PUBLICIDADE

Las Vegas sob os 5 sentidos

O ímpeto de apostar nos cassinos desperta uma espécie de sexto sentido que, somado aos outros cinco, ajuda a aproveitar Las Vegas sem moderação

Por Felipe Cordeiro e LAS VEGAS
Atualização:
Luzes em neón são quase naturais em Vegas Foto: Isaac Brekken/NYT

Luzes de todas as cores se esparramam pelo espaço muitos metros abaixo dos pés e, junto com um discreto frio na barriga, trazem encantamento ao olhar. Da roda-gigante nova em folha, a mais alta do mundo com 168 metros, você pode sair direto para uma mesa onde serão servidas criações de estrelas como Tom Colicchio, do Top Chef americano, Nobu Matsuhisa e outros. Se a viagem for em maio, prepare os ouvidos: No Doubt, Metallica e Linkin Park estão entre os shows programados para o Rock in Rio.

PUBLICIDADE

Para além da diversão, uma sequência alucinante de estímulos aos sentidos é a melhor definição para uma temporada em Las Vegas. Que inclui seguir a pista do aroma dos perfumes e maquiagens das marcas internacionalmente cobiçadas e ter entre as mãos o volante de uma Ferrari sob seu inteiro comando.

A cidade pode despertar ainda aquilo que poderíamos chamar de sexto sentido: a ilusão. A possibilidade de faturar alto mexe com os sonhos dos turistas desde o momento do desembarque no aeroporto local, lotado de máquinas caça-níquel. Pelos cassinos, que, de certa forma, são a alma de Vegas, a ilusão de riqueza segue entre roletas e mesas de carteado. E fica completa na chance de apostar nas estrelas do octógono durante os rounds do Ultimate Fighting Championship, o UFC. É possível fazer apostas até começar a luta em questão.

O UFC, aliás, parece ter caído de vez no gosto de muitos brasileiros. Durante o fim de semana do polêmico retorno de Anderson Silva ao octógono, em 31 de janeiro, era possível escutar conversas em português no MGM Grand, onde ocorreu o combate, e por toda a Strip, a avenida que concentra o burburinho turístico. Em 2013, 187 mil turistas do Brasil estiveram em Vegas – que recebeu um total de 41,1 milhões de visitantes no ano passado, segundo o órgão de turismo Las Vegas Convention and Visitors Authority.

Elvis Presley cantou que “se você vier uma vez, nunca mais será o mesmo”. E, como dizem, o que acontece em Vegas, fica em Vegas. Mas uma parte dá, sim, para contar nestas páginas.

 

1 - VISÃO

A High Roller, maior roda-gigante do planeta, oferece vista de Las Vegas a 167 metros de altura. Foto: Steve Marcus/Reuters

A 168 metros do chão, as luzes de led nas fachadas dos hotéis-cassino da Strip começam a iluminar o horizonte. A noite chega devagar depois de um dia frio e chuvoso, raridade em uma cidade que fica no Deserto de Mojave, onde a precipitação não chega a 100 milímetros por ano. Tudo isso é visto em um passeio de meia hora na High Roller, a roda-gigante inaugurada em abril de 2014 no hotel The Linq.

Publicidade

Trata-se da maior roda-gigante do mundo. Supera em 32 metros a altura da London Eye, na qual é inspirada. E é um dos claros indícios de que Vegas, a cidade das atrações em lugares fechados, quer se abrir para o dia, encantar o olhar dos visitantes também com os atrativos ao ar livre.

Lá do alto é possível enxergar até os limites da cidade e, além, as montanhas que parecem interromper o deserto. A cabine comporta 40 pessoas. Tem sofás confortáveis e, durante a subida, a trilha sonora é de balada. Na descida, é hora de participar de um jogo com perguntas sobre música, cinema e algumas pitadas da história local. O risco de mal-estar é mínimo, de tão lentamente que a estrutura se movimenta.

