Muito se fala da marcha madrilenha – ou seja, ir de bar em bar na capital espanhola. Embora não seja um hábito tão arraigado como em Madri, a cosmopolita Sydney também é ótima para aproveitar, em uma mesma noite, os bares de perfis bem diferentes que se espalham pela City, o centro comercial da maior cidade da Austrália.
Acompanhada de duas amigas locais, visitei cinco bares numa agradável sexta-feira de abril. Fizemos tudo a pé – além das casas serem próximas, a cidade é segura. Para aproveitar melhor, tenha em mente que tudo começa cedo, especialmente às sextas-feiras, quando todos emendam o trabalho com a happy hour. Os bares fecham por volta da meia-noite; leve algum documento para apresentar na entrada (é de praxe). Veja o roteiro no Google Maps.
Com vista
The O Bar No 47º andar da Australia Square, esse bar e restaurante tem perfil refinado e é o mais turístico desta seleção. Dali, tem-se uma vista 360 graus da cidade, com os principais cartões-postais. Trata-se de um restaurante giratório, por isso é só ficar na sua mesa enquanto a vista se transforma. Recomenda-se reserva, mas não fizemos – e acabamos numa mesa ótima, do lado da janela. Ali, tomamos apenas um drinque para começar: os preços são altos (a vista tem seu preço). Uma tábua de frios custa 38 dólares australianos (R$ 101) e os drinques da casa ficam em torno de AUD 23 (R$ 61). O preço médio das cervejas é de AUD 12 (R$ 32). Fique atento: chinelos e roupa de praia não são permitidos.
Alternativo
Frankie’s Pizza Andamos apenas 200 metros para mudar radicalmente de ambiente. A música lounge foi substituída por rock – com direito a banda – e os petiscos refinados por uma pizza saborosa, vendida por fatia (AUD 6 ou R$ 16) ou inteira (a partir de AUD 18 ou R$ 48). É tudo deliciosamente caótico, da decoração à busca por um espaço no balcão. As cervejas, vendidas em canecas (de plástico), custam entre AUD 8 (R$ 21) e AUD 10 (R$ 27).
Low profile
Door Knock Do Frankie’s, viramos à esquerda na Pitt Street. É muito fácil passar batido pela entrada do Door Knock, uma porta de incêndio ao lado de uma lanchonete no número 70. É preciso descer as escadas e passar uma porta, onde está o recado: “bata três vezes”. Na prática, pode entrar direto e escolher se sentar no balcão ou nos sofás forrados com peles. Pedi uma cidra (AUD 9 ou R$ 24, mesmo preço da cerveja), muito popular na Austrália.
Para fãs de uísque
The Baxter Inn Caminhamos 500 metros pela City para chegar ao Baxter Inn, escondido em um beco atrás de um portão de aspecto colonial. Dificilmente não haverá fila, mas demos sorte: em 15 minutos estávamos lá dentro. Do balcão, repare na parede de garrafas de uísque – são cerca de 800 rótulos (os bartenders têm uma escada para alcançar os mais altos). A iluminação é baixa, e dá ao local aspecto de bar clandestino dos anos 1930. Não é à toa que o Baxter Inn ficou em 6º na lista dos 50 melhores bares do mundo (World’s 50th Best) em 2015. Bebidas a partir de AUD 9 (R$ 24) – com pretzels grátis.
Para coquetéis
The Lobo Plantation Quase em frente ao Baxter, o Lobo Plantion oferece 250 rótulos de rum e decoração inspirada em Cuba. O cardápio, aliás, tem clássicos como ropa vieja (espécie de carne louca, AUD 16; R$ 43) e ótimos coquetéis (em torno de AUD 17) – a especialidade da casa é o Old Grogram, flamejante, com limão e açúcar.