Cultura barroca com toques de sofisticação em Tiradentes

A cidade se diferencia dos demais municípios históricos de Minas Gerais pelo que oferece aos turistas

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Por Bruna Tiussu - O Estado de S. Paulo
Atualização:

 TIRADENTES -Igualmente rica em cultura, elementos do Brasil colonial e do barroco, Tiradentes tem um quê de sofisticação que a diferencia das demais cidades históricas de Minas. Talvez pelos restaurantes superconvidativos que se alinham ao redor da praça central, as lojinhas de artesanato descoladas e pousadas organizadíssimas que, combinados, dão um ar de destino perfeito para um feriado de descanso.

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Um pouco também porque já ficou nacionalmente conhecida por seu festival gastronômico que, ano após ano, leva para lá chefs famosos que comandam uma programação incrível de workshops culinários e jantares finos. O evento dura apenas duas semanas, normalmente no mês de agosto, mas o requinte, acredite, permanece na cidade.

Simplesmente caminhar pelas ruazinhas já é um passeio delicioso. No centrinho, o visitante se vê parcialmente livre das sinuosas ladeiras – até decidir alcançar as igrejas lá do alto –, se depara com casarões belíssimos, muito bem conservados e com jardins de dar inveja. Um dos pontos de parada obrigatória é o Chafariz de São José, com fachada barroca, como já era de se esperar. Foi ali instalado em 1749 para abastecer a vila de água potável e servir de bebedouro aos cavalos.

Os animais, por sinal, não são raros ali na praça central, o Largo das Forras. Mas, nos dias de hoje, ficam devidamente posicionados em frente às suas coloridas charretes só aguardando os turistas pouco dispostos a enfrentar as subidas que os aguardam – ou que simplesmente topem experimentar um tipo diferente de tour por Tiradentes.

Relíquias sagradas. É lá no alto, no fim da ladeira, que fica a Matriz de Santo Antônio. Dizem que dali ela protege a cidade por completo. Sua construção começou em 1710 e só foi finalizada em 1752, porém, a fachada em branco e amarelo que hoje se vê é de 1810, com projeto assinado por Aleijadinho.

Listada entre os principais monumentos barrocos do País, tem o altar todo revestido em ouro, pinturas em estilo rococó e, no coro, um órgão português que, assim como o de São João del Rey, ainda é utilizado, sempre nas missas de sexta-feira. No caminho para a Matriz está a Capela Nossa Senhora do Rosário, construída entre 1708 e 1719 pelos escravos negros. Além de imagens sacras – a maioria delas também negra –, é possível notar tons dourados nos detalhes da decoração do altar. Isso porque os trabalhadores escondiam ouro roubado de seus senhores nas unhas e cabelos. Tudo para agradar os deuses.

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