Durante o dia (com ingresso a US$ 24,95) se vê a paisagem desértica. À noite, é a profusão de luzes contra a escuridão que encanta. Os ingressos noturnos custam US$ 34,95. Antes ou depois, há uma alameda de lojas e restaurantes para curtir sob a roda-gigante. Site.

Nervos de aço. Quatro brinquedos no alto da torre de observação Stratosphere, com 350 metros de altura e no hotel de mesmo nome, compõem o que se pode chamar de parque de diversões mais alto do planeta. É uma atração já bem conhecida de Vegas – e ainda sem nada que se compare a ela.

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

Há uma espécie de elevador, o Big Shot, que despenca e depois produz um efeito repetido de sobe e desce. O X-Scream, um carrinho que desliza sobre trilhos em direção ao vazio. O Insanity, literalmente uma insanidade que deixa seus ocupantes suspensos e virados de barriga para o chão. E uma queda livre de fato, a Sky Jump, uma mistura de bungee jumping e tirolesa. Tudo isso no ponto mais alto da cidade, e um dos mais elevados dos Estados Unidos.

Parece demais para você? A torre Stratosphere tem também um deque de observação, para deleitar os olhos com a paisagem sem colocar os nervos à prova. Ingressos a US$ 36, para ir quantas vezes quiser em três brinquedos. A Sky Jump é paga à parte (US$ 119,99):

Voar, voar. Decolo de helicóptero do aeroporto de Las Vegas e, em minutos, os hotéis e a Strip viram pontinhos à distância. Depois desaparecem as casas de subúrbio enfileiradas, onde vive a maior parte dos 600 mil habitantes. E logo dão lugar à imensidão de terra bege do deserto.

Publicidade

A vista fica mais emocionante quando surge o Rio Colorado, que despeja suas águas na gigantesca Represa Hoover, uma das principais fontes de energia hidrelétrica dos Estados Unidos. Mais adiante, ao se tornar cor de barro, o rio anuncia os grandes paredões avermelhados que são o motivo principal do sobrevoo: estamos no Grand Canyon. O helicóptero pousa sobre uma rocha. Corvos recepcionam os visitantes, que se preparam para uma refeição e fotografam sem parar.

O sobrevoo ao Grand Canyon dura cerca de 2h30 e custa desde US$ 409, com a Maverick Helicopters. A empresa também opera um sobrevoo noturno na Strip, desde US$ 124.

 

 2 - AUDIÇÃO

Entre os musicais em cartaz, separe uma noite para o Million Dollar Quartet Foto: Divulgação

De dia, as buzinas na Strip; à noite, as batidas incansáveis das baladas, o pop e o rock das casas de shows. Não importa a hora, Las Vegas vive a vida em alto e bom som.

Em uma típica cidade norte-americana, que privilegia o uso do carro para qualquer deslocamento do dia a dia, não é de estranhar que a paciência dos motoristas seja limitada. E dá-lhe buzina a todo momento. Enquanto isso, nas calçadas da Strip, artistas de rua executam suas performances com microfones, amplificadores e instrumentos musicais em troca de alguns dólares e aplausos.

A cidade que revelou ao mundo bandas como The Killers, Imagine Dragons e Panic! At The Disco vai ganhar uma atmosfera ainda mais pop-rock em maio, quando chega à cidade o festival Rock in Rio. Com programação de peso, o evento terá No Doubt, Metallica, Taylor Swift, Bruno Mars, Maná e Linkin Park. Dos brasileiros, Sepultura e Ivete Sangalo são destaques, ao lado de Pepeu Gomes, Wilson Simoninha e Toni Garrido, que se apresentam em um palco dedicado à música brasileira. À imagem e semelhança do original, o Rock in Rio de Las Vegas também ocorrerá em uma Cidade do Rock.

