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Homofobia para viagem

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Por Adriana Moreira
Atualização:

Viajar em casal é uma delícia: passear de mãos dadas, abraçar ou beijar o companheiro (a) naquela paisagem de sonho, dormir agarradinho no num hotel maravilhoso... Mas viajar solteira (0) também é uma delícia. Encontrar um amor de verão, paquerar em outro idioma e voltar para casa cheia de boas lembranças e histórias para contar. Que delícia.

No entanto, algo tão corriqueiro pode ser um problemão para homossexuais, dependendo do destino escolhido. Em pleno 2017, homossexualidade é crime em mais de 70 países, de acordo com relatório publicado este ano pela Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Homossexuais, Bissexuais, Transexuais e Intersexuais (ILGA) – em oito destes países, punido até com a morte.

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Muitos deles são destinos turísticos clássicos, como a Índia, onde homens héteros andam de mãos dadas, mas ser gay pode render até 10 anos de prisão. No Irã, a Polícia dos Costumes anda à paisana e mesmo na Rússia, sede da próxima Copa do Mundo, fazer “propaganda gay” (ou seja, dar as mãos ou fazer um carinho em seu companheiro) pode render punições. O blog ViajaBi fez uma lista com os 20 países mais homofóbicos do mundo:

bit.ly/viajabi

.

No entanto, não é preciso deixar de viajar para seu destino dos sonhos por causa disso - tenho amigos que se aventuraram até pelo Irã sem ter tido quaisquer problemas. Mas vale ter alguns cuidados. 

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Leia sobre o destino.

Um viajante bem informado tem menos chances de cair em roubadas. Assim, informe-se sobre como se vestir e se comportar. “Qualquer viajante precisa respeitar os costumes do país que escolheu visitar”, diz o diretor no Brasil da Associação Internacional de Turismo Gay e Lésbico (IGLTA), Clóvis Casemiro. “O princípio é o mesmo para qualquer um.” Entre os muitos bons sites voltados ao público gay, o

Estrangeira

 se destaca por trazer um olhar feminino às experiências. 

Agentes de viagem ajudam.

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No site da Associação Brasileira de Turismo LGBT (ABTLLGBT) há uma relação de empresas especializadas (

bit.ly/turismolgbt

), mas mesmo optando por uma operadora tradicional, é importante perguntar diretamente sobre cuidados necessários. Também é possível buscar receptivos especializados diretamente no destino pelo site da IGLTA:

bit.ly/receptivoIGLTA

.

Hotéis de cadeias internacionais são mais tolerantes. Em viagem a Dubai, Clóvis Casemiro disse ter visto vários casais homossexuais dentro de hotéis, desfrutando tranquilamente da piscina ou de um jantar a dois. “Normalmente, esses hotéis não vão se opor a um pedido de cama de casal para quem viaja com o parceiro”, explica. Segundo ele, mesmo em lugares como Ilhas Seychelles, de população majoritariamente muçulmana e leis bastante restritivas, muitos hotéis de luxo são como oásis, com programas especiais para casais homossexuais, incluindo cerimônias de casamento. 

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Cuidado com aventuras.

Um amigo com quem viajei pela Tunísia contou ter sido abordado por um grupo de rapazes no país, mas só entendeu que era algo relacionado à cena gay local quando eles já tinham ido embora. “Mesmo que tivesse percebido antes, não seria prudente acompanhá-los. Eu não iria”, confidenciou. Em alguns lugares, homossexuais são atraídos para serem roubados ou chantageados por locais que, a princípio, se mostram amigos e receptivos. Neste post (

bit.ly/nomadicboysdelhi

), o casal do Nomadic Boys conta sobre a tensão que passaram em uma festa gay em Nova Délhi, quando a polícia apareceu em busca de suborno. 

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Apps amigos.

Além dos sites já citados nesta coluna, não faltam apps com boas dicas. O MisterB&B é uma espécie de Airbnb gay, onde é possível alugar um quarto para curtir a cena local em 130 destinos pelo mundo – incluindo Nova Délhi, Bangcoc e Moscou. O Vespa e o Hornet (embora seja um app também de encontros) ajudam a encontrar os bares e festas locais. 

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