Caótica e instigante, a Cidade do México é frequentemente comparada a São Paulo. Mas, uma vez lá, logo se percebe que a semelhança entre elas se restringe à denominação "grande metrópole latina". Fora isso, como você poderá perceber. elas não poderiam ser mais diferentes.
Prepare-se para um verdadeiro banho de história. Além da quantidade impressionante de museus na cidade – cerca de 90 –, também chama a atenção do visitante o entusiasmo e orgulho com que os mexicanos falam sobre seus heróis nacionais.
A síntese dessa história tão intensa pode ser observada nas cercanias da Plaza de La Constitución, conhecida como Zócalo, a imensa praça do centro histórico. É lá que fica a imponente Catedral Metropolitana (que anda afundando no terreno instável dia a dia) e o Palacio del Gobierno, a sede do poder nacional, que tem parte aberta à visitação.
Entre suas curiosidades, está um pequeno jardim botânico que reúne as mais frequentes espécies de cactos locais – há aproximadamente 2,6 mil espécies da planta que é sua verdadeira marca registrada.
Mas a maior atração do lugar são os painéis pintados por Diego Rivera, um dos mais célebres pintores mexicanos. Ali, é possível observar as principais passagens da história do país, ilustradas com uma impressionante riqueza de detalhes.
Iniciado em 1923, o trabalho de Rivera teve forte influência dos ventos socialistas da Revolução Mexicana de 1920. As imagens retratam a vida dos povos pré-colombianos, a opressão dos camponeses e o próprio movimento de libertação das classes operárias. O pintor levou mais de 30 anos na empreitada, mas morreu em 1957, sem conseguir concluí-la.
Ainda no Zócalo, bem ao lado do Palacio del Gobierno, um pedaço da história surge bem no coração da cidade. As ruínas do Templo Mayor são uma excelente oportunidade para o turista conhecer um sítio arqueológico sem precisar se deslocar até Teotihuacán, este sim um grande parque arqueológico, que fica a 50 quilômetros.
Há restaurantes refinados para todos os gostos, cafés, creperias, cervejarias fervilhantes e salões de jogos. Pegue um táxi e peça para descer na zona gastronômica de Condesa: é só caminhar e escolher o que mais lhe agrada. Nessa andança, você vai descobrir que o lugar é perfeito para coquetear – paquerar para os mexicanos, que, aliás, podem ser colocados entre os tipos mais galantes do mundo.
Sem grandes pretensões no cardápio, mas com a garantia de chope gelado e gente bonita, La Cerveceria de Barrio (Vicente Suarez, 38) é uma boa opção, mas para aqueles que não se importam com barulho e muvuca. Quem quiser falar e ser ouvido pode escolher uma das mesas que o Cafe La Gloria (Vicente Suarez, 41D) põe na calçada para o público (repleto de engravatados), acima dos 35 anos.
Influenciada pelos sabores locais, a culinária japonesa é bem interessante no México. Em Condesa, quem quiser se aventurar pelos sushis com chilli vai adorar o modernoso Moshi Moshi Sake Bar (Michoacán, 72), que também tem bons drinques para quem estiver saturado de tequila.
Para encerrar a noite, que tal seguir para um bilhar – que, aliás, andam bem na moda por lá? Depois do jantar, vá para o Saloon Malafama (Michoacán, 78), amplo e charmoso, que oferece também mesas de xadrez e outros jogos de tabuleiro, além de um cardápio caprichado de petiscos. E, como não poderia faltar, margaritas mil.
SAIBA MAISMoedaA moeda local, o peso mexicano, vale cerca de dez vezes menos que o real: 1 peso equivale a apenas R$ 0,13.
TransporteO metrô do México é gigante – tem 200 quilômetros de linhas. Mas algumas estações podem estar em lugares pouco seguros. Se não quiser arriscar, use os táxis, que são baratos – o melhor é pedir no hotel o telefone de um radiotáxi.
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