Viva! Vegas faz barulho ao som da música atual, mas também relembra episódios históricos. Um dos responsáveis por imortalizar a atmosfera local no longa Viva Las Vegas (1964), Elvis Presley é um dos homenageados no musical Million Dollar Quartet, em exibição todas as noites no Hotel Harrah’s.

Publicidade

A divertida apresentação faz uma releitura do famoso encontro do rei do rock com Jerry Lee Lewis, Jonny Cash e Carl Perkins em um estúdio de Memphis, em 1956. O musical, com 1h30 de duração, é uma ótima oportunidade para reviver os sucessos do rockabilly dos anos 1950 e rende boas risadas com a performance de Lewis, o mais carismático do quarteto. O ingresso custa US$ 55; mdqvegas.com.

Na pista. A música eletrônica dá o tom das batidas nas baladas que ajudam a deixar os turistas com os ouvidos em alerta e também fazem parte do jeito Vegas de ser. Na Marquee, bastões iluminados criam uma brincadeira sensorial para empolgar ainda mais o público, que se perde entre labirintos no espaço de 5 mil metros quadrados. Moças animadas sobem no balcão para dançar. Há ainda uma pista menor, onde os DJs tocam sets de hip hop, rhythm&blues e black music. A entrada custa US$ 40 para homens e US$ 20 para mulheres.

Dentro do hotel Encore, o XS Nightclub é uma casa maior e mais extravagante, com grande área ao ar livre e piscina. É ali que são realizadas pool parties, festas na piscina, apenas nos meses mais quentes.

Sofás vermelhos fazem o ambiente lembrar mais o quintal de uma mansão do que exatamente uma balada. Dentro, o público vibra com os sucessos do jovem DJ alemão Zedd, que tem apenas 25 anos. David Guetta e Avicii são outras das estrelas da música eletrônica residentes no XS. Luzes de LED e efeitos especiais com pirotecnia, jatos de gelo seco, lasers, dançarinas e performers complementam o clima de festa do ambiente.

O clube é um desses lugares que pedem visual bem cuidado: bermuda, calça jeans rasgada, chinelo, tênis e boné são itens vetados. A entrada básica custa US$ 50 para homens e US$ 25 para mulheres – mas, dependendo da festa, podem passar de US$ 100 por pessoa.

 

3 - TATO

A Dream Racing oferece a possibilidade de realizar o sonho de dirigir uma Ferrari, nem que seja por 5 minutos Foto: Felipe Cordeiro/Estadão

Sob os pés e entre as mãos, o controle de um carro lendário. Dirigir uma Ferrari a 300 quilômetros por hora é uma possibilidade que Las Vegas oferece para estimular o sentido do tato. Um devaneio que, aqui, se torna realidade.

Publicidade

O circuito oval com 2,4 quilômetros de extensão é o mesmo que recebe provas da Nascar. O programa Dream Racing começa com vídeo explicativo e simulação. É quando o aspirante a piloto escuta instruções sobre o carro, os pontos ideais para trocar marchas, a curva perfeita – um passo a passo que dificilmente conseguirá reproduzir na pista, mas que vale o conhecimento.

O simulador lembra um videogame, o que faz toda a diferença em relação a um carro real. O veículo virtual é muito mais difícil de conduzir – espere derrapar e sair da pista durante o treino. Não é motivo para desanimar. Antes de embarcar na F430GT, com seu charme rebaixado, o aspirante a piloto veste um macacão. Devidamente vestido e no clima, entre no carro junto com o instrutor, que vai no banco do passageiro e dá as dicas dos momentos certos de acelerar e frear.

Guiar o carro é mais fácil do que parece. As marchas são botões ao lado do volante, nada de câmbio e embreagem. A cada pisada no acelerador nas retas ou virada da direção nas curvas, a emoção. A corrida toda, com cinco voltas pelo autódromo, dura 2 ou 3 minutos, mas o programa completo leva duas horas. O custo é alto: US$ 500. Site: dreamracing.com.

