Depois de um dia de tombos, o relax em águas termais

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Por Paulina Chamorro e TERMAS DE CHILLÁN
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O percurso até Termas de Chillán é longo. É preciso desembarcar em Concepción, a cerca de 400 quilômetros de Santiago, antes de enfrentar mais duas horas de carro até alcançar o complexo que conta com dois hotéis e um condomínio de apartamentos. A maratona, como era de se esperar, vale a pena. O resort recebe principalmente famílias, ávidas por curtir as cerca de 30 pistas disponíveis - e eu, mesmo sendo iniciante, brinquei de deslizar no snowboard (na minha opinião, mais divertido que o esqui). A descida da pista Bosque é menos inclinada, o que dá mais segurança. Ia tudo bem e até estava me sentindo uma competidora dos Jogos de Inverno, se não fossem levados em conta os tombos a cada dois minutos. Aliás, trata-se da pior parte do snowboard em comparação ao esqui para quem está começando: levantar é demorado. Se você não tiver um bom abdome para se erguer com os pés presos à prancha, vai ter de soltar a bota, levantar, prender a bota novamente e seguir deslizando. Até a próxima queda, claro. Na minha quarta descida do dia, já cansada de tanto cair, veio o derradeiro tombo de joelho. Com minha "grande habilidade", foi o único ponto do meu corpo que encontrei para parar - não demorou muito para que ele tomasse forma e cor de um tomate antes de começar a arroxear. Fui me recuperar no spa, com uma massagem corporal completa (R$ 192 por 80 minutos), que inclui esfoliação com a lama local conhecida como fango, hidratação e uma massagem relaxante no final. Mas há pelo menos outras 20 opções de tratamento. Vêm do subterrâneo também as águas termais que dão nome ao lugar. A piscina no Grande Hotel, aliás, usa água naturalmente aquecida em sua piscina, que tem uma parte coberta (o elevador leva direto à área) e outra ao ar livre, onde se tem a sensação de mergulhar rodeado por neve. Ótima terapia depois de passar o dia deslizando - e caindo - na neve. Para matar a fome, há três opções de restaurantes: Shangri-lá, de comida variada, com bufê de entradas e sobremesas, El Montañes, de alta gastronomia chilena e vinhos premiados, e Andino, com um cardápio para quem gosta muito de carne. Quem compra o pacote de sete noites (desde US$ 1.850 por pessoa em quarto duplo) tem direito a todas as refeições - apenas no El Montañes é cobrada uma taxa extra de US$ 14. O valor inclui ainda aulas de esqui coletiva. Mais informações aqui. De trenó. Mas nem só de esqui e snowboard é feita a estação. Um dos passeios mais procurados é o de trenó puxado por cães (US$ 23 a saída). A operação depende essencialmente da qualidade da neve, que precisa ser mais compacta. Se estiver fofa, o trenó não desliza.

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O trenó é puxado por seis cães da raça malamute-do-Alasca, nascidos, criados e treinados na própria área do resort pelo adestrador e cuidador Alejandro Sepúlveda. Uma mistura de husky siberiano com lobo, os cães são enormes - chegam a pesar 70 quilos -, mas muitos dóceis. Com a neve ideal, podem levar até 300 quilos por passeio. O trajeto é feito pelo belíssimo bosque nevado que cerca o resort, com árvores típicas do Chile como lengas e robles. Lembra o cenário do primeiro filme As Crônicas de Nárnia. Só faltou mesmo o fauno.

* Viagem a convite de Termas de Chillán e da LAN

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