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O nome que se dá aos países

Afinal, quantos lugares conhece o nosso intrépido viajante?

Por Mr. Miles
Atualização:

A propósito de recente menção de mr. Miles à Holanda, o leitor Richard Overgoor pede que se esclareça que o nome correto da nação conhecida pelas tulipas e pelos moinhos é Países Baixos, tradução literal de De Nederlands, em flamengo, ou Netherlands, em inglês. Explica o leitor que esse nome deriva do fato de que cerca de 40% do território do pequeno país europeu situa-se abaixo do nível do mar e só pode ser habitado graças a um notável sistema de diques. Explica o atento leitor: "Holanda é apenas o nome da província de origem de grande parte dos navegadores que desbravaram novas fronteiras nos séculos 16 e 17. Perguntados de onde vinham, eles diziam 'da Holanda'. E o nome pegou."Nosso incansável viajante agradece a intervenção de mr. Overgoor e aproveita para mencionar que "a questão da nomenclatura dos países é, indeed, deveras complicada e pouco criteriosa, resultando em fenômenos curiosos. Os alemães, por exemplo, que todos sabemos viver em um lugar chamado Germany, ganharam o apelido de Alemanha e vocábulos similares por parte dos povos de língua latina. However, eles têm certeza de que seu país se chama Deutschland! It's amazing, isn't it? Ainda mais curioso é o caso de dois países sem qualquer compatibilidade étnica, histórica ou geográfica que, mesmo ocupando continentes distintos, têm o mesmo nome. Que é também o nome de uma ave da família dos meleagridídeos muito apreciada nos grandes banquetes. Refiro-me, of course, à Turquia, que, no idioma de Shakespeare, Bernard Shaw e James Joyce, chama-se Turkey, ou Peru, na língua de Camões, Machado de Assis e, my God, Paulo Coelho. Em outras palavras, my friends, pela estranha via da transliteração dos nomes, a Turquia e o Peru são nações homônimas? E mais não digo porque vocês hão de pensar que exagerei no scotch."A seguir, ele responde à carta da semana:Mr. Miles: gosto muito de sua coluna e gostaria de saber se o senhor é mesmo o homem mais viajado do mundo.Matheus Cohen de Francesco, por e-mail"Revestida em diferentes embalagens, my friend, a sua pergunta vive aparecendo em minha caixa postal. Volto a dizer que não tenho a menor ideia sobre a legitimidade desse epíteto, a mim atribuído por diferentes publicações around the world. Não me consta que meu nome apareça no Guinness Book, uma bem-sucedida ideia de meu saudoso amigo sir Hugh Beaver, à época diretor administrativo da indústria de cervejas Guinness, na qual, by the way, alguns amigos irlandeses quebram diariamente o recorde de ingestão.Não sou um colecionador de países, nem desperdiço meu precioso tempo de viajante calculando as milhas que percorri, as cidades que visitei ou os lugares onde estive. A própria frase que ilustra essa coluna, indicando o número de países e territórios ultramarinos supostamente constantes no meu currículo, é uma divertida alegoria dos editores com o objetivo de valorizar meus modestos feitos. Devo presumir, however, que alguns fatores como a minha extraordinária longevidade e a indesmentível curiosidade que tenho pelo desconhecido fazem desse modesto súdito de Sua Majestade, a rainha Elisabeth, um viajante invulgar. Há, in fact, os que se impressionam com os passaportes que guardo na casa de tia Abigail - catorze volumes encadernados com uma espessura ligeiramente maior que a da Enciclopédia Britânica -, mas esse parâmetro também tem pouco valor desde que muitas nações aboliram o carimbo de recepção. Meu conselho, dear Matheus, é que você dê menos atenção a esses detalhes e, as soon as possible, parta também mundo afora. Se você aprecia a minha coluna como diz, esse será um ótimo caminho." *Mr. Miles é o homem mais viajado do mundo. Ele já esteve em 132 países e 7 territórios ultramarinos

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