Clima de balada na longa travessia até Oslo

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Por OSLO
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Com seus fiordes a perder de vista no horizonte - e já me acostumando com o balanço do Mar do Norte -, Oslo me deu seu bom dia. Foram pouco mais de 600 quilômetros e 16 horas de viagem de navio de Copenhague até a capital norueguesa. A paisagem da chegada valeu o passeio escolhido.Ônibus, avião, trem e carro ainda são os meios de transporte mais utilizados para fazer o percurso entre as duas capitais. Mas fiquei curioso em saber por que tanta gente escolhe o caminho mais longo, pelo mar.A resposta não demorou a vir, em forma de restaurantes, cassinos e um grande centro de compras - tudo livre de impostos, claro. A embarcação da DFDS (dfds.com) é, na verdade, um minicruzeiro, com 600 quartos. Não chega a ser uma pechincha. A passagem - desde 74 libras (R$ 217) por pessoa, em cabine dupla - custa quase o mesmo de um bilhete aéreo. Considere ainda que comes e bebes não estão incluídos. Às sextas-feiras e sábados, jovens em busca de diversão são maioria. Um animado grupo de policiais noruegueses aproveitava a folga no navio. "Sempre vamos a Copenhague para fazer compras, tudo é mais barato. E aproveitamos para comemorar", contou um deles. No meu segundo chope, a banda que animava um dos restaurantes tocou o hit brasileiro que infestou a Europa no ano passado: Ai Se Eu Te Pego.Terra firme. Oslo não é das cidades mais baratas. Paga-se alto para viver bem. Muito alto e muito bem, diga-se. Se eu já achava a Dinamarca cara, a Noruega sugou minhas economias com mais voracidade. País com o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do mundo, a Noruega esbanja riqueza, cultura e desenvolvimento. Na capital, 30% dos moradores não são noruegueses, mas imigrantes, em busca de empregos com um salário médio de US$ 6 mil. Desci do cruzeiro em busca de histórias vikings. E o Oslo Viking Ship Museum (foto), que guarda duas embarcações da civilização que habitou os países nórdicos há mais de mil anos, povoava minha curiosidade. O acervo se mostrou restrito, mas é impossível não pensar em como esses navegadores cruzaram mares e oceanos em frágeis pedaços de madeira.Outra coleção viking está exposta no Museu Histórico de Oslo - acesse as informações sobre ambos no site: khm.uio.no.Mas a nova menina dos olhos local é o novíssimo Museu Astrup Fearnley (afmuseet.no), com foco principalmente nas artes contemporâneas. Os prédios do complexo, de madeira e teto de vidro, em uma área de 7 mil metros quadrados, custaram 90 milhões.Ainda assim, reserve tempo para um clássico. O parque Vigeland conta com 212 esculturas de bronze e granito criadas por Gustav Vigeland (1869-1943), um dos artistas mais importantes da Noruega. As obras mostram, em ordem cronológica, a saga da vida humana, do nascimento à morte. Para ver a qualquer hora: o parque fica aberto 24 horas. /D.A.B.

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