Do alto de sua herança

Da costa do Pacífico à Cordilheira dos Andes, fui da metade do mundo a um universo de culturas milenares. Confesso, mal sabia o que me esperava ao embarcar rumo ao Equador, destino que, desde o ano passado, ganhou ligação direta com São Paulo graças ao voo sem escalas a Quito (às terças, quintas e sábados). Do país cortado pela linha imaginária que divide o planeta em dois hemisférios emendei o norte do Peru, área em que as civilizações anteriores até aos incas deixaram um mar de resquícios arqueológicos. Se valeu a pena? Ainda não parei de me surpreender.

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Por PEDRO SIBAHI e QUITO
Atualização:
Trujillo, no norte do Peru, exibe beleza colonial e abre portas para relíquias arqueológicas pré-incas Foto: FÁBIO VENDRAME/ESTADÃO

A viagem, feita de ônibus, permitiu ver de perto as especificidades dessa região ainda tão pouco visitada por brasileiros.

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Tudo bem que o Equador não faça fronteira, não seja exatamente vizinho do Brasil, mas chega a surpreender a nossa baixa frequência por lá. Em 2013, o país recebeu mais de 1 milhão de estrangeiros, dos quais apenas 1,4% brasileiros. E olha que a maioria deve ter ido a Galápagos. No máximo uma passadinha em Quito, a capital.

É verdade que o arquipélago é único e merece todo o destaque que recebe. Mas o Equador tem atrações interessantes para todos os perfis de turistas. A cultura local, um mosaico que mistura influências da colonização espanhola com as tradições de povos nativos e toques africanos, pode ser apreciada nos centros históricos de cidades como Quito e Cuenca, nas obras de arte e na culinária. A moeda oficial é o dólar, mas os preços acabam deixando os gastos similares aos de uma viagem pelo Brasil.

Para quem gosta de natureza, o país tem dezenas de vulcões, rios com corredeiras e reservas naturais. Tanto que no fim de 2013 o Equador ganhou o prêmio de melhor destino de turismo de natureza e vida selvagem do mundo, durante a World Travel Market, em Londres.

Assim como outros vizinhos dos Andes, o país é dividido em três regiões que se estendem de norte a sul e possuem características próprias: a ensolarada e festeira costa do Pacífico, as altitudes andinas e sítios arqueológicos no centro e a selva a leste - selva Amazônica, vale ressaltar.

Acertei ao esticar a viagem ao norte do Peru, região bem menos famosa que o sul do país, mas com um legado pré-incaico tão impressionante quanto as ruínas - estas, sim, incas - de

Machu Picchu

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. Por lá também é possível curtir praias e se aventurar por altas montanhas. Uma base segura e com boa infraestrutura de serviços (hotéis e restaurantes, por exemplo) é a cidade de Trujillo. Surpresas (boas) não vão faltar.

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