Quatro bielo-russos bateram à porta, arriscaram um e se esparramaram no sofá alheio. O dono jamais os havia visto. Tentou falar inglês, fazer mímica e acabou usando um tradutor online para dar o recado: ''A casa é de vocês.''
Assim fluiu a comunicação entre o analista financeiro Marcelo Kabbach, de 25 anos, e seus mais novos hóspedes, que passeavam por Oslo, na Noruega. Nem foi tão difícil. Kabbach conseguiu mostrar a cidade onde vive há cinco meses, levá-los às festas e, principalmente, conhecer mais uma cultura diferente.
Nesse mesmo sofá já dormiram turistas poloneses, franceses, espanhóis...O próprio Kabbach já ''surfou'' em sofás de uma dezena de países europeus, incluindo Lituânia e Eslováquia. Fácil assim: ele está conectado a 2 milhões de pessoas, em 238 destinos, dispostas a ceder um colchão que seja para viver uma experiência autêntica. Sem cobrar nada por isso.
A comunidade faz parte da Couchsurfing (
), uma rede social de hospedagem que virou fenômeno. É para viajantes independentes, que curtem viver a vida local. Os moradores têm a chance de conhecer gente do mundo todo sem sair de casa. E os chamados recebem dicas preciosas sobre o lugar - e ainda economizam um bom dinheiro.
Por tudo isso Kabbach se tornou fã do sistema. ''Fazer amigos e conhecer o maior número de países é minha missão'', conta. Ele sempre foi muito bem recebido e faz questão de retribuir. ''A ideia é fazer o visitante se sentir em casa.''
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