Queridinha da culinária brasileira, Belém faz 400 anos em 2016 com programação especial

Ocupando o 3º lugar entre os melhores destinos para se visitar no próximo ano - ao lado do Canadá -, capital soma boa gastronomia a atrações turísticas de primeiro nível

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Por Adriana Moreira
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Daqui a poucos dias, em 19 de dezembro, o Rio de Janeiro ganhará o futurístico Museu do Amanhã, em prédio assinado pelo arquiteto catalão Santiago Calatrava. Em frente, na Praça Mauá, funciona desde março de 2013 o Museu de Arte do Rio, famoso pela cobertura suspensa com design de onda. Os dois museus integram o projeto Porto Maravilha, uma ampla requalificação da região portuária da cidade. E são ícones de um Rio que se prepara para ser, mais uma vez, protagonista do turismo brasileiro (e mundial), como sede da Olimpíada de 2016. Só isso justificaria a votação unânime que a cidade recebeu pelos jurados na escolha do Viagem de destinos para visitar no próximo ano. Mas há outra razão: neste 2015 de crise e dólar instável, muitos brasileiros estão trocando os destinos no exterior pelos nacionais nos seus planos de viagem.  A tendência vem sendo detectada pela Sondagem do Consumidor: Intenção de Viagem, feita mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas para o Ministério do Turismo. A pesquisa, em 2 mil domicílios e referente a novembro, detectou que, dos brasileiros dispostos a viajar nos próximos seis meses, 81,7% pretendem ir a destinos nacionais, e 13,8% ao exterior. Em novembro do ano passado, o Brasil foi escolhido por 79,6% dos entrevistados; roteiros internacionais estavam nos planos de 13,8%. Tal preferência pelo Brasil levou a outra votação unânime, Fernando de Noronha, e na escolha de destinos internacionais mais baratos, de maneira geral. Os motivos que levaram Belém a ser o 3º destino mais votado você descobre a seguir. Para saber quais foram os outros nove lugares, quem foram os jurados e como a nossa eleição foi feita, clique aqui. / Mônica Nóbrega3° BELÉM Sabores únicos, somados a um movimento que alia criatividade e valorização dos ingredientes alçaram a capital paraense ao status de queridinha do circuito gastronômico nacional. Se não sabe o que são tacacá, maniçoba e jambu, é melhor se familiarizar com esses nomes – eles logo estarão em um cardápio perto de você. De quebra, a cidade completa 400 anos em 2016 com uma programação cheia de shows (veja em oesta.do/niverbelem) e a inauguração de um monumento comemorativo. A verdade é que Belém investe nessa identidade gastronômica há alguns anos. Inaugurada em 2000, a Estação das Docas, ao lado do Mercado Ver-o-Peso, transformou uma área degradada em ponto turístico obrigatório, com restaurantes, cervejarias e programação cultural. Todas as sextas-feiras, a partir das 18 horas, o pôr do sol é embalado por apresentações de danças regionais. De 19 a 23 de dezembro, haverá também corais natalinos. Antes da Estação das Docas, o chef Paulo Martins, do restaurante Lá em Casa, já difundia a importância da culinária regional e, em 1999, criou o Festival Ver-o-Peso da Cozinha Paraense. Paulo morreu em 2010, mas as filhas deram continuidade a seu legado. Daniela Martins comanda a cozinha do Lá em Casa e a irmã Joana, o festival (em 2016, de 21 a 29 de maio, com as presenças dos chefs Alex Atala e Claude Troisgrois). Atualmente, o maior expoente da gastronomia paraense tem apenas 27 anos. Thiago Castanho conquistou prêmios no Brasil e no exterior e colocou o seu Remanso do Bosque na renomada lista Latin America’ s 50 Best Restaurants. Com pratos refinados, estrelados por ingredientes regionais, a casa terá seu cardápio renovado constantemente em 2016. O menu degustação saiu de cena, e a casa terá uma atmosfera mais jovem. Outra novidade é a cerveja com rótulo exclusivo do Remanso, criada em parceria com a Amazon Beer. Mas, como diz Ricardo Freire, Belém “é mais que tucupi, filhote e açaí”. “A cidade investiu na recuperação de espaços que se tornaram atrações turísticas de primeiro nível”, afirma o colunista, enumerando a Casa das Onze Janelas, Polo Joalheiro, Forte do Presépio e Museu de Arte Sacra. Visite ainda o Mangal das Garças, que completa 150 anos em 2016 e, claro, o Mercado Ver-o-Peso (mas não descuide de seus pertences). 

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