Nos passos de ídolos do rock e do punk pelas ruas de Nova York

A igreja que revelou Patti Smith. O clube icônico que virou butique hipster. Brechós. Embora os anos dourados tenham passado, as guitarras ainda resistem na cidade

PUBLICIDADE

Por Fabiana Caso
3 min de leitura
O antigo CBGB, berço de grandes artistas em Nova York, deu lugar à butique John Varvatos, que guarda algumas lembranças dos tempos musicais. Foto: Lucas Jackson/Reuters

Enquanto se caminha pelas ruas de prédios marrons e escadas de incêndio aparentes, Nova York pode adquirir tantos sotaques musicais quanto a infinidade de idiomas e acentos que carrega no ar, ressoando da boca de seus imigrantes multiétnicos de tantos continentes, migrantes americanos de outras cidades e dos visitantes que não param de fluir e apinhar suas ruas de pronúncias.  Basta ouvir a cadência cantante da fala dos negros para ter um gostinho da cultura viva do hip-hop pelas ruas, ou reparar nos artistas e grupos que propagam gêneros variados pelas estações de metrô, do Brooklyn a Manhattan. 

No entanto, por mais que a cidade reflita sua vocação de caleidoscópio quando se trata de sons, há um gênero que predomina em qualquer café ou restaurante que você entrar, colado ao DNA sonoro da cidade, e que faz convite para procurar seus fantasmas iconoclastas que mudaram a história musical do mundo para sempre: o rock’n roll e, mais especificamente, o punk rock. 

Justamente por sua vocação histórica de deixar as pessoas livres para desenvolverem suas identidades pessoais e artísticas (desde que estejam pagando as suas contas), Nova York conviveu numa boa e abrigou os poetas beat, os happenings punk-poéticos, a Factory de Andy Warhol, as reviravoltas folk-rock de Bob Dylan, a cena noisy experimental dos anos 1980 – entre tantas outras referências que ficaram impregnadas por suas ruas, edifícios e bairros. 

Do Brooklyn a Manhattan, a metrópole é campo convidativo para perseguir as histórias do rock, ressignificar as diferentes cenas e viver experiências a partir da música. 

Para quem quer prestar reverência às raízes onde germinou uma cena proto-punk (que acabou gerando o punk), o East Village é terreno fértil. Epicentro de intensa movimentação musical nos idos dos 1970, é repleto de clubs, brechós, lojas que ainda vendem CDs, bares descolados. E pode ser explorado a pé, com facilidade – como no roteiro que sugerimos a seguir (confira o mapa completo abaixo). Feche os olhos, e siga o som.

Continua após a publicidade

ONDE A MÚSICA ROLA

Union Pool, em Williamsburg: clima de descontração Foto: Marley White/Estadão

1. East Village Para ver o que rola na cena atual, confira os shows do Mercury Lounge e do underground Berlin (25 Avenue A).

2. Brooklyn  Música ao vivo, rock alternativo e festas dançantes: eis o perfil do Baby’s All Right, que também serve brunch aos sábados e domingos.

3. Williamsburg e Greenpoint

O Union Pool, em Williamsburg, tem atmosfera praiana. Já o Saint Vitus é bem alternativo, para quem curte rock pesado.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.