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Em Budapeste, cultura além do roteiro óbvio

Por Alex Crevar BUDAPESTE
Atualização:

Por décadas, a região do 8.º distrito mereceu o título de uma das piores de Budapeste. Dizimado durante a 2.ª Guerra e cravejado de balas na Revolução Húngara de 1956, o trecho (também conhecido como Józsefváros) era sinônimo de violência. Aos poucos, no entanto, foi mudando de ares. Depois da instalação de câmeras de segurança, em 2000, o número de crimes caiu, abrindo espaço para a instalação de galerias e cafés, atraídos pelos aluguéis baratos e pela arquitetura do século 19. Embora a violência não tenha desaparecido totalmente, pode-se dizer que hoje a área - do lado Peste do Danúbio - funciona como imã para os boêmios, chamando também a atenção de uma elegante elite."Sempre disseram aos turistas para ficarem longe daqui", diz Gyuri Baglyas, da agência Beyond Budapest Sightseeing (beyondbudapest.hu), que oferece tour de três horas pela área, por 4 mil forints (R$ 33). "Mas olhe em volta: esta é a melhor parte da cidade, com diversidade em arte, música e arquitetura." Um dos pontos culturais mais importantes dali é o Museu Nacional da Hungria (mnm.hu). Instalado num edifício neoclássico, tem no acervo verdadeiras relíquias do país. Ao virar a esquina você encontrará o Jazz Club Budapeste (bjc.hu). Aberto em 2008, o espaço é considerado o melhor do gênero na cidade. Música, a bem da verdade, não é uma vocação nova em Józsefváros. Nos anos de 1990, suas ruas decadentes abrigaram uma fortíssima cena underground, que ia do rock a sons alternativos. Bandas independentes hoje compõem a programação dos cafés da região.Também fica ali a Lumen Gallery and Cafe (photolumen.hu), fundada em 2008 para promover fotógrafos húngaros e estrangeiros. Não muito longe, uma antiga fábrica de tubos cerâmicos passou a abrigar o Ateliers Pro Arte (ateliers.hu), onde estúdios de pintores e uma arejada galeria dividem espaço com o charmoso restaurante-bar APA Cuka (apacuka.com).Até mesmo a metade oriental do 8.º distrito ganhou vida nova. Seu maior representante é o Cafe Csiga (cafecsiga.org), com chão de assoalho e arte estampada de parede a parede. O local atrai os que estão dispostos a esquecer rapidinho que essa parte da cidade já significou apenas o outro lado dos trilhos.

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