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Helicóptero, rafting, bike e mais aventuras

Por FOZ DO IGUAÇU
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Todo santo dia, há 40 anos, o garçom Marcos Vargas acaba olhando - nem que seja de relance - as Cataratas do Iguaçu. Um privilégio. "Às vezes é corrido, mas quando eu reparo continuo achando espetacular", confessa o atendente do restaurante Porto Canoas, o único dentro do Parque Nacional do Iguaçu, que acaba de completar 74 anos. E não tem como não se encantar. Eleito uma das 7 Maravilhas Naturais do Mundo em 2011, o conjunto tem mais de 250 quedas ao longo de 2,7 quilômetros, encravadas na fronteira entre Brasil e Argentina. Durante a caminhada pela Trilha das Cataratas - aquela famosa passarela de metal que cruza o Rio Iguaçu e coloca os turistas na cara do gol - você vai dar um clique a cada dois passos. Sim, é mesmo de cair o queixo. Ainda mais se decidir sobrevoar essa monstruosidade num passeio de helicóptero. O tour é rápido (dura 10 minutos), não é barato (custa a partir de R$ 225 em helisulfoz.com.br), mas está para nascer quem volte sem um sorriso no rosto. E ótimas fotos na câmera. Que os digam os mais de 1,5 milhão de visitantes no ano passado - apenas do lado de cá -, recorde absoluto na história do parque. De fato é muita gente, mas, diferente de outros parques nacionais, Iguaçu possui infraestrutura invejável. Ônibus circulares (R$ 7 para o dia todo), lanchonetes e banheiros acessíveis, além de entrada a R$ 16,50 para brasileiros. Há até um hotel de luxo - o Hotel das Cataratas (hoteldascataratas.com.br). Isso sem falar nas atrações com emoção. Adrenalina. Meu dia no parque começou com uma pedalada de nove quilômetros pela Trilha do Poço Preto (R$ 135). O percurso - que conta ainda com passeio de barco e caiaque - é leve e com mais descidas do que subidas. Mas também pode ser feito a pé (em 2h30) ou em carrinho elétrico (cerca de uma hora), sempre com um guia. Vá devagar, curta a vegetação e a umidade da mata tropical, quem sabe não aparece um bichinho? Nos primeiros minutos dei de cara com um gato-mourisco ( e arisco) que sumiu rapidamente. Nunca ouviu falar deste bicho? Nem eu tinha. No fim da trilha há uma casamata de madeira de 10 metros de altura sobre um igarapé, de onde é possível avistar algumas das mais de 340 espécies de ave identificadas no parque. Praticantes de birdwatching se esbaldam. Depois é hora de embarcar numa lancha e subir o Rio Iguaçu até o arquipélago das Taquaras. São 43 ilhas, todas do lado brasileiro. Nessa parte o rio costuma ser raso e ter 400 metros de largura. Nas margens é possível avistar pequenos jacarés-de-papo-amarelo que não inspiram medo algum. Por fim, uma descida opcional de caiaque inflável por dois quilômetros, num trecho sem correnteza e sem risco, a cinco quilômetros das cataratas. Das atividades aventureiras, a mais clássica é o Macuco Safári (R$ 140), em que os visitantes sobem o Rio Iguaçu até o Cânion das Cataratas a bordo de potentes barcos bimotores, pilotados por experientes profissionais. Se não quiser se molhar, nem cogite. Para sentir a energia das quedas e ver arco-íris. Os mais corajosos podem encarar um rafting (R$ 80) em botes para até 10 pessoas. O começo do percurso de 4,5 quilômetros é emocionante, com corredeiras intensas (capazes de virar o bote), especialmente se o rio estiver com forte volume de água. Comigo não aconteceu. Após o aperto perdura um longo trecho de calmaria, bom para nadar, de colete e capacete. Já os mais destemidos dentre os destemidos podem ir até o ponto de onde saem os botes de rafting descendo de rapel a partir de uma plataforma a 55 metros de altura. É o que há de mais emocionante no parque. Custa (R$ 70) - mas o visual, ah, esse não tem preço. / F.M.

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