos", explica Fares. No caso da usina, são 30. Os roteiros funcionam das 8 às 17 horas. Os passeios são acompanhados por monitores que, além de dar explicações sobre a flora e fauna da mata atlântica, falam também dos monumentos, construídos em 1922, que marcam a estrada em vários trechos. Há o Monumento do Pico, que marca o ponto mais alto da serra, o Pouso Paranapiacaba, Belvedere Circular, Rancho da Maioridade, Padrão do Lorena, o Pontilhão Raiz da Serra e o Cruzeiro Quinhentista. Os dois últimos já em Cubatão. Destaque para os azulejos com cenas das tropas de mulas no Padrão do Lorena. Ele marca um trecho de 500 metros da Calçada do Lorena, primeiro caminho entre o litoral e o planalto, de 1792. Mas os visitantes devem ficar decepcionados com o estado dos monumentos, muito pichados e estragados. "Já foi autorizado o uso, pela Lei Rouanet, de R$ 3,5 milhões para o restauro, mas dependemos de parcerias com a iniciativa privada para iniciar a obra." A estrada está em boas condições, depois que deslizamentos de terra arrancaram dois trechos inteiros em 1994, interditando a passagem. Foram feitas duas pontes pela Dersa em 2003. Mas ontem ainda havia operários instalando telas de proteção nas laterais. As instalações ainda são precárias. Os banheiros são químicos e é preciso levar lanche e bebida, pois não há lanchonetes. * Visitas podem ser agendadas pelo telefone (0--13) 3372-3307

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