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Quebra-cabeça de ilhas entre Piauí e Maranhão

Revoadas de guarás, praias exclusivas e uma refeição à base de caranguejos permeiam a navegação pelo Delta

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Por Redação
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Popular. A praia da Pedra do Sal é um dos locais mais procurados. Foto: Mônica Cardoso/AE

 

 

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Vistas no mapa, as mais de 80 ilhas do Delta do Parnaíba, no litoral do Piauí e do Maranhão, parecem pecinhas espalhadas de um quebra-cabeça. Mas é percorrendo esse labirinto de igarapés que se conhece de perto a rara beleza de suas dunas, manguezais, lagoas de água doce e praias desertas. Rara porque é um dos três deltas do mundo que deságuam em mar aberto - como ele, somente o Nilo, na África, e o Mekong, na Ásia.

Partindo de Tutoia, no Maranhão, ônibus de linha levam até Parnaíba, já no Piauí. Trata-se da maior cidade da região e a segunda maior do Estado, atrás apenas de Teresina. Um passeio interessante é pelo Porto das Barcas, região de casarões históricos dos século 18 e 19 às margens do Rio Igaraçu, repleto de restaurantes, bares e lojas de artesanato. Para relaxar, a pedida é a Praia da Pedra do Sal, distante 15 quilômetros do centro e com acesso fácil por ônibus de linha.

A praia é famosa por sua geografia peculiar. Separada ao meio por um paredão de rochas que avança sobre o mar, tem, de um lado, águas tranquilas, repletas de barcos de pescadores. Do outro, as ondas batem forte, ideais para o surfe. Se tiver mais tempo, experimente o roteiro de jipe que parte da Pedra do Sal rumo ao litoral oeste. 

 

 

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A verdadeira estrela, no entanto, é mesmo o Delta - há passeios diários para a região na alta temporada, mas na baixa há lanchas e catamarãs apenas aos sábados. Ilha Grande de Santa Isabel, a maior delas, é também o ponto de partida das voadeiras. A cada virada nas curvas dos igarapés, uma paisagem nova se descortina. Mas é preciso ficar atento para perceber os detalhes.

Camuflados entre os troncos retorcidos das árvores do manguezal, jacarés permanecem imóveis. Macacos-prego brincam de se esconder nos galhos aéreos. E surgem tamanduás, lagartos, capivaras e cobras, que o barqueiro experiente vê de longe. Os caranguejos-açu se destacam pelo vermelho da carapaça.

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No fim da tarde, revoadas de guarás tingem o céu de vermelho em direção à Ilha do Caju - a cor da plumagem se deve a uma alimentação à base dos caranguejos-açu. As aves, típicas da região, estão quase extintas. Pelo rio, que separa Piauí e Maranhão, chalanas deslizam vagarosamente enquanto pescadores seguem em barquinhos lotados de peixes e crustáceos.

Algumas ilhas são habitadas, outras, desertas, cobertas por dunas gigantes, como na Baía do Feijão Bravo. Se fechar os olhos, é possível ouvir o som do vento. De março a maio, formam-se lagoas de água doce entre as dunas. Atravessar essas enormes montanhas de areia leva a uma praia extensa e exclusiva.

Iguaria.

Se a fome bater, peça ao barqueiro para fazer uma parada estratégica na Ilha das Canárias e experimente o tal do caranguejo-açu. No Restaurante Recanto dos Pássaros a travessa, chamada de corda, vem com quatro grandes crustáceos, acompanhada por farofa e vinagrete, por R$ 8. Com um martelo de madeira em mãos, vá saboreando a carne branca e macia sem pressa.

Para acompanhar, peça a cajuína, bebida doce que é o símbolo do Piauí. Já com o estômago forrado, aproveite para fazer a digestão tirando uma boa soneca nas redes espalhadas. Depois, curta a paisagem: do alto de uma casa em uma das árvores do restaurante a vista é incrível.

O passeio dura em torno de 4 horas. Mais informações na Eco Adventure Tour (

86-3323-9595

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) e Igaratur (

86-3322-2141

).

 

* Colaborou Tiago Queiroz

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