Como aproveitar bem a Rússia durante a Copa das Confederações

A competição começa sábado, dia 17 - e vai até 2 de julho - num dos países mais lindos e historicamente ricos do mundo. Veja dicas para evitar, ou ao menos diminuir, possíveis perrengues

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Por Ana Carolina Sacoman
Atualização:
Otkrytie Arena, estádio que receberá a disputa pelo terceiro lugar na Copa das Confederações. Foto: Maxim Zmeyev/Reuters

A passagem está comprada, a mala, arrumada, e os ingressos para a Copa das Confederações, que começa neste sábado e vai até 2 de julho com jogos em Moscou, São Petersburgo, Sochi e Kazan, na Rússia estão nas mãos, certo?

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É possível também que o seu roteiro pelo país já tenha sido traçado e as dicas do que visitar, evitar e levar para casa estejam anotadinhas. Mas, como por aqui acreditamos que quanto mais (dicas, ideias de tours, etc), melhor, resolvemos contar alguns segredos de última hora que todo visitante deve saber antes de se aventurar pelas terras de Vladimir Putin.

Para começar, saiba logo: se virar em Moscou e São Petersburgo é um desafio, e dos grandes. Tudo “culpa” do cirílico, o indecifrável alfabeto deles, e da escassez de informações em inglês, seja no metrô, em museus menores ou em restaurantes. Agravante: nem todo mundo fala inglês. A possibilidade de encontrar alguém fluente, aliás, é inversamente proporcional à idade do interlocutor. Não se abale, há solução para tudo – mesmo que, para comer, você precise optar só pelos restaurantes com cardápios ilustrados.

Vista geral de Moscou, capital da Rússia, que recebe, a partir de sábado, a Copa das Confederações. Foto: Ana Carolina Sacoman/Estadão

Vencido o medo da língua, hora de aproveitar. O sol brilha forte nesta época do ano, todo mundo vai para a rua, os russos piram com as altas temperaturas e com o dia mais longo, quando escurece lá pelas 21 horas – quando escurece! 

Uma riviera e outro Kremlim. Chamada de riviera russa, Sochi fica no Mar Negro. Faz calor de maio a setembro, e a altíssima temporada é em julho e agosto. Site: sochicityguide.com. Kazan, que também receberá a Copa das Confederações, tem um milênio de história e seu próprio Kremlim: kazantravel.ru/en.

Leia mais: Brasil não vai à Copa das Confederações, mas está no Mundial de 2018. Comece a se planejar

Catedral de São Basílio, em Moscou. Foto: Ana Carolina Sacoman/Estadão

Evite as filas, compre tíquetes online

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Guarde uma regra de ouro tanto para Moscou quanto para São Petersburgo: reserve online, com antecedência, seus tíquetes para atrações populares entre os visitantes, como o Museu Hermitage e o Teatro Mariinsky (São Petersburgo) e o Balé Bolshoi (Moscou) – e esses ingressos costumam também ser mais baratos do que aqueles comprados in loco. Isso, claro, se você conseguir: as bilheterias dos balés abrem em horários incompreensíveis e as filas, quilométricas, como a do Hermitage, fazem perder boa parte do dia. Mesmo que você resolva enfrentar a multidão, em qualquer um dos três casos vai valer a pena. Esses são aquele tipo de passeio que simplesmente não dá para abrir mão. Mais informações: mariinsky.ru/en/; bolshoi.ru/en/ e hermitagemuseum.org.

Longa espera para ver Lenin

Fila que não é possível evitar: a gigantesca e tumultuada espera para conhecer o mausoléu de Vladimir Lenin e ver de perto o corpo embalsamado do pai da Revolução Russa. Hordas, especialmente de chineses, fazem a espera ao longo da Praça Vermelha parecer eterna. O esquema reforçado de segurança também não ajuda: bolsas, mochilas, câmeras, celulares, comida, bebida, enfim, tudo é proibido lá dentro. Uma portinha ao lado do mausoléu com um guarda-volumes a preços extorsivos salva os turistas. Repare também nos túmulos ao longo dos muros do Kremlin. Josef Stalin, o cosmonauta Yuri Gagarin e o escritor americano John Reed, autor de Dez Dias que Abalaram o Mundo, estão enterrados ali, ao lado de dirigentes russos menos conhecidos.

Debaixo da terra, é palácio ou metrô?

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Você provavelmente já ouviu falar do famoso metrô de Moscou. Com mais de 300 km e 12 linhas, ele leva para todos os lugares que interessam ao turista. Difícil resistir à tentação de pular de estação em estação só para ficar admirando os mármores, os lustres e as estátuas que fazem o popularíssimo meio de transporte (leva quase 8 milhões de pessoas por dia) ser conhecido como “palácio subterrâneo”. Minha estação preferida é a Mayakovskaya, na Linha 2. De 1938, tem o teto enfeitado com painéis em mosaicos que contam como era a vida na União Soviética. A Ploshchad Revolyutsii, na Linha 3, talvez seja a mais famosa, com suas figuras de bronze em tamanho real representando trabalhadores.

No verão, o sol da meia noite

Enquanto no verão Moscou atinge facilmente os 30°C, em São Petersburgo a coisa é diferente. As temperaturas costumam ser mais amenas, mas a cidade tem um atrativo irresistível nesta época do ano: o sol da meia-noite. Isso acontece porque, a cada seis meses, o eixo da Terra em relação ao Sol se inclina para um lado e depois para o outro, o que faz com que, nos polos, a cada verão, a noite quase deixe de existir. Todo mundo então vai para o Rio Neva para ver a abertura das pontes para a passagem de navios, o que só acontece entre junho e julho, de meia-noite às 5 horas. Há passeios de barco durante a madrugada e, quem não quer embarcar, fica às margens do rio admirando o fenômeno. Ou nos cafés, que não fecham.

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O sol da meia-noite em São Petersburgo. Foto: Ana Carolina Sacoman/Estadão

Cuidado com o mini-hotel

Em São Petersburgo existe uma “pegadinha” chamada mini-hotel, estabelecimentos tradicionais com até dez quartos. Ainda que bem localizados, costumam ser mais baratos que os hotéis convencionais e fazem parte da “experiência local”. Nem todos, no entanto, valem a pena. Se for a sua opção, pesquise muito, pergunte para quem já foi, leia comentários em portais de viagem para não cair em uma roubada. O que eu fiquei, na Nevsky Prospekt, avenida principal da cidade, não foi uma boa experiência. O quarto era minúsculo, tinha cheiro de mofo e cigarro e a “paisagem” da janela era uma parede. Sem contar o café da manhã quase inexistente e a galera da recepção pouco calorosa.

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Comprinhas: matrioshkas e Misha

As matrioshkas, aquelas bonequinhas de madeira multicoloridas que se encaixam umas nas outras, são um dos presentes mais tradicionais de quem volta da Rússia. Elas estão por toda parte, mas uma feirinha instalada todos os dias a poucos passos da Praça Vermelha, em Moscou, é um dos melhores lugares para escolher entre uma infinidade de modelos (e preços), dos tradicionais àqueles com os rostos de Putin, Trump e Angela Merkel.

Fãs da Revolução Russa poderão gostar de minibustos de Lenin – em gesso ou bronze –, mais caros e difíceis de achar. Vodca e a camiseta com a estampa do Misha, o ursinho mascote da Olimpíada de 1980, completam o quarteto fantástico das lembrancinhas.

Matrioshkas, as bonecas em camadas que são lembrancinha típica para se trazer de Moscou. Foto: Ana Carolina Sacoman/Estadão
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