Exemplo sustentável. Natureza e infraestrutura juntas em Foz do Iguaçu. Foto: Filipe Araújo/AE
À medida que se avança, a música fica mais alta. Atrai. Instiga o visitante a ir além, em busca da origem de tal sinfonia. De repente, o caminho se abre e revela a orquestra: as Cataratas do Iguaçu. São até 300 cachoeiras na época de cheia, criando um espetáculo de som - e de movimento.
Maravilha surgida após sucessivos derrames de lava basáltica, há 225 milhões de anos. Ou, como diz a lenda, pelo amor da jovem Naipi e do guerreiro guarani Tarobá. Conta-se que o deus-serpente M"Boi, enfurecido com a fuga do casal, se enfiou na terra e contraiu os músculos, transformando as águas calmas do Rio Iguaçu em cataratas. Como castigo, Naipi virou uma rocha da Garganta do Diabo e Tarobá, uma palmeira. Condenados para sempre a viver distantes.
Tamanha imponência merece infraestrutura à altura. E é o que se encontra no Parque Nacional do Iguaçu. Mantido por uma empresa privada, o parque é considerado modelo. Visitantes não entram com carros - ônibus de dois andares circulam pelo local, com paradas estratégicas. Elevadores panorâmicos permitem visão geral das cataratas. Tudo isso com acesso para deficientes.
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Depois de contemplar a principal atração, os turistas podem fazer várias atividades, promovidas por empresas terceirizadas. É possível fazer um rafting pelo Rio Iguaçu. Ou chegar pertinho das quedas-d"água, durante passeio em uma das lanchas do Macuco Safári. Melhor reservar um dia para dar conta de tudo. Nos primeiros quatro meses de 2010, quase 430 mil pessoas visitaram o lado brasileiro de Iguaçu.
Nenhuma surpresa, portanto, dizer que o parque está na lista de Patrimônios da Humanidade da Unesco. Em breve, as cataratas poderão figurar nas 7 Maravilhas do Mundo da Natureza - o local está entre os 28 finalistas.