De encher os olhos. A praia Juanito é uma das exclusivas da região, e também uma das mais procuradas pelos turistas. Foto: Ricardo Brandt/AE
Não é de admirar que, nos idos de 1492, o cenário tenha sido escolhido por Cristóvão Colombo para aportar seus navios. Depois de semanas navegando em alto-mar, chegar a um paraíso de areia fina e mar azul-turquesa deve ter sido um alívio e tanto. Ainda hoje, essa combinação tipicamente caribenha é, merecidamente, o principal atrativo para quem desembarca na República Dominicana. Mas o país tem mais do que sombra e água fresca a mostrar.
Foi na pequena ilha, localizada entre Cuba e Porto Rico, que, quatro anos depois da chegada de Colombo, nasceria Santo Domingo de Gusmán, a primeira capital do continente americano - hoje apenas Santo Domingo. Se a vizinha Cuba é destino certo para ver de perto o comunismo antiamericano, a República Dominicana é roteiro indispensável para saber mais sobre a origem da América capitalista.
A primeira igreja, o primeiro hospital, a primeira universidade, restos mortais do descobridor e o casarão que pertenceu a seu sobrinho Diego Colombo, tudo está lá. A Cidade Colonial - um conjunto de construções espanholas em pedra do século 15, espalhadas por 12 ruas - é tombada pela Unesco como Patrimônio Histórico da Humanidade desde 1990. Toda essa história, não raro, é deixada de lado. De beleza indiscutível, o litoral ainda é destino único de boa parte dos turistas que visitam o país.
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Com ressalvas, pode-se até dizer que a República Dominicana é uma Cuba sem embargos. Um país tropical banhado pelas águas de cores degradê do Mar do Caribe, repleto de história, com um povo para lá de caliente e cheio de ritmo, que adora rum e bons charutos. Mas jamais faça tal comparação na presença de um dominicano. A terra de Fidel Castro está para eles como a Argentina para os brasileiros.
Ocupando dois terços da Ilha Hispaniola, a segunda maior do Caribe (perde apenas para, ela mesma, Cuba), tem no turismo um importante motor da economia desde a década de 1980. Naquele período, o país se reestruturou institucionalmente, depois dos 30 anos de uma das mais sangrentas e obscuras ditaduras militares das américas.
Tombados. Portão e muralhas de pedra, Patrimônios da Unesco, foram erguidos no século 16
O generalíssimo, como exigia ser chamado Rafael Leônidas Trujillo de Molina, governou absoluto e tirânico de 1930 a 1961, quando foi assassinado. Até hoje, ele é lembrado pelo hábito muito particular de jogar seus inimigos aos tubarões.
Atualmente, tudo parece americanizado no país, a começar pelo gosto pelo beisebol - nem tente, portanto, puxar uma conversa sobre futebol com os locais.
A República Dominicana é destino dos endinheirados americanos, canadenses e europeus graças, principalmente, às suas belas praias. São 1.288 quilômetros de costa. Ao norte, o litoral é banhado pelo Oceano Atlântico - as águas geladas e mais tumultuadas são apropriadas para a prática de esportes radicais. É ali também que se pode observar, de janeiro a março, as baleias jubarte.
As praias mais visitadas atualmente estão na região de Punta Cana - destino de metade dos turistas que chegam ao país. Nelas estão dos mais básicos aos mais luxuosos resorts all inclusive - em que comida e bebida estão incluídos na diária -, os melhores campos de golfe e a maior concentração de novos empreendimentos.
Mas, entre um mergulho e outro, encontre tempo para percorrer a Cidade Colonial e os museus. Não caia no erro de aceitar pacotes de seis dias nos resorts, onde o contato com a verdadeira cultura dominicana é quase zero, e só uma noite na capital. Acredite: combinar os dois aspectos do país (inclua mais dias em Santo Domingo) é a receita para uma viagem inesquecível.
Maravilha natural. A República Dominicana tem 1.288 quilômetros de costa. Suas águas geladas e transparentes estão entre as mais belas do mundo. Foto: Ricardo Brandt/AE