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Comece pela montanhosa Funchal, um anfiteatro diante do Atlântico

A capital do arquipélago é um grande jardim entremeado por casarões coloniais, sítios históricos e mirantes

Por Rosangela Dolis
Atualização:

Quando os guias turísticos dizem que Funchal lembra um anfiteatro, só as mentes mais acostumadas a abstrações conseguem imaginar do que eles estão falando. Poucas horas na capital da ilha e do arquipélago da Madeira, no entanto, provam o quanto a descrição é exata. O pequeno centro está lá, como uma arena, rodeado por montanhas-arquibancada. Veja também: Vá de teleférico, volte de cesto Natureza exuberante na rota das levadas Porto Santo, onde tudo começou Rumo às piscinas e grutas do norte Com seu espaço limitado pelo Atlântico, a cidade cresceu para o alto, até chegar a 1.200 metros acima do nível do mar. À noite, as casas encravadas nas encostas dos morros proporcionam um espetáculo único, com suas luzes piscantes. E causam nos turistas impacto semelhante ao provocado, durante o dia, pelo sem-fim de flores coloridas nas ruas. É essa capital que recebe, todos os anos, 1 milhão de visitantes interessados também nas casas coloniais do Centro Antigo, nas incríveis panorâmicas dos mirantes instalados aqui e ali, nos produtos típicos - pouquíssimos resistem ao vinho licoroso e aos paninhos de bordado vazado. Para os europeus, o clima ameno é um atrativo à parte desse arquipélago de origem vulcânica a mil quilômetros do continente (são 90 minutos de Lisboa até Madeira). Nunca faz tanto calor ou muito frio por lá: a temperatura média fica em 17 graus no inverno e 23 no verão. Durante o dia, quase todos saem em tours pelo arquipélago, composto ainda pelas Ilhas Porto Santo, Desertas e Selvagens. As piscinas naturais e as grutas da porção norte da Madeira disputam a atenção dos turistas com a dourada faixa de areia de Porto Santo. Ao cair da tarde, quando uma leve neblina cobre o topo das montanhas, os visitantes surgem praticamente ao mesmo tempo na frente de cafés e lojas do centro de Funchal. Ou tomam conta de jardins e do extenso calçadão à beira-mar. Outros tempos Todo esse movimento se concentra no entorno da Avenida Arriaga, também ponto de partida para conhecer a história do arquipélago. Ali estão as Igrejas da Sé e Colégio, além da estátua do português João Gonçalves Zarco, que colocou Madeira no mapa-múndi, em 1418. Funchal, a capital, só foi fundada 90 anos depois. Ainda na chamada Zona Velha, o Museu de Arte Sacra reúne uma bela coleção de pintura flamenga e o Madeira Story Center ajuda a resumir o passado local, da origem vulcânica das ilhas até a atualidade. Encerre a visita no Mercado dos Lavradores, onde são vendidos produtos regionais. Azulejos portugueses decoram a fachada e parte do interior do centro de compras. Rivais de peso para flores em profusão. Pense em rosas, orquídeas, antúrios e camélias. No meio delas, vendedoras com típicos trajes coloridos, muito dispostas a tirar fotos com os turistas. E tente não se espantar com a variedade de maracujás: há maracujá-banana (comprido e amarelado), maracujá-tomate (pequeno e vermelho)... Cores Tão irresistíveis quanto o mercado são os dois grandes jardins do centro. O Municipal reúne belas amostras da flora local e é um ótimo lugar para descansar à beira do lago ou do riacho. Entre as Avenidas do Infante e Sá Carneiro, o Parque de Santa Catarina tem flores do mundo inteiro. Quem sobe os degraus adornados pelos canteiros multicoloridos não se decepciona: da parte alta o visitante tem uma boa panorâmica do centro,da marina e do Atlântico. Por sua geografia, Funchal é mesmo uma cidade para ser admirada do alto, com o mar imenso ao fundo. Mirantes como o do parque dão uma prévia da vista que você terá a partir dos bondinhos do teleférico, que começa na Zona Velha de Funchal e sobe até a vila de O Monte (leia mais na página seguinte). No percurso, será possível conferir: Funchal, de fato, é um anfiteatro. Quer mais? Um balão panorâmico deixa você 150 metros acima da baía. Alguns hotéis à beira-mar, espalhados ao longo da Estrada Monumental e da Avenida do Infante, também têm belos cenários incluídos na diária. Se quiser sentir algo de Brasil por lá (além do idioma, claro), escolha o Pestana, com o Casino da Madeira bem do lado. Ambos são projetos de Oscar Niemeyer. Informações turísticas: www.madeiraislands.travel City tour: bilhete de ônibus com direito a várias paradas durante um dia custa 10 (R$ 29,72) Casino da Madeira: Avenida do Infante 9004-513, do Pestana Casino Park Hotel Museu de Arte Sacra: Rua do Bispo, 21 Madeira Center: Rua D. Carlos I, 32; www.storycentre.com Balão Panorâmico: Avenida do Mar e das Comunidades Madeirenses, 14 A; www.madeira-balloon.com Mercado dos Lavradores: Rua Brigadeiro Oudinot Caravelas Descoberto no século 15 - em mais um dos clássicos desvios de rota feitos pelas caravelas lusitanas (a idéia era chegar à África) -, o arquipélago só deixou de ser totalmente dependente de Portugal em 1974, depois da Revolução de 25 de Abril. Nesse longo período antes de atingir o status de região autônoma, Madeira não conseguiu evoluir muito além da condição de destino turístico de inverno e da exportação de vinho e de bordados. Após a revolução, no entanto, a região ganhou autonomia econômica e política. E deu início a uma série de melhorias de infra-estrutura, tendo como objetivo desenvolver o turismo. Uma nova malha viária substituiu as precárias vias que cortavam a ilha principal. O aeroporto foi ampliado para receber aviões maiores e a oferta hoteleira se expandiu. Viagem feita a convite da TAP e da Mr. Trip

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