Depois da euforia pela compra da passagem e para seis dias em Nova York, veio a dúvida: com o dólar não exatamente baixo (na casa dos R$ 3,20 nos últimos meses), eu teria dinheiro suficiente para curtir a cidade?
Nova York é a sétima cidade mais cara do mundo para se viver, segundo estudo deste ano da revista The Economist. A velha máxima turística de que quem “converte não se diverte” é engraçadinha, mas não serve como parâmetro. Sim, para quem paga em reais, em algum momento é preciso converter – e ajustar as expectativas da viagem ao orçamento.
Foi preciso fazer escolhas. Decidi pela hospedagem no Brooklyn, mais em conta, mas que implica em gastar pelo menos 20 minutos para ir ou voltar de Manhattan. Para economizar no transporte, comprei o MetroCard NYC para viagens à vontade por 7 dias. Custou US$ 31 – o valor unitário da passagem é de US$ 2,75. Dei atenção às dicas de moradores e descobri estratégias para economizar – que você lê nesta página – sem passar vontade.
1. HOSPEDAGEM Olhe para além de Manhattan
Além de estar no radar dos viajantes descolados, a região do Queens, a leste de Manhattan, tem diárias em média US$ 100 mais baratas. Há hotéis com bandeiras internacionais, como o Wyndham Garden (desde US$ 89) e o Holiday Inn Long Island (desde US$ 144), e opções mais moderninhas, como o Paper Factory Hotel (a partir de US$ 149). O Brooklyn é outra área que está crescendo muito – impressiona a quantidade de obras por lá – e também tem bons hotéis, como o clássico Hilton (a partir de
US$ 147) e o Hotel Le Jolie, na animada e jovem Williamsburg (desde US$ 169). Uma dica: o
é um ótimo site para encontrar hospedagens.
Já o
é alternativa para quem abre mão de serviço de quarto e camareira, mas não da privacidade. Na própria Manhattan, em bairros como Chelsea, dá para encontrar um apartamento pequeno, como uma quitinete, por algo entre R$ 300 e R$ 400 por dia, para duas pessoas.
2. COMIDA Hot-dog e japonês
O preço da comida em Nova York diminui e a qualidade aumenta à medida que você se afasta da Times Square. Comida de rua é um hábito, não um modismo com preços nas alturas: aposte em food trucks. Publicações fazem vários rankings das boas comidas de rua da cidade; peça indicações no seu hotel.
O ótimo hot-dog do famoso Gray’s Papaya (
) custa US$ 2,25. Segui também a dica de um amigo: o Kenka (
) é um japonês em East Village com decoração que inclui cartazes de filmes pornôs e música japonesa. Tem fila – chegue meia hora antes da abertura para deixar o nome na lista. Pratos custam entre US$ 4,50 e US$ 8 por pessoa.
3. COMPRAS Garimpe descontos
Quem procura outlets e unidades do Waltmart deve ir até Nova Jersey, a 2 horas de Manhattan. Calcule os gastos com o aluguel do carro e a gasolina. Em Nova York: Century 21, Burlington e Uniqlo têm preços mais em conta, mas é preciso paciência para garimpar. Eletrônicos estão na B&H; games, cogite comprar um console seminovo em lojas como a Game Stop, dedicada ao mundo dos jogos eletrônicos – fica bem em frente à Best Buy do metrô St. Lexington.
4. TOURS GUIADOS Você decide o valor
Os tours guiados em que você paga quanto achar que deve no fim do passeio são ótimos. Pesquise em
. A lista, organizada pelo órgão oficial de turismo de Nova York, tem opções temáticas como o passeio cervejeiro Brooklyn Brewery and SingleCut Beersmiths, que leva ao interior das cervejarias e termina, claro, no balcão do bar. Ao ar livre, o Central Park Conservancy guia caminhadas pelo principal parque da cidade.
5. BROADWAY Deixe para última hora
É parte da experiência em Nova York assistir a um musical na Broadway. Os preços são salgados, mas dá para poupar escolhendo títulos que estão há mais tempo em cartaz –
Cats
, por exemplo – e deixando para comprar no dia da apresentação, nos guichês da TKTS (
), na Times Square e no Lincoln Center. A economia chega a US$ 90, mas há risco de não encontrar ingressos para a apresentação que você quer. Durante a Broadway Week, em janeiro/ fevereiro e setembro, dois ingressos saem pelo preço de um. Site:
.
6. ACERVO E PARQUE Pague pouco ou nada
Alguns dos museus mais desejados de Nova York, para alegria dos visitantes, funcionam em esquema de pay as you wish (pague quanto quiser) para quem compra o tíquete direto na bilheteria (o que pode incluir filas) e vai visitar o acervo fixo, sem as exposições especiais. A opção não está disponível online. O Museu de História Natural tem preço sugerido de US$ 23, mas a decisão é sua.
No Metropolitan, a sugestão é de US$ 25.
Outra alternativa são os dias ou horários de entrada gratuita. O Museu de Arte Moderna (MoMA) e o Whitney não cobram ingresso às sextas-feiras, o primeiro das 16 às 21 horas e o segundo, das 19 às 22 horas; o Guggenheim é “pague quanto puder” aos sábados, das 17h45 até 19h45 (chegue antes por causa da fila).
Dedique tempo às áreas verdes da cidade. Além do Central Park, inclua no roteiro o delicioso parque suspenso High Line, no Chelsea, e Bryant Park, ao lado da Biblioteca Pública – que vale a visita.