As montanhas escondiam a paisagem cheia de azul. Mas, a cada curva vencida pelo trem de vagões simples lotado de turistas, a maresia anunciava com mais intensidade o que viria a seguir: em poucos minutos, estaríamos em plena Costa Amalfitana.Em menos de uma hora de viagem a partir de Nápoles chega-se a Sorrento, cidade de onde parte a lendária estrada Costiera Amalfitana, que serpenteia um dos trechos litorâneos mais concorridos da Europa. São cerca de 60 quilômetros até Salerno, pontuados por cenários estonteantes. Pode apostar: o adjetivo não é exagerado. As localidades desse pedaço da Itália transpiram um algo a mais difícil de ser explicado. Talvez o azul-anil do Mediterrâneo justifique o encanto. Ou o perfume de limão que domina os ambientes. Impossível é ficar indiferente à admirável capacidade de despertar sensações tão intensas.
PEDRINHAS
Ainda que o objetivo seja alcançar o mar, a caminhada deve ser lenta o suficiente para permitir a observação dos túneis verdes pelas vias de pedra. A vegetação farta alivia o calor. Lojas, artesãos, vitrines de doces e embutidos despertam a atenção. As pernas estarão cansadas na chegada à praia de pedrinhas - nada que abale a certeza de que é bom estar em Positano.
Tão bom que a despedida é difícil. Mas a próxima parada, Amalfi, está logo adiante. A maior cidade da região tem uma modesta enseada e um pequeno calçadão. O lindo Domo do século 10 é o cartão-postal. Sua fachada colorida e detalhada, do século 13, é alvo de flashes e da disposição de todos de ficar por ali. Conquiste a tapas a sua mesa em um dos cafés e permita-se descansar e contemplar.
Tampouco resista se bater a vontade de se perder pelas ruazinhas cheias de tentações. Cerâmicas coloridas e resmas de tomates secos (mais vitaminados e vermelhos, garantem os locais) são as mais frequentes.
A Costiera leva ainda a Ravello, Praiano, Atrani, Minori e, enfim, Salerno. Mas decido dar tempo ao tempo. E, simplesmente, parar por aqui e sentir a brisa, sem pressa.