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Promova um saque gourmand na casa dos corsários

Macarons, mouchous e presuntos únicos esperam por você em Saint Jean de Luz, a 16 quilômetros de Biarritz

Por SAINT JEAN DE LUZ
Atualização:

No século 17, quem quisesse contratar os melhores corsários daquelas bandas do Atlântico partiria imediatamente para o Porto de Saint Jean de Luz. Naquele tempo, a atividade garantia que os cofres da cidade se mantivessem abastecidos e fazia da pesca algo secundário, para o intervalo entre um navio e outro.Hoje é você que se sentirá pilhando Saint Jean de Luz, retirando de suas lojas - mediante pagamento, claro - latas de sardinha, tapenades, temperos e outros itens com baixa probabilidade de confisco nos aeroportos brasileiros. E, ironia das ironias, a maior parte das lojas está instalada na Rua Gambetta, onde antes moravam os tais corsários. São muitas as portas para entrar, como você pode notar na foto principal desta página. Entre as imprescindíveis estão a Conserverie La Belle-Iloise, a Pariès e a Maison Adam. A última, então, foi fundada em 1660, ano do casamento de Luís 14 com a infanta Maria Teresa, da Espanha, principal evento social da cidade em toda a sua história. A receita dos macarons que encantaram os convidados segue inalterada (e em sigilo absoluto). Os docinhos feitos à base de farinha, ovos e amêndoas selecionadas são assados todos os dias na Maison (www.macarons-adam.com; 3,40 a unidade). Já os mouchous estão para a Pariès como os macarons para a Adams. E há nome mais adequado que mouchous (beijos, em basco) para designar um casadinho de amêndoas, crocante por fora e molinho na parte de dentro? Não saia de lá sem comprar pelo menos uma latinha com 18 unidades por 17. Faça isso no fim da viagem, pois os doces não duram mais que dez dias. Continue na Gambetta até ela se transformar na Rua de la République e entre na Pierre Oteiza, mais que especializada em produtos feitos com a carne de porco basco - eles têm focinho e derrière negros, separados por uma barriga tenra e rosada, e estão nas fotos que enfeitam a loja. O presunto, por exemplo, é curado por 18 meses até chegar à prateleira, por 24 o quilo. Prove ainda o magret de canard recheado com um bloco compacto de foie gras (meio quilo a 30 ). Não dá para deixar de visitar a casa mais antiga da cidade, do século 16, uma das poucas sobreviventes de um terrível incêndio. O bom é que nessa residência funciona hoje o Kaiku (menu completo a partir de 30), que divide com o Zoko Moko (www.zoko-moko.com; a 40) o título de melhor mesa de Saint Jean de Luz. E, a essas alturas, você já percebeu que isso não é pouco. / C. M. O QUE LEVARQuilos a menosVocê vai engordar nesta viagem, isso é fato. E o melhor: dificilmente se arrependeráMala extraÉ serio. Ou onde vai trazer tantas latas de patê, sardinha, conservas e temperinhos? O QUE TRAZERPlaquinhasDecoradas com símbolos bascos - bandeira, pimenta, cruz gamada -, têm algo de vintageA tal da boinaA onipresente peça parece combinar tão bem com o clima da viagem que você não vai resistir ANTES DE IR Entenda: Apesar do nome, o País Basco é, na verdade, um território dividido entre a França e a Espanha. Os Pirineus fazem a fronteira natural entre os paísesMelhor época: os turistas começam a chegar em maio, mas a alta temporada ocorre entre junho e agosto, principalmente nas cidades litorâneas. Dependendo de seu interesse, no entanto, você vai ter de fazer alterações no roteiro. Se quiser ver Espelette coberta de pimentões, o mês é outubro Clima: Toda a Aquitânia se beneficia de clima ensolarado, com amplitude térmica suave. As médias variam entre 10 graus, em janeiro, e 25 graus, em agostoIdioma: uma vez que arriscar qualquer coisa em basco é impossível, tente o francês ou o espanhol, ouvido com frequência por lá. Nas cidades maiores, como Biarritz, muitos falam inglêsInternet: planeje com ajuda do www.franceguide.com

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