Boa noite. Roupa de cama impecavelmente engomada, fofos carpetes e enormes cabeceiras acolchoadas são marcas dos quartos do hotel Delano, inaugurado na Strip em setembro. O foco é, decididamente, o prazer do toque. Sofás confortáveis completam o ambiente, inteiramente projetado para o descanso. Tanto que o Delano é um dos poucos hotéis na Strip que não têm cassino – e quem faz questão desta facilidade pode simplesmente seguir para o vizinho Mandalay Bay, do mesmo grupo.

O luxo tem preço, claro. A diária média do Delano é de cerca de US$ 400, bem mais salgada que a média geral de Las Vegas, que é de US$ 117. O parque hoteleiro é um dos pontos altos da cidade: são 150 mil quartos em hotéis de várias categorias, muitos deles com cassinos e várias opções de restaurantes, lojas, baladas. Com tanto oferta, é facílimo encontrar promoções – e bem difícil ter vontade de sair do hotel. Mas vale a pena passear. Seus sentidos agradecem.

 

4 - PALADAR

Ostras frescas no Wolfgang Puckas Postrio, um dentre os vários festejados restaurantes de chefs Foto: Felipe Cordeiro/Estadão

Sorte têm os paladares apurados de estarem em Las Vegas. A variedade gastronômica permite viajar em uma infinidade de sabores, sempre no embalo da extravagância que caracteriza a cidade. Afinal, o que não falta é chef celebridade e restaurante badalado. Um elenco que faz de tudo para se diferenciar.

Publicidade

‘Top chef’. Inaugurado em 2013 no hotel The Mirage, o Tom Colicchio’s Heritage Steak leva a assinatura do cozinheiro que ficou célebre como jurado do reality show Top Chef. A comida é a típica dos Estados Unidos, mas sem a aura de fast food, claro. Carnes em forno a lenha, “de animais livres de antibióticos e hormônios”, como ressalta o cardápio, são a especialidade da casa.

Tentáculos de polvo, costelas de cordeiro e peito de pato convidam à experimentação. Boa pedida é o menu de frutos do mar, com peixe, lagosta e camarão. A refeição custa, em média, US$ 70 por pessoa.

Estrela japonesa. Nobu Matsuhisa é outro chef estrelado que abriu restaurante em Vegas em 2013 – e também hospedagem com seu nome, o Hotel Nobu, em uma das torres do Caesars Palace. É a maior unidade do restaurante Nobu entre as 32 espalhadas pelo mundo – tem 1 mil metros quadrados e 327 lugares.

O modelo de refeição que é o carro chefe do restaurante inclui uma grelha junto da mesa e um cozinheiro preparando pratos diante dos clientes. Por US$ 190 por pessoa, inclui saladas, sashimis, peixe com caviar, carnes e os pescados grelhados que são a especialidade da casa. Se sobrar espaço, peça o cheesecake de sobremesa. Site: oesta.do/nobuvegas.

Chocolate com bacon. O casal Michael e Jenna Morton acredita que a refeição pode ser uma jornada multissensorial. Em seu restaurante em Las Vegas, o Crush, inaugurado em 2013, tal interpretação da experiência gastronômica é traduzida, entre outras curiosidades, por uma pizza doce de queijo, cream cheese, Nutella e... bacon.

O menu, declaradamente influenciado pelo mundo todo, também lista salmão grelhado com ostras e cenoura, que chega à mesa crocante; e mini-hambúrguer angus com ovo de codorna frito, queijo e cebola. Em média, a refeição custa US$ 40 por pessoa: crushmgm.com.

‘Te fa bene’. Para um almoço ou jantar com sotaque italiano, o Scarpetta, no hotel The Cosmopolitan, segue o script das cantinas tradicionais (US$ 50 por pessoa). Começa no pão da casa, segue com a leve salada e, então, apresenta as massas. Escolha entre o agnolotti de costela bovina, o fettuccine verde apimentado ou o ravióli recheado com foie gras. O chef Scott Conant é norte-americano; a casa também tem suculentos filés bovinos grelhados, do tipo que desmancham na boca. Site: oesta.do/scarpettavegas.

