Clichê: no tempo dos cabarés

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Por Redação
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Depois de um dia cheio, se não for um homem esgotado, você talvez queira ir ao Lido. Ou não. O cabaré parisiense pega-turista, com sua fachada de luzinhas piscantes, fica na Champs-Elysées, lado direito de quem sobe. Não sei quanto a você, mas tenho certa implicância com estabelecimentos comerciais que querem me dizer como eu devo me vestir. O Lido não aceita jeans ou tênis. Não se incomoda, porém, de cobrar 175 por pessoa num show-jantar recheado de clichês.Veludos vermelhos, crooner loira com vestido preto de fenda até a cintura, lustres de cristais, músicos com paletó prateado... Então as cortinas se abrem e a profusão de peitinhos saltitantes me tira da sonolência. Jesus Cristo, sou um homem em Las Vegas! Papo reto: atravesse a rua em direção ao prédio envidraçado de arquitetura retorcida da Publicis Drugstore. Há cinemas, restaurante, loja de bebidas finas e uma boa livraria de arte. Mas é por outro motivo que você está ali. Depois de um papo com monsieur Yves Pihan, responsável pela cave de charutos e uma espécie de personal tobacco shopper, volte à calçada e acenda o cubano que ele recomendar. Antes, um gole na garrafinha de armagnac trazida do hotel. Pronto para flanar? Você é um homem em Paris.

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