Gruyères, muito além de seu famoso queijo

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Por Camila Hessel e Gruyères
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O destino mais famoso do cantão de Fribourg é o distrito de La Gruyère, formado por uma dezena de vilarejos, dos quais o mais importante é a medieval Gruyères. Com apenas 28,4 quilômetros quadrados, fica aos pés dos Pré-Alpes e tem o castelo de Gruyères como principal atração turística.A edificação do século 13, que hoje pertence ao governo de Fribourg, funciona como museu desde 1938. Em dias de tempo bom, os jardins rodeados de muralhas e as ladeiras de pedra da vila no entorno são as opções mais bacanas do pedaço. Dá para fazer fotos lindas, respirando o ar fresquinho das montanhas. Mas se você não der sorte, como eu, e se deparar com nuvens traiçoeiramente rápidas que levam o sol embora em dez minutos, espante o tédio e a frustração com um passeio pelo interior do castelo (10 francos suíços, R$ 23). Dispense o aborrecido filme que conta a história do lugar e explore demoradamente as amplas salas e escadarias. Há detalhes arquitetônicos interessantes, como os afrescos que mudam de salão para salão, e janelas imensas que se abrem para pedaços da paisagem que você só pode ver do alto. A coleção de arte abrigada ali é uma das atrações mais interessantes da visita, com destaque para a sala dedicada à arte naïf. Busque as pinturas atipicamente coloridas de Nikolai Stoev. E torça para a chuva dar uma trégua e você poder dar uma volta no jardim que, mesmo molhado, é espetacular. Outra opção para se abrigar da chuva é o museu HR Giger, artista suíço que ganhou o Oscar de efeitos visuais por Alien. Fica a poucos passos da entrada do castelo e exibe esculturas e cenários de filmes desenhados por Giger. A entrada independente custa 12,50 francos suíços (R$ 28). Há também uma opção combinada, que dá acesso ao castelo e ao museu por 17 francos suíços (R$ 39).Na trilha dos queijos. Batizado com o nome do distrito, o queijo mais famoso do cantão de Fribourg é produzido nas fazendas fincadas em meio às montanhas de Gruyère. Seu sabor único é atribuído às pastagens da região. E os números são curiosos: moldada em formas de 35 quilos, uma única peça de queijo gruyère requer 400 litros de leite. A cada ano, 460 toneladas são produzidas ali, em cerca de 50 fábricas - apenas um terço de todo esse queijo é exportado. O resto os suíços, nada bobos, comem tudo.E, sim, é possível ver o processo de fabricação de perto, visitando uma fazenda produtora. A Fromagerie Vuadens, da família Olivier Philipona, recebe somente turistas com hora marcada para demonstrações e degustações. É preciso enviar um e-mail com antecedência para o.philipona@websud.ch. Outra opção, um tanto menos autêntica, é a Maison du Gruyère (lamaisondugruyere.ch). Organizada como atração de parque temático, a pequena fábrica organiza tours de cerca de de meia hora, que explicam o processo de produção em uma mostra com cartazes e instalações onde se pode sentir aromas da grama, das flores e do queijo - um prêmio de consolação para quem não tem tempo suficiente ou precisou cancelar a visita à fazenda por causa da chuva...Ali também é possível ver (atrás de uma parede de vidro) as cubas onde o leite é trabalhado para virar queijo e uma cave com as grandes rodas do produto armazenadas para maturação. A entrada custa 7 francos suíços (R$ 16). Há também uma opção combinada que dá acesso ao castelo e à fábrica por 14,50 francos suíços (R$ 33).Mas a experiência mais suíça possível é caminhar pela trilha do queijo. Há duas rotas, a de Proveta e a de Reybes. Demarcadas por plaquinhas amarelas, têm níveis de dificuldade semelhantes e podem ser feitas até por crianças. As duas levam cerca de 2 horas para serem percorridas, partem da Maison du Gruyère (onde você pode pedir um mapa) e terminam na Fromagerie d'Alpage, instalada em um chalé alpino do século 18, onde se pode ver os caldeirões de leite em plena atividade. Uma vantagem da rota via Reybes é o chalé Les Mongeron, tocado de maio a setembro pelo simpático casal Marcel e Odile. Ali é possível provar pratos típicos, preparados de modo caseiro no forno à lenha. Mais difícil do que dizer não ao próximo bocado é criar coragem para tomar o caminho de volta.

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