Que dinheiro eu levo?

Pagar os gastos da viagem no cartão de crédito, levar dinheiro vivo ou recorrer ao cartão pré-pago? Descubra aqui a resposta para estas dúvidas

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Por RICARDO FREIRE
Atualização:
É bom sempre fazer contas e avaliar o câmbio para decidir como levar seu dinheiro Foto: Dado Ruvic/Reuters

Muitos viajantes pautam a decisão de que meio de pagamento levar só pelo porcentual do IOF, que é fixo. Há outros fatores, porém, que deveriam ser levados em conta. O negócio é ponderar prós e contras e montar um mix que melhor combine com sua viagem.

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Dinheiro vivo (IOF: 0,38%).

Desde que o IOF de 6,38% foi estendido a todos os outros meios de pagamento, o dinheiro vivo voltou a ser a opção favorita do brasileiro. Com a maior procura, passou a ter a cotação mais alta da turma. 

As vantagens de viajar com cash são congelar a moeda no momento da compra e não ficar à mercê de sistema, da maquininha ou do caixa automático. A maior desvantagem é a insegurança de andar com dinheiro vivo.

Caso a moeda não seja corrente no país que você vai visitar (dólar no Peru, euro na República Checa), você ganha outra preocupação: achar uma casa de câmbio com uma boa cotação. Vender barato no aeroporto de Lima ou nos quiosques próximos à Ponte Carlos em Praga pode fazer você perder mais do que os 6,38% do IOF que evitou.

Lembre que ao sair do Brasil com o equivalente a R$ 10 mil em espécie, em qualquer moeda, é preciso declarar à Receita Federal. No exterior, também é necessário avisar quando se entra com mais de 10 mil dólares ou euros.

Cartão pré-pago (IOF: 6,38%).

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Com o aumento do IOF, deixou de ser o queridinho dos brasileiros, mas continua com ótimas qualidades: é seguro, congela a cotação da moeda no momento da compra, vale no comércio e em caixas automáticos e pode ser recarregado à distância. Para longas permanências no exterior, como em viagens de intercâmbio, o pré-pago é a solução mais prática. Mas atenção: em países onde a moeda carregada no cartão não seja corrente (dólar no Peru, euro na República Checa), haverá uma perda de até 5% na conversão cambial.

Saques internacionais (IOF: 6,38%).

Não é preciso que o seu banco tenha agência em outro país para fazer saques da sua conta corrente: uma vez habilitado antes da viagem, seu cartão funciona em caixas interligados às redes internacionais Plus (da Visa) e Cirrus (da MasterCard). O débito é feito na sua conta, pela cotação do dia, acrescido de IOF e de tarifas de saque (em torno de R$ 10) e de uso do equipamento (em torno de US$ 3). Faça saques altos, a partir do equivalente a R$ 200, para que as tarifas não pesem. E não dependa exclusivamente deste meio: o limite de saque internacional é menor do que o saldo da sua conta e o cartão pode não funcionar em certas redes locais.

Travelers cheques (IOF: 6,38%).

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O traveler é o avô do cartão pré-pago, recomendado para quem tem aversão à tecnologia. Em relação ao dinheiro vivo, oferece segurança: em caso de perda ou roubo, você pode ser ressarcido. Nos Estados Unidos, é aceito normalmente em hotéis e grandes lojas, pelo valor nominal em dólar; você recebe troco em dinheiro. Fora dos EUA, no entanto, é preciso trocar em casas de câmbio, com cotações menos favoráveis do que as oferecidas para espécie.

Cartão de crédito (IOF: 6,38%).

Além do IOF, sua maior desvantagem inegável é a insegurança cambial: a conversão é feita pela cotação do dia de pagamento. Se o real desvalorizar entre a compra e o vencimento do cartão, você paga mais caro. Num cenário de dólar instável, fica mais arriscado.

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Em tempos de paz cambial, contudo (e contrariando a recomendação sensata de 100% dos economistas), o cartão de crédito é o meu meio de pagamento preferido, pela segurança, pela praticidade e por ser um pouco menos caro do que se imagina. Como a cotação é sempre melhor do que a do dólar cash, a diferença entre os dois acaba sendo não de 6%, mas de 3,5 a 4%, o que pode ser compensado pelas milhas acumuladas. No Uruguai, o cartão de crédito barateia o jantar: pagamentos em cartão internacional têm direito a 22% de desconto do IVA em restaurantes - o que compensa o IOF e o risco de desvalorização. Locadoras de automóveis também descontam 22% e os hotéis não devem cobrar a taxa de hóspedes estrangeiros. 

 

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