Descubra Inhotim e a graça mineira dos arredores

Aos 10 anos, o museu e jardim botânico estreia obras e vira polo de atração para uma região onde a tranquilidade e os sabores de Minas convidam ao turismo de vivência

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Por Juliana Diógenes
Atualização:
3 min de leitura
Obra de Olafur Eliasson Foto: Bruna Tiussu/Estadão

Contam os moradores da cidade de Brumadinho que a origem da palavra Inhotim remete a um inglês. O minerador Sir Timothy teria morado na área ocupada hoje pelo Instituto, mistura de museu, jardim botânico e galeria de arte a cerca de 60 quilômetros de Belo Horizonte. “Sir” ou “senhor”, em português, era muitas vezes abreviado para “nho” – assim, Sir Timothy teria virado “Nho Tim”.

Embora não haja confirmação da veracidade da história – no Centro Inhotim de Memória e Pesquisa (Cimp) há outras versões mais plausíveis para a origem do nome da região –, a lenda conquistou os moradores, que não cansam de repeti-la. Mineiros são chegados em uma boa prosa, e não poupam teorias, histórias e lendas, como a de Nho Tim. Dedicar tempo para ouvi-los é a receita para quebrar a desconfiança inicial e engatar narrativas sem fim – se você der sorte, a conversa ganha café, pão de queijo, bolo e até “quitandas”, como eles chamam as rosquinhas, biscoitos de polvilho e outras delícias.

É possível unir a visita ao Instituto Inhotim, que completou 10 anos em 2016, à boa prosa em uma só viagem. A essa combinação, dá-se o nome de turismo de vivência. Inhotim está no perímetro do município de Brumadinho, cidade simples no Vale do Paraopeba. Embora tenha 634 km², a população local é de somente 35 mil pessoas, que vivem espalhadas em sítios e fazendas.

Com cada vez mais visitantes – foram 2,5 milhões ao longo de seus 10 anos –, o Inhotim agora serve de ponto de partida para um roteiro de experiências em seus arredores. Por trás das montanhas e descampados, há vilarejos, povoados e distritos que podem passar despercebidos ao turista menos atento. Nesses “esconderijos”, estão personagens do cotidiano mineiro que são a tradução da hospitalidade e dos sabores locais.

Para quando você for a Inhotim: Como chegar: de Belo Horizonte a Brumadinho são cerca de 60 quilômetros – a partir do Aeroporto de Confins, leva-se de 1h30 a 2 horas de viagem, a depender do trânsito. Alugar carro dá mais mobilidade, especialmente se você pretende fazer a visita em dois dias, mas também há ônibus diários – saída às 8h15 da rodoviária e retorno às 17h30, R$ 47,35 ida e volta; saritur.com.brIngressos: se a sua visita for no fim de semana, compre o ingresso (terça e quinta R$ 25; quartas, grátis; R$ 40 às sextas, sábados e domingos) com antecedência pelo site para evitar filas. Você também pode comprar o transporte interno do parque (R$ 25), que percorre cinco rotas definidas. Compre um dia de transporte e concentre nele a visita de todas as atrações mais distantes.O que levar: embora tenha jeitão de parque, o Inhotim é um instituto de arte. Por isso, não são permitidos piqueniques, nem entrar com alimentos. Mas deitar no gramado pode – não esqueça protetor solar, canga e água. Leve roupa de banho e toalha: a instalação de Jorge Marchi, uma piscina onde os visitantes podem nadar, é convidativa nos dias ensolarados. Dentro do Inhotim há três restaurantes e quiosques de comida rápida.Site: inhotim.org.br

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