Publicidade

Praça São Marcos. Mesas do lado de fora permitem que a refeição no Wolfgang Puck’s Postrio, restaurante do badalado chef austríaco, seja feita de frente para a Praça São Marcos, de Veneza. Vá lá, da réplica acomodada dentro do Grand Canal Shoppes, e debaixo de um céu de mentirinha, pintado no forro.

A comida, que é o que interessa, mescla cozinhas italiana e americana. Depois da entrada de ostras, o filé de flat iron, um corte típico dos Estados Unidos, chega bem passado e com as bordas levemente tostadas, acompanhado de batata frita e alfaces verde e roxa. O caprichado hambúrguer angus também faz sucesso. E o schnitzel, prato típico do país de origem do chef, se faz acompanhar de pepino marinado e salada quente de batatas.

Visitantes não podem sair do restaurante sem provar os sorvetes caseiros. Os de baunilha e creme são irrecusáveis. No cardápio, itens de US$ 21 a US$ 80. Site: oesta.do/puckvegas.

Tapas. A culinária mediterrânea está representada em Vegas no restaurante do chef espanhol Julian Serrano, no hotel Aria. Delicadas tapas são servidas em sequência, todas com apresentação tão cuidadosa que dá alguma pena desmanchar as pequenas esculturas gastronômicas para comê-las. As porções, com três a seis unidades cada, tornam o lugar ideal para ir em grupo e pedir várias opções.

A carne suína adocicada com marmelada de tomates foi um dos destaques. As sempre bem-vindas batatas bravas vieram em sequência, bem como costela de boi e salmão trufado. Para uma refeição mais substancial, as paellas para duas pessoas (US$ 45) são a especialidade da casa. Pedem paciência para esperar, já que levam de 40 minutos a uma hora para vir à mesa. Peça a que leva o nome do chef, com morcilha, costeletas de novilho, couve e açafrão.

Para inglês ver. No hotel Monte Carlo, o The Pub reproduz, claro, um bar inglês. Tem decoração com bandeiras de times de futebol e algo em torno de 30 aparelhos de TV que exibem esporte o dia inteiro. Em ocasiões especiais como o Superbowl, só entra quem tem reserva.

No cardápio, mais de 100 opções de cervejas. Os hambúrgueres são enormes, e há porções de batatas e frango, tudo frito. O desafio do hambúrguer consiste em devorar sozinho um sanduíche de 8 libras, cerca de 3,6 quilos – o vencedor não paga a conta. Custa cerca de US$ 25 por refeição: oesta.do/pubvegas.

Publicidade

 

5 - OLFATO

A decoração cenográfica monumental do Caesars Forum Shop Foto: Divulgação

Os aromas dos produtos Hugo Boss e MAC no The Forum Shops, ou na Sephora e na Acca Kappa no Grand Canal parecem exalar a extravagância de Las Vegas. Turistas de olfato mais apurado – loucos por grifes, quem sabe? – talvez sintam também o cheiro das sacolas de papel com logomarcas de grifes estampadas, como Versace, Louis Vuitton, Michael Kors. São, elas mesmas, desejos de consumo em uma cidade que respira compras.

Como os romanos. Com uma cenografia que pretende lembrar a Roma antiga, o espaçoso The Forum Shops reúne mais de 160 lojas em uma área total de 59 mil metros quadrados no hotel Caesars Palace. Grifes queridas dos brasileiros, caso de Armani, Diesel e Gucci, estão lá. Bem como uma réplica da Fontana di Trevi, com detalhes diferentes da original italiana, e um show de estátuas falantes e dançantes. Curioso, para dizer o mínimo.

Outra característica do shopping é tentar dar a sensação de que você está circulando a céu aberto. O forro simula um céu azul com nuvens esparsas, enquanto o piso é de paralelepípedos. Uma explosão de aromas é a loja Bath & Body Works, que vende sabonetes e produtos para pele e cabelo com aromas inspirados em vários lugares do planeta. A fragrância Praia de Copacabana está lá.

Mais Itália. O Grand Canal Shoppes foi construído para ser uma recriação dos canais de Veneza em pleno deserto onde Las Vegas está. Com direito até a passeio de gôndola. Fica dentro do hotel The Venetian, o que explica o necessário. Por ali são também 160 lojas em 46 mil metros quadrados, e repete-se o forro com pintura de céu. 

Os hidratantes corporais da Victoria’s Secret, que costumam causar excesso de peso nas malas brasileiras em retornos dos Estados Unidos ao Brasil, podem ser comprados no Grand Canal Shoppes; bem como itens da marca Calvin Klein.

Descontos. Para quem quer pagar menos, Las Vegas tem duas unidades da rede Premium Outlets. O South fica 4 quilômetros ao sul da Strip e tem 140 lojas, inclusive Adidas, Polo Ralph Lauren e Tommy Hilfiger. No North, 3,5 quilômetros ao norte da via famosa, são 150 estabelecimentos, como Dolce & Gabana, Lacoste e Nautica. Em ambos, o cheiro no ar é o da boa e velha sacola plástica, de preferência bem grande para caber todas as compras.

Publicidade

A ambos é possível chegar de ônibus. Custa de US$ 5 a US$ 8 o tíquete que dá direito a 24 horas de uso. O ônibus passa a cada 15 minutos em vários pontos da Strip. Veja horários e locais de parada: oesta.do/premiumsouth e oesta.do/premiumnorth.

Parque de metal. A busca por mais vida ao ar livre que tem marcado os investimentos recentes em Vegas também tem cheiro: o de árvores distribuídas entre estruturas metálicas. A recuperação do antes degradado centro da cidade deu origem ao Downtown Container Park, um espaço de pequenas lojas e bares sobrepostos uns aos outros dentro de contêineres.

O mais agradável por ali são as mesas do lado de fora dos estabelecimentos, além de sofás e bancos. Tudo pensado para relaxar, tomar um sorvete, uma cerveja e aproveitar a temperatura ambiente, sem ar-condicionado nem céu de mentirinha. 

Há até um playground no parque – um dos poucos lugares em que é possível ver crianças mais à vontade na cidade. 

 

6 - A ILUSÃO DA RIQUEZA

Roletas e máquinas caça-níquel estão não apenas nos cassinos, mas também nos hotéis e aeroportos Foto: Isaac Brekken/The New York Times

São poucos segundos de emoção à flor da pele, coração aos pulos. Entre um giro da roleta e um puxão na alavanca da máquina de caça-níquel, a ilusão de ficar rico. Por mais repetidas que sejam as histórias de gente que perdeu tudo nos cassinos, esses lugares continuam provocando fascínio nos turistas. É uma espécie de sexto sentido, tão poderoso quanto os outros cinco – e que, em alguns momentos, se sobrepõe a eles.

O souvenir mais popular de Vegas é a ficha de pôquer estampada com o famoso letreiro de boas-vindas na entrada da cidade. No lobby do seu hotel você verá jogadores que parecem hipnotizados pela máquina que têm diante de si.

Mãos ocupadas entre cartas, fichas e notas são a regra dentro dos cassinos, que não têm janelas nem relógios, para que os apostadores percam mesmo a noção do tempo. Bebidas e petiscos podem ser pedidos sem mudar de lugar e posição. Ansiosos acendem um cigarro no outro. É permitido fumar dentro dos cassinos – que, no ano passado, renderam ao Condado de Clark (onde fica Las Vegas) receitas no valor de US$ 9,5 bilhões. Mais de dois terços vieram dos estabelecimentos na Strip.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.